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13 de setembro de 2017
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Como lutar contra o pecado 1r6aj
Por Ronaldo Lidrio
Quando um homem se torna melhor, compreende cada vez mais claramente o mal que ainda existe em si. Quando um homem se torna pior, percebe cada vez menos a sua prpria maldade
(C. S. Lewis)
A integridade denuncia o pecado
A humildade um claro sinal de maturidade crist na jornada em busca de uma vida ntegra, pois fruto da compreenso da nossa total dependncia de Deus. Quanto mais buscamos uma vida ntegra na presena de Deus, mais somos confrontados pelo Esprito nas reas da nossa alma que precisam de conserto, perdo, libertao e cura. E esse confronto gera um esprito de humildade, pois percebemos quem somos e o quanto necessitamos do Senhor em nossas vidas. Outro sinal de maturidade crist o contentamento, pois no nos aproximamos do sol ao meio dia sem percebermos a sua luz. Ao nos aproximarmos do Senhor perceberemos, sempre, a Sua bondade nas pequenas e derradeiras coisas da vida. Se voc deseja avaliar o crescimento espiritual de um amigo, ou seu prprio, observe a humildade o contentamento.
Devemos lembrar que a busca pela integridade denuncia o pecado. Richard Baxter, telogo e homem piedoso, autor de mais de 130 livros, afirma em seu livro O pastor aprovado que " mais fcil julgar o pecado que domin-lo e desafia-nos a vigiarmos para "no suceder que convivamos com os mesmos pecados contra os quais pregamos. Em Gn 17:1, lemos que Deus disse a Abrao: Eu sou o Deus todo poderoso; anda na minha presena e s perfeito. Andar na presena de Deus leva-nos ao caminho da perfeio na mesma medida que andar em Sua presena aponta de forma clara as nossas imperfeies.
No processo de santidade o pecado precisa ser denunciado. No nos tribunais humanos ou nas conversas de bastidores, mas no encontro do pecador com Jesus. Um dos grandes desafios cristos definirmos o pecado biblicamente (aquilo que terrivelmente nos afasta de Deus) e no sociologicamente, em uma escala de intensidade daquilo que mais ou menos aceito pela sociedade. Ao falarmos de pecado vem nossa mente o que rotulamos como pior ou inaceitvel, como o roubo, a traio e o assassinato. Outras sociedades tambm possuem suas compreenses do pecado em diferentes graus de intensidade. Entre os Konkombas de Gana o maior pecado mentir. Entre vrios indgenas da Amaznia ser avarento, ou sovina, como se referem. preciso, porm, observar que o pecado, mesmo no embutido de um simbolismo socialmente degradante, igualmente nos afasta de Deus. Facilmente censuramos a embriaguez, mas no confrontamos a gula. Apontamos para a falta de domnio prprio nas exploses fsicas e verbais, mas convivemos pacificamente com a inveja. Iramos contra a corrupo pblica, mas somos tolerantes com as trocas e a manipulao poltica na igreja.
Qual o o principal para uma vida ntegra e santa?
Quando Paulo nos advertiu dizendo que a carne luta contra o Esprito e este contra a carne, enfatiza que no derrotaremos a carne lutando contra a carne. A carne ser derrotada ao sermos cheios do Esprito (Gl 5.17). Isto no dilui a necessidade de estarmos alertas, pois somos encorajados a resistir ao pecado (1Co 10:13), visto que o pecado est porta e a ns cumpre domin-lo (Gn 4.7). Significa que os processos de transformao que contrariam a carne se daro pela presena e atuao do Esprito Santo em nossas vidas e possivelmente uma das primeiras aes do Esprito injetar repdio ao pecado em nosso corao. O maior o para uma vida ntegra e santa sermos cheios do Esprito.
Homens maduros e com longo tempo de liderana do povo de Deus sistematicamente nos alertam para o cuidado com a vida devocional. Richard Cecil expressa que o principal defeito dos ministros cristos est centrado na deficincia quanto ao hbito devocional. Edward Bounds, citando Robert Murray McCheyne em seu belo texto Comece o dia em orao, alerta: Eu sinto que muito melhor comear com Deus ver a Sua face primeiro, elevar a minha alma para junto do Senhor antes de me aproximar dos outros.
Joo Calvino, reformador e telogo, registra nas Institutas da religio crist que Ns no somos nossos, portanto no definamos nossos prprios planos e caminhos de acordo com a nossa vontade. Ns no somos nossos, portanto lutemos para esquecer de ns mesmos e de tudo o que nosso. Somos de Deus, vivamos para Ele e morramos para Ele. Somos de Deus, assim deixemos que a Sua sabedoria guie nossas aes. Somos de Deus, portanto busquemos que o maior alvo de nossas vidas seja, em todas as coisas, irmos ao Seu encontro.
Quando meu servio ao Senhor substitui meu tempo com ele
Para os lderes cristos uma das maiores barreiras para uma vida devocional o prprio ministrio. Por possuirmos um envolvimento integral com o ministrio, fcil no termos tempo para a orao, leitura e reflexo pessoal e devocional na Palavra, pois estamos ocupados trabalhando para Ele. Tento manter minha mente dirigida pelo comentrio de Jesus sobre Marta e Maria. O trabalho que Marta realizava era legtimo, valioso e honroso. Era para o Mestre. Ela desejava ter a casa arrumada e a comida pronta. Ela desejava servir a Jesus e o fazia com competncia. Maria, porm, estava aos Seus ps e esta escolheu a melhor parte. O servio que posso prestar para o Senhor jamais deve substituir minha vida com Ele e meu tempo com Ele. A melhor parte a que Jesus se refere no est ligada to somente ao desejo do Mestre, mas sim necessidade de Maria. Ela precisava estar aos Seus ps.
A melhor parte no apenas um ritual que agrada a Deus, mas tambm um elemento que sacia a nossa alma e nos d direo. Sem estarmos com Ele, o servio eventualmente tambm perecer. Teremos perdido a viso do alto, o rumo certo, as motivaes bblicas que antes estavam em nossos coraes, a brandura no relacionamento, a paixo por Ele e pelos perdidos. Teremos, enfim, apenas uma casa bem arrumada, com uma mesa posta, bonita, e comida quente. E s.
Devemos lidar com o pecado tanto em uma esfera subjetiva, suas motivaes e tendncias, como de forma prtica e objetiva. C. S. Lewis nos fala sobre o autoengano que interage com o pecado quando afirma que um homem mediocremente mau sabe que no muito bom; um homem inteiramente mau pensa que justo . Expe, assim, a mundana tendncia de lidarmos com o pecado atravs de iluses e fantasias, no da verdade.
Creio que boa parte dos problemas ligados vida crist, liderana e relacionamentos, resultado de questes espirituais. Observando de longe, percebe-se o conflito entre pessoas, a dificuldade em perdoar, a complexidade das demandas, a intolerncia pessoal e os erros recorrentes. A raiz desses processos, porm, espiritual. No so consertados por livros de autoajuda ou pelo estudo das vinte regras para tornar-se um bom cristo. So coisas do corao. Boa parte dos conflitos que drenam nosso tempo e energia no aconteceria se, na luta contra o pecado, tivssemos uma vida devocional melhor se estivssemos aos Seus ps e no apenas arrumando a casa.
Leia mais
O pecado o castigo do pecado
O pecado de Lcifer
Pecado, a doena da alma
Um Ano com Jesus - Leituras e Meditaes Dirias [Eugene H. Peterson]
Refeies Dirias com os Discpulos Devocionrio [Elben M. Lenz Csar]
Quando um homem se torna melhor, compreende cada vez mais claramente o mal que ainda existe em si. Quando um homem se torna pior, percebe cada vez menos a sua prpria maldade
(C. S. Lewis)
A integridade denuncia o pecado

Devemos lembrar que a busca pela integridade denuncia o pecado. Richard Baxter, telogo e homem piedoso, autor de mais de 130 livros, afirma em seu livro O pastor aprovado que " mais fcil julgar o pecado que domin-lo e desafia-nos a vigiarmos para "no suceder que convivamos com os mesmos pecados contra os quais pregamos. Em Gn 17:1, lemos que Deus disse a Abrao: Eu sou o Deus todo poderoso; anda na minha presena e s perfeito. Andar na presena de Deus leva-nos ao caminho da perfeio na mesma medida que andar em Sua presena aponta de forma clara as nossas imperfeies.
No processo de santidade o pecado precisa ser denunciado. No nos tribunais humanos ou nas conversas de bastidores, mas no encontro do pecador com Jesus. Um dos grandes desafios cristos definirmos o pecado biblicamente (aquilo que terrivelmente nos afasta de Deus) e no sociologicamente, em uma escala de intensidade daquilo que mais ou menos aceito pela sociedade. Ao falarmos de pecado vem nossa mente o que rotulamos como pior ou inaceitvel, como o roubo, a traio e o assassinato. Outras sociedades tambm possuem suas compreenses do pecado em diferentes graus de intensidade. Entre os Konkombas de Gana o maior pecado mentir. Entre vrios indgenas da Amaznia ser avarento, ou sovina, como se referem. preciso, porm, observar que o pecado, mesmo no embutido de um simbolismo socialmente degradante, igualmente nos afasta de Deus. Facilmente censuramos a embriaguez, mas no confrontamos a gula. Apontamos para a falta de domnio prprio nas exploses fsicas e verbais, mas convivemos pacificamente com a inveja. Iramos contra a corrupo pblica, mas somos tolerantes com as trocas e a manipulao poltica na igreja.
Qual o o principal para uma vida ntegra e santa?
Quando Paulo nos advertiu dizendo que a carne luta contra o Esprito e este contra a carne, enfatiza que no derrotaremos a carne lutando contra a carne. A carne ser derrotada ao sermos cheios do Esprito (Gl 5.17). Isto no dilui a necessidade de estarmos alertas, pois somos encorajados a resistir ao pecado (1Co 10:13), visto que o pecado est porta e a ns cumpre domin-lo (Gn 4.7). Significa que os processos de transformao que contrariam a carne se daro pela presena e atuao do Esprito Santo em nossas vidas e possivelmente uma das primeiras aes do Esprito injetar repdio ao pecado em nosso corao. O maior o para uma vida ntegra e santa sermos cheios do Esprito.
Homens maduros e com longo tempo de liderana do povo de Deus sistematicamente nos alertam para o cuidado com a vida devocional. Richard Cecil expressa que o principal defeito dos ministros cristos est centrado na deficincia quanto ao hbito devocional. Edward Bounds, citando Robert Murray McCheyne em seu belo texto Comece o dia em orao, alerta: Eu sinto que muito melhor comear com Deus ver a Sua face primeiro, elevar a minha alma para junto do Senhor antes de me aproximar dos outros.
Joo Calvino, reformador e telogo, registra nas Institutas da religio crist que Ns no somos nossos, portanto no definamos nossos prprios planos e caminhos de acordo com a nossa vontade. Ns no somos nossos, portanto lutemos para esquecer de ns mesmos e de tudo o que nosso. Somos de Deus, vivamos para Ele e morramos para Ele. Somos de Deus, assim deixemos que a Sua sabedoria guie nossas aes. Somos de Deus, portanto busquemos que o maior alvo de nossas vidas seja, em todas as coisas, irmos ao Seu encontro.
Quando meu servio ao Senhor substitui meu tempo com ele
Para os lderes cristos uma das maiores barreiras para uma vida devocional o prprio ministrio. Por possuirmos um envolvimento integral com o ministrio, fcil no termos tempo para a orao, leitura e reflexo pessoal e devocional na Palavra, pois estamos ocupados trabalhando para Ele. Tento manter minha mente dirigida pelo comentrio de Jesus sobre Marta e Maria. O trabalho que Marta realizava era legtimo, valioso e honroso. Era para o Mestre. Ela desejava ter a casa arrumada e a comida pronta. Ela desejava servir a Jesus e o fazia com competncia. Maria, porm, estava aos Seus ps e esta escolheu a melhor parte. O servio que posso prestar para o Senhor jamais deve substituir minha vida com Ele e meu tempo com Ele. A melhor parte a que Jesus se refere no est ligada to somente ao desejo do Mestre, mas sim necessidade de Maria. Ela precisava estar aos Seus ps.
A melhor parte no apenas um ritual que agrada a Deus, mas tambm um elemento que sacia a nossa alma e nos d direo. Sem estarmos com Ele, o servio eventualmente tambm perecer. Teremos perdido a viso do alto, o rumo certo, as motivaes bblicas que antes estavam em nossos coraes, a brandura no relacionamento, a paixo por Ele e pelos perdidos. Teremos, enfim, apenas uma casa bem arrumada, com uma mesa posta, bonita, e comida quente. E s.
Devemos lidar com o pecado tanto em uma esfera subjetiva, suas motivaes e tendncias, como de forma prtica e objetiva. C. S. Lewis nos fala sobre o autoengano que interage com o pecado quando afirma que um homem mediocremente mau sabe que no muito bom; um homem inteiramente mau pensa que justo . Expe, assim, a mundana tendncia de lidarmos com o pecado atravs de iluses e fantasias, no da verdade.
Creio que boa parte dos problemas ligados vida crist, liderana e relacionamentos, resultado de questes espirituais. Observando de longe, percebe-se o conflito entre pessoas, a dificuldade em perdoar, a complexidade das demandas, a intolerncia pessoal e os erros recorrentes. A raiz desses processos, porm, espiritual. No so consertados por livros de autoajuda ou pelo estudo das vinte regras para tornar-se um bom cristo. So coisas do corao. Boa parte dos conflitos que drenam nosso tempo e energia no aconteceria se, na luta contra o pecado, tivssemos uma vida devocional melhor se estivssemos aos Seus ps e no apenas arrumando a casa.
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O pecado o castigo do pecado
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Pecado, a doena da alma
Um Ano com Jesus - Leituras e Meditaes Dirias [Eugene H. Peterson]
Refeies Dirias com os Discpulos Devocionrio [Elben M. Lenz Csar]
Ronaldo Lidrio telogo e antroplogo, missionrio (APMT e WEC) entre grupos pouco ou no evangelizados. organizador de Indgenas do Brasil -- avaliando a misso da igreja e A Questo Indgena -- Uma Luta Desigual.
- Textos publicados: 50 [ver]
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