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03 de agosto de 2016
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Prncipe Caspian e o Reino de Deus 5s715s

Como no caso do primeiro Magia, sobre O Leo, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, trata-se de um manual de estudos da obra em pequenos grupos, sejam familiares, de igreja ou de empresa. A seguir, vou lanar algumas ideias bsicas do manual.
Primeiro, a obra trata de herosmo, amizade e fidelidade a um grupo, patriotismo, poltica e tica, mas o tema guarda-chuva de todos os outros so as histrias ou narrativas (stories) e seu sentido mais profundo. Esse era um dos temas favoritos, tanto de Lewis, quanto de J.R.R. Tolkien e tambm era um dos que mais eles discutiam entre si, inspirados por G.K. Chesterton, principalmente no seu captulo, A tica da Elfolndia, de Ortodoxia, a respeito dos contos de fada.
E esse tema aparece logo de incio. Tudo comea, em Prncipe Caspian, com dilogos entre Caspian e seu guia, um mago, meio ano, meio homem, que lhe conta as histrias da Antiga Nrnia, como fazia a sua ama, despedida por esse crime. Seus personagens, seres sobreviventes tirania do tio de Caspian, Rei Miraz, encontram-se banidos na floresta negra. O Rei no ite essas histrias de animais falantes e de Aslam, que so todas descartadas como contos da carochinha, sem fundamento na realidade. Ao mesmo tempo, h muitas supersties em torno da floresta negra, da qual ningum se atreve a se aproximar, por causa da crena de que haveriam poderes malignos pairando por l.
Mas qual a funo e verdadeira relao dos mitos, contos de fada e clssicos da literatura brasileira, como a obra de Monteiro Lobado, e da literatura mundial, como D. Quixote? A maioria das pessoas os descarta como sendo meras fantasias, baseadas em supersties, que servem apenas para ludibriar e que, para muitos, tm poderes ocultos e diablicos, principalmente, quando envolvem feiticeiras e seres mitolgicos pagos.
C.S. Lewis e J.R.R. Tolkien acreditavam que os mitos e contos de fada (bem como clssicos da literatura mundial) abrigam uma mensagem, um sentido transcendente que vai alm da interpretao literal e que aponta para o divino real. Os mitos, que contam a respeito de um mal que acomete a humanidade, um heri-deus ou deus-heri que se sacrifica para a salvao dessa humanidade e do processo de purga que acontece depois que esse heri ressurge da morte, fazendo os salvos ascenderem para a eternidade, so uma sombra da realidade da cruz.
As histrias que so contadas sobre os seres narnianos, animais falantes, os seres humanos que vieram em tempos longnquos e Aslam, que salvou o mundo de Nrnia, so crivadas de distores e repletas de supersties, mas elas abrigam vrias verdades, quando bem interpretadas e, em ltima instncia, apontam para Aslam.
Prncipe Caspian a histria sobre como as lendas de Nrnia revelam o seu fundo de verdade a todos os povos daquele mundo. Isso no tem muita semelhana com o querigma e todo o processo de expanso do cristianismo, graas Grande Comisso, que nos foi atribuda por Deus?
Nesse sentido, acredito que o livro tambm abrigue uma interpretao escatolgica, como alis, todos os contos de Nrnia permitem, de uma forma mais ou menos intensa. Ele nos mostra como ser o dia em que todos os povos e naes conhecero o verdadeiro sentido por trs de todas as histrias, quer seja de forma explcita, como no caso das Crnicas de Nrnia, quer inconsciente, como no dos mitos e da literatura clssica, que Cristo mesmo e a instaurao do seu Reino na Terra.
Leia Tambm
A subcriao de Tolkien e a criao de Deus
O natural e o sobrenatural de um milagre
A encarnao de Cristo, por C. S. Lewis
Foto: Prncipe Caspian / Recorte da capa do Filme
ɠmestre e doutora em educao (USP) e doutora em estudos da traduo (UFSC). autora de O Senhor dos Anis: da fantasia tica e tradutora de Um Ano com C.S. Lewis e Deus em Questo. Costuma se identificar como missionria no mundo acadmico. criadora e editora do site www.cslewis.com.br
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