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Opinio 3pp3w

Igreja – lar, escola, hospital e corao 1h1q28

Depois da infncia, comea-se a descoberta das instituies e das hierarquias, do mundo secular e do religioso, das histricas exploraes em nome da religio e at da dominao de um homem pelo outro por meio da f. Chegam as filosofias, conhece-se a cincia, as explicaes variadas das crenas, costumes e culturas. Sacudidela nos pensamentos. Vm as amizades, o leque das tribos, as opinies, opes, odores, sabores, amores. Sacudidela nos sentimentos. O espao sagrado do Deus relacional povoa-se e h lugar para toda relao, exceto para o prprio Deus. Sacudidela no santurio.

quando se esquece as certezas, quando se acha ridculo as antigas emoes, quando a experincia transcendente parece nunca ter acontecido. Porm, aconteceu.

domingo. A sinfonia dos pssaros prepara-se para acordar mais uma manh. As flores sorriem nos gramados e as rvores j comeam a danar. Algumas ptalas deitam-se ao cho e formam um tapete para o vento ar. O sol do novo dia alfineta as casas com os seus raios e um deles j entra pela minha janela. Ao sair sinto-o na pele e contemplo a sua luz.

Fazemos um curto trajeto. Na subida da rua, algumas famlias se encontram e adentram os portes de ferro juntamente conosco. Ouvem-se vozes at a chegada da porta. Do lado de dentro, um reverente silncio. Os cnticos de contrio alternam-se aos de comunho. Gosto dos momentos de msica e tambm de apertar a mo dos que esto ao meu lado e me desejam a paz; mas aprecio igualmente o momento em que nos colocamos de joelho e um pequenino sino faz-nos baixar as cabeas. H a fila dos que comungam, a beno final que insisto em imitar, as pessoas que vo frente fazer a leitura e as palavras que pouco entendo no decorrer da explicao, pois o celebrante guarda um forte sotaque holands em sua fala. Aquele franzino senhor me ensinaria, entretanto, um pouco sobre humilhao. Em dias de Semana Santa, deitado, testa ao cho, estirava-se no meio da igreja, como se diante do bom e terrvel Deus estivesse.

Ainda domingo de manh. A campainha toca e corro com a minha Bblia, caderno e lpis dentro de uma bolsinha a tiracolo. As amigas, quase da mesma idade, chamam-me para mais uma escola bblica dominical. Ao chegarmos, vemos o regente que entoa um cntico do hinrio na frente da igreja. Dividimos as classes em seguida e, na reunio infantil, mais msica, palmas, gestos e sorrisos. Na sala, a professora explica cuidadosamente a lio que por alguns domingos estudaremos. Lemos alto um versculo bblico que repetiremos ao longo da semana, oramos por um alvo em comum e nos dirigimos ao templo. H dias em que damos as mos para uma orao comunitria, h aqueles em que depois da ceia comemos o que sobrou da mesa. Brincamos no ptio e em seguida voltamos para a casa. Seno, vamos almoar na casa de amigo, irmo, parente que gentilmente nos convida.

Um domingo de manh. Vamos juntas, depois de anos, a uma igreja perto de nossa casa. Nas outras vezes vou s. No h mais uma mo a me conduzir ou um grupo de amigas a me chamar, preciso trilhar meus caminhos sozinha, inclusive esse. Machuquei-me, desiludi-me, perdi o gosto, a f, a fora e demorei para reconhecer isso; mas os sinais continuam ali.Abraam-me na entrada, ouo o cntico de incio, escuto a mensagem, entendo o contedo e pouco a pouco caem meus cacos. Faz-me de novo. Lava-me a mente, limpa-me a alma. Novamente me ensina o que entoar uma cano congregacional. Por um milagre posso senti-lo outra vez. Lembra-me da comunho, dos elementos da celebrao, dos versos memorizados, dos joelhos dobrados, das mos dadas. Emociono-me.

De repente ergue-se o santurio e, dentro dele, pensamentos e sentimentos, mos dadas brincam de rodopiar ao som da cantiga de roda que ele canta para eles. E porque de mos dadas, e porque embalados por envolvente som, podem por vezes sentir as sacudidelas e, em outras, at tombar; porm, ambos se sustentam, ou melhor, so sustentados. Outros santurios os apoiam, verdadeira sustentao que ele criou. No domingo, entram todos juntos na grande casa, e ali so edificados. Alguns a chamam de lar, outros de escola ou hospital. Contudo, todos que l se encontram concordam que tudo comea em um mesmo e outro lugar, o qual, convencionalmente, achamos por bem chamar corao.

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Mariana Furst tem 29 anos, mestre em teoria literria e assistente editorial da editora Ultimato

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