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26 de maro de 2024
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A Pscoa, o coelho e a comunho fraterna da f 3m3l29
Por Joo Paulo Gouva
A associao do coelho com os ovos de Pscoa chegou aos Estados Unidos pela imigrao germnica por volta do sculo 18. As primeiras menes aos ovos de Pscoa aparecem em textos germnicos entre o sculo 16 e 17. Rapidamente se transformaram em um dos smbolos da Pscoa moderna secular. A tradio dos ovos de galinha coloridos e decorados perderam espao para os ovos de chocolate produzidos pelos confeiteiros ses, j no sculo 19. Esta tradio tem tomado fora e se popularizado pela questo ldica que envolve as crianas que procuram ovos escondidos pela casa no dia de Pscoa.
Existem muitas teorias a respeito da origem do coelho da Pscoa, mas, a que talvez faa mais sentido, est na cultura pag europeia. O ovo est intrinsecamente ligado deusa mitolgica da Germnia, Ostara, da fertilidade, conhecida como Easter (em ingls) e Ostern (em alemo). Em alemo, a propsito, coelho da Pscoa osterhase. A estria descreve a deusa Ostara transformando um pssaro em coelho para divertir algumas crianas. Porm, o pssaro no estava feliz e Ostara devolve sua forma original, ento, como forma de agradecimento, o pssaro deixa alguns ovos coloridos para as crianas.
ando pelas mitologias e teorias pags sobre a Pscoa, o que realmente nos interessa que esta celebrao remonta a tradio judaica do Pessach (agem, em hebraico). Tradio relatada no captulo 12 do livro de xodo, onde se celebra a agem da escravido do povo hebreu no Egito, para a liberdade na Terra prometida. O Pessach celebrado por oito dias no stimo ms do calendrio judaico, tempo em que as famlias se renem e ceiam em comunho, lembrando a ao de Deus em seu favor.
A perspectiva bblica da ceia pascal no Novo Testamento est baseada na morte e na ressurreio de Jesus e celebra a unidade da igreja promovida por este milagre (1Co.10-14), esta unidade transcende e deve transcender todas as divises que fazem parte do imaginrio ideolgico do mundo. A base da vida social crist est na comunho da igreja e de suas famlias, porm, a base da vida social secular o impulso instintivo da separao. Parece natural que nossas individualidades se sobreponham aos processos coletivos, porm, o evangelho nos mostra, de maneira bastante subversiva, que, em Cristo, todas as barreiras foram derrubadas e que a unidade da igreja a extenso exata do corpo material de Jesus. na comunho da igreja com o seu Senhor, que vemos a criao de uma nova humanidade. Russel Shedd explana a unidade desta nova humanidade no conceito de solidariedade da raa1 , ou, ainda, temos o conceito, trabalhado por H. Wheeler Robinson2 , de personalidade corporativa. A humanidade solidria a Ado a humanidade cada que perdeu seu propsito original e que est debaixo do juzo de Deus, enquanto, a nova humanidade solidria a Jesus3 rompe as trevas avanando para a luz e tem restaurado o propsito original de Deus para a humanidade, ser uma famlia homognea, unida, fraterna e solidria.
O apstolo Paulo no poderia se furtar deste tema, observando os caminhos tortuosos que a igreja estava traando, copiando, em suas reunies, a cultura e as intenes da antiga estrutura de pensamento humano. Paulo chama a ateno da igreja para uma nova forma de ao promovida por esta nova humanidade construda em Cristo Jesus. Assim, em Cristo, foram derrubadas as barreiras que nos separavam, e tanto a circunciso, quanto a incircunciso so nada e o que importa que nos comportemos como nova criao (Gl 6.15,14). As divises humanas entre judeus e gentios ficaram no ado (Ef 2.11), os dois inimigos agora esto unidos como um s corpo (Ef 2.16). Na circunciso promovida por Jesus somos libertos das amarras do pecado e podemos lutar contra a natureza pecaminosa que nos impulsiona a divises, discrdias, faces e infidelidades (Cl 2.11). Antes ramos estrangeiros e agora somos concidados dos santos e membros da famlia de Deus (Ef 2.19). Edificados para ser morada do Esprito Santo de Deus (Ef 2.22).

A ceia do Senhor torna-se, ento, a confisso de f material desta nova criao, desta nova humanidade selada e circuncidada em Cristo Jesus. na comunho dos irmos que vemos ativo, material e espiritualmente, o corpo de Cristo em movimento. E como prazeroso pertencer e perceber a movimentao da unidade (Sl 133), da unicidade, da ao amorosa de Jesus por meio de sua igreja, slida, unssona, fraterna, piedosa e humilde.
Olhando para o Cristo e sua prtica, notamos uma teologia de pernas longas ligadas ao corpo e cabea. Ela ao mesmo tempo pregao, vida comum e obedincia. Ela composta da preocupao de Deus. Preocupao com a justia na vida comum, com a reconciliao entre os homens e Ele mesmo (individual e coletiva), com a libertao dos pecados da vida material e espiritual e com as opresses emocionais e espirituais vividas por todos. A prxis de Jesus envolve um olhar integral dos seres humanos, suas emoes (alma), sua relao com Deus (esprito) e sua vida material (corpo). Quando a igreja vive estes aspectos da prxis de Jesus ela a a ser fisicamente o Cristo encarnado. O Cristo deixa de ser meramente mstico, separado, distante e a a ser vivo e presente para os que creem e para os que ainda crero.
Mas como podemos alcanar este to maravilhoso grau de maturidade espiritual, que nos faz renunciar a nossos impulsos individuais pecaminosos? Simples, porm, complexo. Buscando o nico dom do Esprito capaz de mudar-nos por completo, o amor. O captulo 13 de 1Corntios diz isso, no se pode mudar o pensamento mundano separatista com o dom de lnguas espirituais, no se pode avanar apenas focados em profecias e em nos dedicar a conhecer todos os mistrios da vida, e mesmo que tenha f suficiente para mudar montanhas de lugar, se no tivermos amor de nada valeria, seramos como um metal que soa e um prato que retine. O amor o dom que pode mudar todas as estruturas destrutivas do pecado, pois, ele paciente; benigno; humilde; decente; abnegado; perdoador, justo e verdadeiro. Os que amam sabem que este dom nunca poder ser vencido, pois tudo sofre, tudo cr, tudo espera e tudo a. a nica coisa que depois de tudo consumado permanecer. S o amor capaz de nos mostrar todas as verdades de Deus, s ele pode nos fazer amadurecer como Jesus e s ele pode nos proporcionar uma famlia coesa, fraterna, que produz alimentao espiritual forte e sadia, somente o amor nos far sair da exclusividade nociva, para uma vida inclusiva e compartilhada.
necessrio amar para mudar nossa mente e transformar tudo o que est nossa volta e assim poderemos experimentar a boa, agradvel e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2).
Notas
1. Shedd, Russell P. O homem em comunidade: a solidariedade da raa na teologia paulina. Vida Nova. So Paulo, 2018.
2. Robinson, H. Wheeler. Corporate Personality in Ancient Israel. Clark Publishers. 1973.
3. Padilla C. Ren. Misso Integral: o reino de Deus e a igreja. Editora Ultimato. Viosa, MG. 2014.
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Reconhecer que necessrio dar graas pela igreja a que e a que ser (igreja triunfante) pode ser uma chave para nos aproximar da comunidade dos fiis, nestes dias em que a confiana nas igrejas e a frequncia nelas esto em baixa. Ter feito as pazes com Deus por meio de Jesus Cristo, ter a sua presena prxima, experimentar isso este o maior motivo de gratido.
disso que se trata a edio 406 da revista Ultimato. Para , clique aqui.
Saiba mais:
Os ltimos Dias de Jesus: O que de fato aconteceu?, N. T. Wright; Craig A. Evans
Relembre Porque Ele vive, playlista de Pscoa da RTM em parceria com Ultimato. Oua aqui.
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Tetelestai: misso cumprida, por Jorge Cruz

Existem muitas teorias a respeito da origem do coelho da Pscoa, mas, a que talvez faa mais sentido, est na cultura pag europeia. O ovo est intrinsecamente ligado deusa mitolgica da Germnia, Ostara, da fertilidade, conhecida como Easter (em ingls) e Ostern (em alemo). Em alemo, a propsito, coelho da Pscoa osterhase. A estria descreve a deusa Ostara transformando um pssaro em coelho para divertir algumas crianas. Porm, o pssaro no estava feliz e Ostara devolve sua forma original, ento, como forma de agradecimento, o pssaro deixa alguns ovos coloridos para as crianas.
ando pelas mitologias e teorias pags sobre a Pscoa, o que realmente nos interessa que esta celebrao remonta a tradio judaica do Pessach (agem, em hebraico). Tradio relatada no captulo 12 do livro de xodo, onde se celebra a agem da escravido do povo hebreu no Egito, para a liberdade na Terra prometida. O Pessach celebrado por oito dias no stimo ms do calendrio judaico, tempo em que as famlias se renem e ceiam em comunho, lembrando a ao de Deus em seu favor.
A perspectiva bblica da ceia pascal no Novo Testamento est baseada na morte e na ressurreio de Jesus e celebra a unidade da igreja promovida por este milagre (1Co.10-14), esta unidade transcende e deve transcender todas as divises que fazem parte do imaginrio ideolgico do mundo. A base da vida social crist est na comunho da igreja e de suas famlias, porm, a base da vida social secular o impulso instintivo da separao. Parece natural que nossas individualidades se sobreponham aos processos coletivos, porm, o evangelho nos mostra, de maneira bastante subversiva, que, em Cristo, todas as barreiras foram derrubadas e que a unidade da igreja a extenso exata do corpo material de Jesus. na comunho da igreja com o seu Senhor, que vemos a criao de uma nova humanidade. Russel Shedd explana a unidade desta nova humanidade no conceito de solidariedade da raa1 , ou, ainda, temos o conceito, trabalhado por H. Wheeler Robinson2 , de personalidade corporativa. A humanidade solidria a Ado a humanidade cada que perdeu seu propsito original e que est debaixo do juzo de Deus, enquanto, a nova humanidade solidria a Jesus3 rompe as trevas avanando para a luz e tem restaurado o propsito original de Deus para a humanidade, ser uma famlia homognea, unida, fraterna e solidria.
O apstolo Paulo no poderia se furtar deste tema, observando os caminhos tortuosos que a igreja estava traando, copiando, em suas reunies, a cultura e as intenes da antiga estrutura de pensamento humano. Paulo chama a ateno da igreja para uma nova forma de ao promovida por esta nova humanidade construda em Cristo Jesus. Assim, em Cristo, foram derrubadas as barreiras que nos separavam, e tanto a circunciso, quanto a incircunciso so nada e o que importa que nos comportemos como nova criao (Gl 6.15,14). As divises humanas entre judeus e gentios ficaram no ado (Ef 2.11), os dois inimigos agora esto unidos como um s corpo (Ef 2.16). Na circunciso promovida por Jesus somos libertos das amarras do pecado e podemos lutar contra a natureza pecaminosa que nos impulsiona a divises, discrdias, faces e infidelidades (Cl 2.11). Antes ramos estrangeiros e agora somos concidados dos santos e membros da famlia de Deus (Ef 2.19). Edificados para ser morada do Esprito Santo de Deus (Ef 2.22).

A ceia do Senhor torna-se, ento, a confisso de f material desta nova criao, desta nova humanidade selada e circuncidada em Cristo Jesus. na comunho dos irmos que vemos ativo, material e espiritualmente, o corpo de Cristo em movimento. E como prazeroso pertencer e perceber a movimentao da unidade (Sl 133), da unicidade, da ao amorosa de Jesus por meio de sua igreja, slida, unssona, fraterna, piedosa e humilde.
Olhando para o Cristo e sua prtica, notamos uma teologia de pernas longas ligadas ao corpo e cabea. Ela ao mesmo tempo pregao, vida comum e obedincia. Ela composta da preocupao de Deus. Preocupao com a justia na vida comum, com a reconciliao entre os homens e Ele mesmo (individual e coletiva), com a libertao dos pecados da vida material e espiritual e com as opresses emocionais e espirituais vividas por todos. A prxis de Jesus envolve um olhar integral dos seres humanos, suas emoes (alma), sua relao com Deus (esprito) e sua vida material (corpo). Quando a igreja vive estes aspectos da prxis de Jesus ela a a ser fisicamente o Cristo encarnado. O Cristo deixa de ser meramente mstico, separado, distante e a a ser vivo e presente para os que creem e para os que ainda crero.
Mas como podemos alcanar este to maravilhoso grau de maturidade espiritual, que nos faz renunciar a nossos impulsos individuais pecaminosos? Simples, porm, complexo. Buscando o nico dom do Esprito capaz de mudar-nos por completo, o amor. O captulo 13 de 1Corntios diz isso, no se pode mudar o pensamento mundano separatista com o dom de lnguas espirituais, no se pode avanar apenas focados em profecias e em nos dedicar a conhecer todos os mistrios da vida, e mesmo que tenha f suficiente para mudar montanhas de lugar, se no tivermos amor de nada valeria, seramos como um metal que soa e um prato que retine. O amor o dom que pode mudar todas as estruturas destrutivas do pecado, pois, ele paciente; benigno; humilde; decente; abnegado; perdoador, justo e verdadeiro. Os que amam sabem que este dom nunca poder ser vencido, pois tudo sofre, tudo cr, tudo espera e tudo a. a nica coisa que depois de tudo consumado permanecer. S o amor capaz de nos mostrar todas as verdades de Deus, s ele pode nos fazer amadurecer como Jesus e s ele pode nos proporcionar uma famlia coesa, fraterna, que produz alimentao espiritual forte e sadia, somente o amor nos far sair da exclusividade nociva, para uma vida inclusiva e compartilhada.
necessrio amar para mudar nossa mente e transformar tudo o que est nossa volta e assim poderemos experimentar a boa, agradvel e perfeita vontade de Deus (Rm 12.2).
Notas
1. Shedd, Russell P. O homem em comunidade: a solidariedade da raa na teologia paulina. Vida Nova. So Paulo, 2018.
2. Robinson, H. Wheeler. Corporate Personality in Ancient Israel. Clark Publishers. 1973.
3. Padilla C. Ren. Misso Integral: o reino de Deus e a igreja. Editora Ultimato. Viosa, MG. 2014.
- Joo Paulo Gouva apresentador da RTM Brasil, autor de Corpo e Sangue (RTM Editora), pastor da Igreja Batista Chcara Flora, em So Paulo, SP, e professor no Seminrio Batista Mizp.

Reconhecer que necessrio dar graas pela igreja a que e a que ser (igreja triunfante) pode ser uma chave para nos aproximar da comunidade dos fiis, nestes dias em que a confiana nas igrejas e a frequncia nelas esto em baixa. Ter feito as pazes com Deus por meio de Jesus Cristo, ter a sua presena prxima, experimentar isso este o maior motivo de gratido.
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Os ltimos Dias de Jesus: O que de fato aconteceu?, N. T. Wright; Craig A. Evans
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