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12 de julho de 2019
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John Stott e a evangelizao t1o6c

PorAntonia Leonora van der Meer

Stott nasceu em 1921. Sua converso se deu na adolescncia, quando aluno da Escola Secundria Rugby. Formou-se em letras pela Universidade de Cambridge, onde se tornou lder do grupo local da Aliana Bblica Universitria. Obteve seu ttulo em teologia pelo Ridley Hall. Em 1945, foi ordenado ministro da Igreja da Inglaterra e designado pastor auxiliar da Parquia de All Souls, Langham Place, no centro de Londres. Em 1950, foi eleito reitor da mesma parquia.

Viajou intensamente, a convite de vrias denominaes, falando, principalmente, em palestras oferecidas em universidades e cursos de liderana promovidos por movimentos ligados Comunidade Internacional de Estudantes Evanglicos (IFES).¹

Stott era um evangelista apaixonado, mas sempre ensinou que devemos abraar tambm a responsabilidade social. Mostrou que isso seguir o exemplo de Jesus, que ia ensinando, pregando, fazendo o bem e curando; e tambm desafiou as estruturas injustas de sua poca que oprimiam o povo.

O Jesus de que fala Stott revela que Deus , ao mesmo tempo, Deus de amor que perdoa pecadores arrependidos e Deus de justia. E nos chama no somente para vivermos de forma justa, mas tambm para advogarmos a causa do pobre e do fraco.

O problema dos cristos em sua atitude diante do mundo e do desafio do amor e da justia a tendncia acomodao. Acomodao virar as costas ao mundo, lavando as mos e endurecendo o corao para no ouvir os gritos de socorro.

A igreja tambm erra quando fica voltada para dentro, faz ocasionais incurses evangelsticas no territrio inimigo, para depois se retrair novamente em seu castelo cristo. A atitude correta seria o envolvimento, voltar a face para o mundo, em compaixo, sujando nossas mos, machucando-as no servio e sentindo em nosso ntimo o agir do amor comivo de Deus.

Stott abraa a definio anglicana do evangelismo: tornar conhecido por palavras e atos, no poder do Esprito Santo, o amor do Cristo crucificado e ressuscitado, de modo que as pessoas se arrependam, creiam e recebam Cristo como seu Salvador e o sirvam em obedincia como Senhor na comunho de sua igreja².

O evangelismo pode ser pessoal, como Jesus fez com a mulher samaritana, e Felipe com o eunuco etope. Essa a obrigao de todo cristo, compartilhar Cristo com nossos parentes, amigos, vizinhos e colegas.

O evangelismo em massa tambm tem sido abenoado por Deus. O prprio Jesus proclamou as boas-novas do reino s multides. Pessoas de muitas nacionalidades continuam pregando para multides, sabendo que seu ministrio depende da cooperao de igrejas locais.

O mtodo mais normal, natural e produtivo o evangelismo na igreja local. A igreja o sacerdcio real, para oferecer a Deus sacrifcios espirituais (isto adorao) e como nao santa disseminar pelo mundo os louvores a Deus (isto testemunho) (1 Pe 2.9-10). Cada igreja chamada por Deus para ser uma comunidade de adorao e testemunho. A adorao leva ao testemunho, e o testemunho, por sua vez, adorao.Cada igreja local est situada num lugar especfico, cuja primeira misso e responsabilidade deve ser para as pessoas que moram ali.

H problemas com a autoimagem da igreja. A primeira imagem falsa a de clube religioso. H igrejas totalmente introvertidas. Nossas principais responsabilidades so nossa adorao a Deus e nossa misso no mundo. O extremo oposto a misso secular que tentou desenvolver um cristianismo sem religio, voltada para o amor e servio ao prximo.

De fato, a igreja tem a dupla identidade, foi chamada para sair do mundo para adorar a Deus e devolvida ao mundo para testemunhar e servir. A encarnao de Jesus a perfeita concretizao dessa identidade. E Ele nos envia para o mundo assim como Ele foi enviado para o mundo (Jo 17.18; 20.21).

Stott no era s terico, praticou a evangelizao durante toda sua vida.

Notas

1. Baseado no texto de autoria de Robinson Cavalcanti. Publicado originalmente na edio 270 de Ultimato.

2. Stott, John. A Igreja Autntica. Viosa: Ultimato e ABU Editora, 2007. P. 46ss.

Antonia Leonora van der Meer, professora de missiologia, trabalhou durante dez anos em Angola. autora de Eu, Um Missionrio?, Missionrios Feridos e O Estudo Bblico Indutivo.

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