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Opinio 3pp3w

Entre "Lees e Cordeiros" 4u41m

Eugnio Petraconi

Esta mensagem at poderia ter partido de um dos milhares de plpitos cristos espalhados pelo mundo, tanto pelo teor apocalptico quanto pelo tom retrico e desafiador. Afinal, , a meu ver, o tipo de exortao mais afinado com os propsitos do evangelho: uma tomada de conscincia pessoal que se revela em um movimento para fora, em direo coletividade. O compromisso de negar-se e voltar-se para o outro.

No entanto, talvez para minha vergonha (e/ou para vergonha de muitos), no ouvi a frase que me cativou os sentidos em plpitos ou sermes televisivos. Tampouco a li em livros. Trata-se do ponto chave de um filme, reconhecidamente um produto da indstria cultural, pleno de paradoxos e intrinsecamente ambguo.

O filme em questo o recm lanado Lees e Cordeiros (Lions for Lambs, Estados Unidos, 2007), dirigido pelo j septuagenrio Robert Redford e estrelado por Meryl Streep, Tom Cruise e pelo prprio diretor. O tema central a guerra ao terror perpetrada pelo governo dos Estados Unidos. A trama se divide em trs narrativas inter-relacionadas: em Washington, uma jornalista (Streep) entrevista um jovem senador republicano (Cruise) cotado como sucessor de George W. Bush; em uma universidade da Califrnia, um professor idealista (Redford) tenta convencer um estudante (o estreante Andrew Garfield) a direcionar seu potencial para causas mais nobres; no Afeganisto, dois soldados (Michael Pen e Derek Luke) lutam pela vida aps uma tentativa frustrada de conquistar uma montanha infestada de talebs.

Os soldados so o fio condutor da estria. Ex-alunos e discpulos espirituais de Redford, eles so parte de um esquadro enviado em uma misso suicida por conta de uma nova estratgia de guerra elaborada pelo jovem senador. Este tenta convencer a jornalista a noticiar o fato como o golpe derradeiro sobre o terrorismo, apesar das desconfianas e do ceticismo dela. A deciso da jornalista crucial para a deciso do estudante. E assim o ciclo se encerra. Ou quase isso.

Lees e Cordeiros no se reduz ao mero entretenimento. Antes, desafia. No uma obra memorvel no que diz respeito tcnica cinematogrfica poderia muito bem ter sido produzido para a TV. As imagens at auxiliam, mas no dizem l muita coisa. So as palavras que incomodam. So elas que nos fazem pensar.

Mais do que desferir um golpe certeiro no governo reacionrio de Bush, o filme tenta revolver as prprias entranhas do nosso modus vivendi ocidental, embebido em um pragmatismo simplista, um idealismo hipcrita e um pseudo-cristianismo. O filme perscruta os valores e as motivaes que movem e alimentam a nossa sociedade e apresenta o resultado de sua anlise: somos seres cauterizados, movidos por necessidades que julgamos essenciais e imprescindveis, mesmo quando no o so. Vivemos em uma sociedade em que reina um tipo de ideologia de classe-mdia cujo veneno nos entorpece. Buscamos o sucesso financeiro, o consumo desenfreado, o status e o cio. No temos tempo para valores do esprito. No temos, e por vezes nem queremos, esforo de tipo algum. No queremos agir. No temos uma misso.

O filme de Redford, tratando de questes especficas da experincia norte-americana, fala do todo, das mais variadas esferas da existncia contempornea. O filme expe as conseqncias do individualismo moderno e retoma a discusso a respeito do consumismo. Ele atualiza para a fico a perspectiva que j vinha sendo tratada de forma magistral pelo documentarista Michael Moore (Tiros em Columbine, Roger e Eu, Fahrenheit 11/9). Para Redford, o problema da sociedade atual est intimamente relacionado com o consumismo. E este ponto o filme aborda muito bem. O objetivo da sociedade como um todo seria o de consumir, e consumir cada vez mais. Nossa poltica, nossa economia e nossa ideologia estariam voltadas to somente para a satisfao desta necessidade voraz. Despertando o nosso consumismo, nos tornaramos seres inertes (algo como dar muita comida para uma pessoa j obesa e assim evitar que ela tenha foras para se mover com liberdade). Certamente, esta uma percepo interessante.

Desde o universitrio que se torna descrente e se entrega curtio, at a jornalista que reluta em denunciar e ir contra a mar, com medo de perder uma carreira de sucesso e tranqilidade, so as motivaes que, definindo a ao, engendram o problema e subvertem a tica. Para o filme, o consumismo entorpece. E se entorpece, gera letargia. E se gera letargia, aniquila a ao e extermina o esforo. E sem esforo, no pode haver vida.

Por se tratar de um filme mais panfletrio do que propriamente analtico, Lees e Cordeiros nos prope como soluo um retorno ao, valorizao do esforo, tentativa de gerar e fortalecer a esperana. Que cada leitor assista ao filme e tire suas prprias concluses. Mas que as tire. Que se envolva. Que reflita. Em suma, que se esforce.


Eugenio Petraconi jornalista emembro da Igreja Batista da Redeno, em Belo Horizonte, MG. www.petraconi.com

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