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20 de setembro de 2017
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O retorno 16316l
Por Gabriele Greggersen
Era um fim de tarde fresco de inverno. Para as condies do Rio de Janeiro, 20C uma temperatura quase fria. O casal recm-casado perambulava pelo calado de Copacabana, despreocupado e curtindo os momentos de retorno de sua Lua de Mel.
Ela se chamava Liv e tinha traos nrdicos, pois seus pais eram escandinavos. O que ningum no Rio desconfiava que ela no era turista, mas brasileirssima, carioca da gema. Por isso, seu marido, de nome Joo e tambm carioca, embora estivesse igualmente curtindo o momento, estava vigilante, pois sabia que sua esposa poderia chamar a ateno de ladres de turistas.
E, de fato, no demorou muito para eles ouvirem ao lado de si um grupo de adolescentes que os estava observando e ou a segui-los, ao mesmo tempo em que vinha outro grupo pela frente.
Joo reagiu rpido e resolveu sair pela tangente, atravessando a rua, mas os dois grupos agora unidos, vieram atrs. Ento, ele resolveu entrar em um estabelecimento mais prximo e ficar de olho nos marginais que os aguardava do lado de fora.
Mas mal sabiam eles que uma surpresa ainda maior os esperava dentro do local. Quando eles entraram, logo sentiram um aroma delicioso de velas perfumadas e uma msica instrumental que tocava melodias de MPB, que ambos gostavam muito, acalentava seus ouvidos.
O que eles acharam que fosse um metre, que estava muito bem vestido, logo os recebeu, saudando-os:
- Entrem amigos, sejam bem-vindos! Esto procura de alimento? Esse o lugar mais adequado que vocs poderiam achar para saciar a sua fome. Mas no se trata da fome de comida material, mas de comida espiritual. Isso aqui uma igreja. Teremos uma programao muito especial com msica e pregao e no final, serviremos um lanchinho. Mas claro que, isso, s se vocs toparem, pois ningum obrigado a permanecer na casa do Senhor, se no quiser.
Joo e Liv se entreolharam e, pensando no grupo de marginais que os esperava l fora, decidiram ficar e tomaram lugar nos bancos mais do fundo do salo, enquanto outras pessoas entravam.
O louvor foi contemporneo, com msicas crists tocadas em ritmos brasileiros, dotadas de letras que tocaram profundamente o casal. Na verdade, ambos tinham sido criados em lares cristos, tinham desenvolvido vidas exemplares, com grande envolvimento nos trabalhos eclesisticos, mas haviam sofrido decepes com a religio e os religiosos, abrigando uma amargura profunda contra todo tipo de igreja e at mesmo contra Deus. Essa experincia comum foi uma das coisas que os havia unido e os mantinha juntos.
Foi por isso que algumas das msicas lhes pareciam familiares e o ambiente lhes trazia recordaes mistas. Afinal, nem tudo o que eles tinham vivido na igreja tinha sido negativo e a gentileza daquele metre os fazia lembrar-se de bons amigos que fizeram na poca em que eram frequentadores.
E aquele ambiente todo, somado situao sem sada em que se encontravam fazia com que estivessem mais abertos ao que aconteceria em seguida. Quando o que parecia ser mais um padre do que um pastor tomou a palavra, eles esperavam uma pregao tradicional. Mas assim que ele comeou a falar, notaram que se tratava de algo diferente:
- Boa noite a todos aqui presentes. Peo licena de tomar alguns minutos de sua ateno para lhes contar uma histria. Era uma vez um semeador que saiu a semear...
E contou a parbola do semeador de uma forma to emocionante e envolvente que o casal ficou profundamente tocado.
No final, ele soltou seu apelo:
- E voc, amigo ou amiga, que tipo de terra est sendo nesse momento? Aquela beira do caminho, onde todos am? Voc no presta ateno a nada e fica s no seu celular, pulando de uma notcia a outra? Ou uma terra rasa que no permite a formao de razes, porque voc superficial e gasta seu tempo com coisas fteis e gosta de estar com pessoas igualmente levianas? Ou seria uma terra que d espinhos os quais, como a raiz de amargura, sufocam tudo de bom que voc j construiu e est construindo. Ou ento ser que ou quer se tornar uma terra boa e produtiva que traz muita abundncia ao seu semeador?
Joo e Liv se entreolharam de novo, com lgrimas nos olhos, sabendo muito bem, que tipo de terra eram.
Depois do culto, eles foram falar com o pastor e lhe contaram as suas respectivas histrias e que tinham a inteno de voltar igreja. Ele fez uma orao simples de reconciliao com eles e lhes disse que Deus iria mostrar a eles que igreja deveriam frequentar.
Ento, antes de sair, Joo e Liv tambm contaram o que havia acontecido no calado e que fez com que eles entrassem na igreja e o pastor lhes mostrou uma porta dos fundos para sarem. Mas, ao invs de ficarem com medo, eles estavam confiantes de que os anjos estariam ao redor deles, protegendo-os no caminho de retorno para casa, em todos os sentidos.
Leia mais
O verdadeiro menino da pipa
No princpio era um verso
Dor e graa duas partes da mesma histria
Refeies Dirias com os Discpulos [Elben Csar]

Ela se chamava Liv e tinha traos nrdicos, pois seus pais eram escandinavos. O que ningum no Rio desconfiava que ela no era turista, mas brasileirssima, carioca da gema. Por isso, seu marido, de nome Joo e tambm carioca, embora estivesse igualmente curtindo o momento, estava vigilante, pois sabia que sua esposa poderia chamar a ateno de ladres de turistas.
E, de fato, no demorou muito para eles ouvirem ao lado de si um grupo de adolescentes que os estava observando e ou a segui-los, ao mesmo tempo em que vinha outro grupo pela frente.
Joo reagiu rpido e resolveu sair pela tangente, atravessando a rua, mas os dois grupos agora unidos, vieram atrs. Ento, ele resolveu entrar em um estabelecimento mais prximo e ficar de olho nos marginais que os aguardava do lado de fora.
Mas mal sabiam eles que uma surpresa ainda maior os esperava dentro do local. Quando eles entraram, logo sentiram um aroma delicioso de velas perfumadas e uma msica instrumental que tocava melodias de MPB, que ambos gostavam muito, acalentava seus ouvidos.
O que eles acharam que fosse um metre, que estava muito bem vestido, logo os recebeu, saudando-os:
- Entrem amigos, sejam bem-vindos! Esto procura de alimento? Esse o lugar mais adequado que vocs poderiam achar para saciar a sua fome. Mas no se trata da fome de comida material, mas de comida espiritual. Isso aqui uma igreja. Teremos uma programao muito especial com msica e pregao e no final, serviremos um lanchinho. Mas claro que, isso, s se vocs toparem, pois ningum obrigado a permanecer na casa do Senhor, se no quiser.
Joo e Liv se entreolharam e, pensando no grupo de marginais que os esperava l fora, decidiram ficar e tomaram lugar nos bancos mais do fundo do salo, enquanto outras pessoas entravam.
O louvor foi contemporneo, com msicas crists tocadas em ritmos brasileiros, dotadas de letras que tocaram profundamente o casal. Na verdade, ambos tinham sido criados em lares cristos, tinham desenvolvido vidas exemplares, com grande envolvimento nos trabalhos eclesisticos, mas haviam sofrido decepes com a religio e os religiosos, abrigando uma amargura profunda contra todo tipo de igreja e at mesmo contra Deus. Essa experincia comum foi uma das coisas que os havia unido e os mantinha juntos.
Foi por isso que algumas das msicas lhes pareciam familiares e o ambiente lhes trazia recordaes mistas. Afinal, nem tudo o que eles tinham vivido na igreja tinha sido negativo e a gentileza daquele metre os fazia lembrar-se de bons amigos que fizeram na poca em que eram frequentadores.
E aquele ambiente todo, somado situao sem sada em que se encontravam fazia com que estivessem mais abertos ao que aconteceria em seguida. Quando o que parecia ser mais um padre do que um pastor tomou a palavra, eles esperavam uma pregao tradicional. Mas assim que ele comeou a falar, notaram que se tratava de algo diferente:
- Boa noite a todos aqui presentes. Peo licena de tomar alguns minutos de sua ateno para lhes contar uma histria. Era uma vez um semeador que saiu a semear...
E contou a parbola do semeador de uma forma to emocionante e envolvente que o casal ficou profundamente tocado.
No final, ele soltou seu apelo:
- E voc, amigo ou amiga, que tipo de terra est sendo nesse momento? Aquela beira do caminho, onde todos am? Voc no presta ateno a nada e fica s no seu celular, pulando de uma notcia a outra? Ou uma terra rasa que no permite a formao de razes, porque voc superficial e gasta seu tempo com coisas fteis e gosta de estar com pessoas igualmente levianas? Ou seria uma terra que d espinhos os quais, como a raiz de amargura, sufocam tudo de bom que voc j construiu e est construindo. Ou ento ser que ou quer se tornar uma terra boa e produtiva que traz muita abundncia ao seu semeador?
Joo e Liv se entreolharam de novo, com lgrimas nos olhos, sabendo muito bem, que tipo de terra eram.
Depois do culto, eles foram falar com o pastor e lhe contaram as suas respectivas histrias e que tinham a inteno de voltar igreja. Ele fez uma orao simples de reconciliao com eles e lhes disse que Deus iria mostrar a eles que igreja deveriam frequentar.
Ento, antes de sair, Joo e Liv tambm contaram o que havia acontecido no calado e que fez com que eles entrassem na igreja e o pastor lhes mostrou uma porta dos fundos para sarem. Mas, ao invs de ficarem com medo, eles estavam confiantes de que os anjos estariam ao redor deles, protegendo-os no caminho de retorno para casa, em todos os sentidos.
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O verdadeiro menino da pipa
No princpio era um verso
Dor e graa duas partes da mesma histria
Refeies Dirias com os Discpulos [Elben Csar]
ɠmestre e doutora em educao (USP) e doutora em estudos da traduo (UFSC). autora de O Senhor dos Anis: da fantasia tica e tradutora de Um Ano com C.S. Lewis e Deus em Questo. Costuma se identificar como missionria no mundo acadmico. criadora e editora do site www.cslewis.com.br
- Textos publicados: 68 [ver]
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