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Tempo de permanecer 72641n

PorVacilius Santos
Estamos em tempos difceis, e agora com um peso maior sobre os ltimos dias. H um tom apocalptico no ar. Os dias so mais cinzas, a esperana parece desvanecer, e para muitas famlias ela j no existe.
Como pastorear nestes ltimos dias de tempos difceis?
Tu, porm, s sbrio em todas as coisas, a os sofrimentos, faze a obra dum evangelista, desempenha bem o teu ministrio (2 Tm 4:5).
As palavras acima, que desafiam o pastor sobriedade em meio ao sofrimento, emergem junto de uma lista de pecados que marcam um estilo de vida irreverente e sem temor, no captulo anterior. Captulo esse que comea com a expresso: ...nos ltimos dias, sobreviro tempos difceis.
neste ambiente com tons apocalpticos e de sofrimento que deve florescer a perseverana. A perseverana que no considera uma esperana imediatista. A perseverana que no a teimosia em velhos hbitos, de quem ainda no discerniu as pocas.
O estilo de vida de nossos primeiros irmos e tambm os primeiros pastores da Igreja mostram-nos o caminho da perseverana (Atos 2.42-47). Antes de termos uma carta pastoral que fala sobre o sofrimento (2 Tm. 4:5), j havia uma igreja experimentada no sofrimento e que desfrutou da bno ensinada pelo prprio Jesus alguns anos antes: Aquele que permanece em mim, e no qual eu permaneo, d muito fruto, pois sem mim nada podeis fazer (Joo 15:5)
Em tempos de tribulaes, de anormalidades, de desafios, de incertezas, de angstias, de perdas... preciso permanecer nEle e em sua vontade. No simplesmente acreditar que vai ficar tudo bem.
E a perseverana que resulta disso tem lugar na doutrina, na comunho, no partir do po e na orao.
O que esta perseverana requer do pastor a priori? Falamos que requer de ns, os pastores, porque na simbiose do relacionamento que as ovelhas am a viver, pois assim vive o pastor. Ou seja, a perseverana daqueles que so o modelo acaba por ser a marca tambm da comunidade dos discpulos. Juntos perseveram. E disso que precisamos nestes dias.
O caminho da perseverana a pelo zelo no ensino e na pregao. Eles perseveravam na doutrina. A Palavra de Deus, a Bblia, que ser o alimento dirio do povo. E nossa era digital alia-se a esta tarefa. Podemos enviar reflexes bblicas. E, se o fazemos de forma criativa, podemos provocar a interao e um alcance ainda mais significativo.
Eles tambm perseveravam na comunho. Estavam juntos. E agora? Como cultivar o estar juntos? Graas ao Pai, ainda podemos, respeitadas as orientaes bsicas dos rgos competentes. No podemos evitar os encontros de edificaco e servio mtuo, quando possvel ser cuidado e tambm cuidar. Quem sabe um tempo de caf, quando podemos partilhar os temores e os prximos os a dar como comunidade e famlia.
Precisamos atender, especialmente, ao grupo de risco. As cartas pastorais do ateno aos idosos. Eles precisam ser includos na comunho, ainda que seja mais trabalhoso uma ateno particularizada.
A comunho se estende no s no partir do po, da comunho da Ceia, mas para alm dela. O partir do po que fruto de comunho e que provoca o estender a mo. Quantas pessoas carecem da nossa perseverana para ter a oportunidade de comer!
Enfim, eles perseveravam na orao. Antes de a orao ser parte do trabalho pastoral, ela uma graa renovadora que deve ser provocada na comunidade. Duplas rotativas, grupos que gravam udios de orao, grupos online. A Igreja ora mais!
A orao demonstra que o pastor no depende de si mesmo. A orao a prova de que ele depende do Sumo-pastor.
Quando a Igreja ora, e ora mais, e de forma mais entregue, as ovelhas aprendem que as coisas no dependem de um s homem.
A orao tambm revela e nutre o corao do pastor com uma presena que no permite pensar que ele esteja a labutar sozinho. Se a instrumentalidade da orao no desse jeito em muitas coisas, j serviria para dizer ao pastor: Voc no est sozinho!.
Como vai o seu corao, pastor? Como vai a sua vida de perseverana? Tem permanecido em Jesus e em sua Palavra? Ento, no h o que temer, e os frutos certamente viro.
Vacilius Santos missionrio da Sepal em Portugal.

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