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09 de maio de 2025
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Paul Tournier e a Bblia 23m16
A igreja est na terra por causa da culpa, mas tambm, e principalmente, por causa da graa
Por Jos Cssio Martins
Focalizar culpa e graa como assistir a um eclipse. H o lado claro e o lado escuro, seja num eclipse do sol, seja num da lua. No penso tanto no eclipse total, e sim, no parcial. Podemos dizer que um eclipse um jogo de chiaroscuro, como diriam os italianos. Esta uma realidade comum da vida.
A experincia de quem conhece a graa divina incomparvel. Em 1965, tive a felicidade de conhecer Paul Tournier, ento preletor visitante no Union Theological Seminary, em Richmond, nos Estados Unidos.
Por Jos Cssio Martins

A universalidade da culpa
A culpa e a graa tambm fazem um jogo de chiaroscuro. Consideraremos a graa como a parte clara e a culpa como a escura. Em seu livro Culpa e Graa, Paul Tournier fala da universalidade da culpa. E esta universalidade to notria que cada cristo poderia contar sua prpria histria, uma histria de noites sem sono, em orao e luta, como quem quer despir-se de uma espcie de camisa de fora; uma luta em busca de paz.
Existe um eclipse da graa no mundo e na igreja, e preciso desfaz-lo. urgente iluminar o lado escuro da vida humana. Na dcada de 50 presencivamos, muito mais do que agora, o movimento chamado de avivamento e despertamento. A minha experincia, como a de muita gente, foi de que aquilo que poderia e prometia ser uma grande libertao era, de fato, uma priso ainda mais forte, aumentando a presso da culpa, o medo de um Deus punitivo, que exige uma retido que Ele prprio sabe que ningum poder apresentar. Tudo isso resultava num sofrimento inigualvel. Quantos e quantos ainda esto vivendo essa experincia terrvel, sem perceber que o Deus da Bblia no nosso perseguidor nem inimigo, mas, sim, nosso grande e melhor amigo e Salvador!
A experincia de quem conhece a graa divina incomparvel. Em 1965, tive a felicidade de conhecer Paul Tournier, ento preletor visitante no Union Theological Seminary, em Richmond, nos Estados Unidos.
Um belo dia estvamos, minha esposa e eu, no saguo do seminrio, olhando o quadro de avisos, onde deparamos com um cartaz anunciando a presena do Dr. Tournier ali, j na semana seguinte.
A cabea calva s tinha cabelos dos lados. O rosto sereno e risonho, os olhos claros e brilhantes na foto que ilustrava o cartaz comunicava um "que" de acolhida, como se j prometessem contar algum segredo, e dos bons. E quando o homenzinho comeou a falar, uma espcie de atmosfera espiritualmente perfumada nos envolveu. Sentimos que ele era instrumento de algo muito diferente que chegava para nosso esprito, para nossa alma. Em duas jornadas, falou do significado das pessoas e do significado e dinmica da culpa, a verdadeira e a falsa. Ouvamos aquilo pela primeira vez e foi como chuva no deserto, estimulando a volta da vegetao e da vida.

A culpa pode ser chamada de "doena nica", ou "pecado capital", uma vez que ela est por trs de praticamente todos os atendimentos teraputicos e pastorais que se tem conduzido. Aparece nas formas mais variadas, em disfarces surpreendentes. Consciente, custica, ou inconsciente e esquecida, como mencionou o pastor Carlos Lachler, l est ela. A pessoa se sente culpada e j nem sabe de que. grande o trabalho de nos comunicarmos com a parte s e livre que est por trs da culpa. Mas demos graas a Deus porque este lado so e livre l est, espera de resgate.
Esta "doena nica e universal" no s questo de cliente psicolgico. Tambm no s de crente no gabinete pastoral. O terapeuta sentado frente de seu cliente e o pastor-conselheiro diante de sua ovelha-consulente tambm no esto livres dela. Ningum escapa! Estamos todos no mesmo barco. Se no, por que foi que Paulo se queixou de si mesmo em Romanos 7, dizendo no fazer o bem que queria, e sim, o mal que detestava">, Peter van Inwagen
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