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Milagres existem? 4c3m2

Milagres so fenmenos nos quais nem todos acreditam, nem mesmo cristos, que se tornam cada vez mais cticos. Isso me fez reler o livro Milagres, de C. S. Lewis, que sempre me impressionou muito, agora na traduo esplndida de Ana Schffer. Eu gostaria de traar algumas consideraes medida que avano na leitura.

C.S. Lewis inicia, definindo duas posturas diante do mundo, sua origem e seu funcionamento: a naturalista e a sobrenaturalista. Uma no cr em milagres, a outra, cr.

Essa distino se mostra atualssima, na medida em que vemos cada vez mais pessoas que se dizem crists por a, e que abraam o paradigma naturalista, ou seja, cristos que item que a natureza funciona num sistema fechado que existe e funciona por si mesmo, sem necessidade de ao externa. Ou seja, para eles, Deus at existe, criou a primeira clula e ps o mundo para funcionar, mas no tem nada que ver com a natureza, que funciona por leis independentes.

Essas pessoas valorizam muito a cincia e as explicaes cientficas e confiam nelas para a soluo de todos os problemas da humanidade. Os milagres, para elas, so coisa do ado, quando no havia explicao cientfica para os fenmenos. Eles eram muletas f que o homem moderno, esclarecido e mais inteligente, dispensa. Para muitos deles no existe nem sequer ps-morte ou a eternidade, coisa que a cincia no explica. Se algum morre, vira p e deixa de existir.

Nesse sentido, quem pensa assim pode ser flagrantemente confundido com um ateu, j que Deus se torna uma pea decorativa. Toda a filosofia mecanicista dele parece concordar com a dos ateus, para os quais o mundo veio do nada e ao nada voltar.

J o sobrenaturalista ite que a natureza funciona, em ltima instncia, graas influncia externa de uma Mente Criativa, que est por trs das leis da natureza, que as sustenta e que no precisa pedir licena para intervir nela quando bem entender.

De certa forma, o sobrenaturalista pe em dvida os poderes e pretenses da cincia (no a cincia em si). Uma das coisas que ele objeta que para que a cincia sequer exista, preciso que haja a razo para pens-la. Ora, tal razo no pode vir do nada, nem de um sistema fechado. A existncia da razo, que significa lgica e ao mesmo tempo motivo e fundamento, uma prova da existncia da Razo Primeira, o Logos Primevo, que a tudo fundamentou e esteve na base de tudo.

Ora, todo o esforo de ateus e naturalistas est em provar que no h esse fundamento e essa motivao externa, esse sentido mais profundo da existncia. Mas com isso, eles pem em dvida a prpria prova que esto construindo, serrando o galho em que esto sentados. Eles pem em dvida o valor do prprio raciocnio e da lgica.

Em outras palavras, o que o naturalista quer provar que no h provas, e isso absurdo. Para que haja provas sobre a origem do mundo e a existncia humana, o prprio conceito de prova precisa ser posto como pressuposto. Uma prova, para ser considerada como tal, precisa da evidncia externa, como qualquer detetive ou pesquisador de laboratrio poderia atestar na prtica.

Um dos argumentos centrais de Lewis contra o naturalismo, ento, o seguinte:

Se o valor de nosso raciocnio est sendo posto em dvida, no pode estabelec-lo por meio do raciocnio. Se, como j disse, uma prova de que no existem provas absurda, ento isso prova que existem provas. A razo nosso ponto de partida. No est em questo atac-la ou defend-la.
(LEWIS, C.S. Milagres. So Paulo: Editora Vida, 2006, p. 39)


O sentido no pode vir da falta dele, da mesma forma que o raciocnio no pode vir da falta de razo. Ento, permitam-me fazer um corretivo frase famosa de Descartes, afirmando: Penso, logo Deus existe.

A razo est ligada tambm ao juzo, o que fica claro quando dizemos para algum que tenha juzo, querendo dizer que "seja razovel" ou que use de prudncia ou capacidade de se decidir bem. E o juzo um julgamento.

Ento, o argumento pela concepo de mundo sobrenatural atravs da razo e da prova nos leva a outro argumento, que o do julgamento moral:

Se para continuar a fazer julgamentos morais (e no importa o que afirmemos, continuaremos fazendo isso), ento, devemos acreditar que a conscincia do homem no produto da Natureza. Ela s tem valor se for derivada de alguma sabedoria moral absoluta, uma sabedoria moral que existe absolutamente por si mesma e no seja produto de uma Natureza no moral e no racional.
(LEWIS, C.S. Milagres. So Paulo: Editora Vida, 2006, p. 65)


Se invertermos esse raciocnio, a abordagem que insiste na origem natural das coisas e do mundo, perderemos todos os referenciais do bem e da virtude para o julgamento moral. Ento Lewis concorda com Dostoievsky, que dizia que Se Deus no existe, tudo permitido.

Essas reflexes so apenas sobre os primeiros cinco captulos do livro. E vem mais por a...


Nota do editor: a EditoraUltimato acaba de lanar a srie Cincia e F Crist. Conhea os trs primeiros ttulos.


Leia tambm
O processo do milagre
A cincia de Deus (lanamento)
Verdadeiros cientistas, verdadeira f (lanamento)

Foto: Rose Ann / Freeimages.com
ɠmestre e doutora em educao (USP) e doutora em estudos da traduo (UFSC). autora de O Senhor dos Anis: da fantasia tica e tradutora de Um Ano com C.S. Lewis e Deus em Questo. Costuma se identificar como missionria no mundo acadmico. criadora e editora do site www.cslewis.com.br
  • Textos publicados: 68 [ver]

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