Apoie com um cafezinho
Ol&aacute visitante!
Entrar Cadastre-se

Esqueci minha senha 14113k

  • sacola de compras

    sacola de compras 142f1e

    Sua sacola de compras est vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras 142f1e

    Sua sacola de compras est vazia.

Opinio 3pp3w

A Reforma e a misso 2z3z1h

Aps participar de um encontro de igrejas no nordeste da Frana tive a oportunidade de dar uma palavra tambm aos adolescentes de uma escola crist. Na entrada da escola a rplica de um mapa de 1573 chamou a minha ateno. Era o mapa do imprio francs do fim do sculo 16 com centenas e centenas de marcas, em forma de uma cruz, espalhadas por toda a sua extenso. O diretor da escola se aproximou explicando que as marcas indicavam a localizao de cada escola crist na Frana da poca, cerca de duas mil! Com voz melanclica completou que hoje no am de vinte. A forte presena de escolas crists era um resultado direto da Reforma Protestante sob a influncia de Lutero, Calvino, Zwnglio, Farel e Knox que defendiam a pregao da Palavra, uma escola crist em cada igreja crist e um culto centrado em Cristo e no na Igreja.
A Reforma Protestante - desencadeada com as 95 teses de Lutero divulgadas em 31 de outubro de 1517 foi, sobretudo, eclesistica em um momento que todos os olhares se voltavam para a reestruturao daquilo que a Igreja cria e vivia. Renasceram assim os dogmas evanglicos.
A Sola Scriptura defendia uma Igreja centrada nas Escrituras, Palavra de Deus; a Sola Gratia reconhecia a salvao e vida crist fundamentadas na Graa do Senhor e no nas obras humanas; a Sola Fide evocava a f e o compromisso de fidelidade com o Senhor Jesus; a Solus Christus anunciava que o prprio Cristo estava construindo Sua Igreja na terra sendo seu nico Senhor e a Soli Deo Gloria enfatizava que a finalidade maior da Igreja era glorificar a Deus.
A misso da Igreja, sua Vox Clamantis, no fez parte dos temas defendidos e pregados na Reforma Protestante de forma direta. Isso por um motivo bvio: os reformadores possuam em suas mos o grande desafio de reconduzir a Igreja Palavra de Deus e, assim, todos os escritos e esforos foram revestidos por uma forte convico eclesiolgica e sem preocupao imediata com a missiologia. Isso no dilui, entretanto, a profunda ligao entre a reforma e a misso como veremos a seguir.
A Reforma e as Escrituras na lngua do povo
A Reforma levou a Igreja a crer que o curso de sua vida e razo de existir deveriam ser conduzidos pela Palavra de Deus, submetendo o prprio sacerdcio a esse crivo bblico. Foi justamente essa nfase escriturstica que despertou Lutero para a traduo da Palavra na lngua do povo e inspirou posteriormente centenas de tradues populares em diversos idiomas, fomentando movimentos como a WycliffeBibleTranslators com a viso da traduo das Escrituras para todas as lnguas entre todos os povos da terra.
Hoje contamos com a Palavra do Senhor traduzida para mais de duas mil lnguas vivas. Joo Calvino enfatizava que ... onde quer que vejamos a Palavra de Deus pregada e ouvida em toda a sua pureza... no h dvida de que existe uma igreja de Deus. O grande esforo missionrio para a traduo bblica resulta diretamente deste conceito resgatado na Reforma Protestante.
A Reforma e o culto participativo
A Reforma reavivou o culto em que todos os salvos, e no apenas o sacerdote, podem louvar e buscar a Deus. E Lutero, como uma de suas primeiras atitudes, colocou em linguagem comum os hinos entoados nos cultos. Esta convico de que possvel ao homem comum louvar a Deus incorporou na Igreja ps-reforma o pensamento multitnico atravs do qual o desejo de levar o culto a todos os homens, como disse Zunglio, no demorou a ressoar na Igreja, culminando com o envio de missionrios para o Ceilo pela igreja Reformada holandesa no sculo 17. Isso, ento, disparou um progressivo envio missionrio e expanso da f Crist nos sculos que viriam.
Um culto vivo ao Deus vivo foi um dos pressupostos reformados que induziu a obra missionria a levar esse culto a todos os homens transpondo barreiras lingusticas, culturais e geogrficas.
A Reforma e a expanso da f crist
A Reforma destacou a Glria de Deus como motivo de existncia da Igreja e isso definiu o curso de todo o movimento missionrio ps-reforma no qual o estandarte de Cristo, e no da Igreja, era levado com a Palavra proclamada entre outros povos. Os morvios j testificavam sobre isto, no sculo 18, quando o conde Zinzendorf, ao ser questionado sobre seu real motivo para to expressivo e sacrificial movimento missionrio, respondeu: estamos indo buscar para o Cordeiro o galardo do Seu sacrifcio. John Knox, na segunda metade do sculo 16, escreveu que, como resultado da Reforma, o Evangelho era exposto em toda parte, perto e longe. O centro das atenes, portanto, era Cristo e nascia ali um modelo cristocntrico de pregao do Evangelho que marcaria o curso da histria missionria nos sculos posteriores.
A Reforma Protestante ou a Igreja pelo crivo da Palavra e isto revelou a nossa identidade bblica segundo o corao de Deus. Seguindo o esboo da eclesiologia reformada, poderemos concluir que somos uma comunidade chamada e salva pelo Senhor e com uma finalidade na terra. Zwnglio, logo aps manifestar sua inteno de ar a pregar apenas sermes expositivos, em janeiro de 1519 afirmou em sua primeira prdica que a salvao pe sobre ns a responsabilidade de obedincia. No era suficiente apenas ouvir e compreender. Era preciso obedecer e seguir.
A Reforma e a motivao para o servio e a misso
A Reforma tambm destacou o assunto do nosso propsito de vida e elucidou que a finalidade maior da nossa existncia no servir Igreja ou a ns mesmos. A exposio de Calvino da carta aos Romanos, com especial destaque no ltimo captulo, deixa bem clara a evidncia bblica e convico reformada de que vivemos e trabalhamos para a glria de Deus. A obra missionria, assim, ou a ser realizada no para expandir uma instituio, uma ideia ou um clero, mas para glorificar ao Supremo Criador e esta foi uma das grandes contribuies da Reforma para a missiologia protestante e para as aes missionrias.
Em Romanos16, versos 25 a 27, lemos: Ora, quele que poderoso para vos confirmar segundo o meu Evangelho (fala de Deus), conforme a revelao do mistrio (o mistrio o Messias prometido a todos os povos), "e foi dado a conhecer por meio das Escrituras Profticas" (aponta para o meio de revelao), "segundo o mandamento do Deus eterno" (aponta para o desejo fomentador da nossa salvao), "para a obedincia por f"(aponta para o meio de salvao), "entre todas as naes (esta a extenso do plano salvfico de Deus).
Que lindo texto! Nele, Paulo resume a teologia da misso e expe o propsito de Deus em resgatar pessoas de perto e de longe, em Cristo Jesus.
Mas qual o motivo maior para esse plano divino que visa a redeno de todos os povos? Ele completa no verso 27: Ao Deus nico e sbio seja dada glria .... a glria de Deus! E esse tambm o maior e mais importante motivo para nos envolvermos com o propsito de fazer Jesus conhecido at a ltima fronteira do pas mais distante, ou da famlia na casa vizinha.
Martinho Lutero, em um sermo expositivo em 1513, baseado no Salmo 91, afirmou que a glria de Deus precede a glria da igreja. momento de renovar nosso compromisso com as Escrituras, reconhecer que existimos como Igreja pela graa de Deus, orar ardentemente por fidelidade de vidas e entender que o prprio Jesus est construindo a Sua igreja na terra.
A Reforma e a busca por um corao pronto e sincero
O smbolo de Calvino ou a ser um corao seguro por uma mo e apresentado bem alto. Ao redor, escrito em latim, se lia Cor Meum Tibi Offero Domine Prompte et Sincere meu corao a ti ofereo Senhor, pronto e sincero. Calvino, usado por Deus em sua gerao e tantas outras entendia que, alm de todo o conhecimento teolgico e humano, havia a grave necessidade de um corao quebrantado e pronto.
John Knox, na busca por um corao aquecido e avivado no Senhor Jesus proclamava que a ponte entre o conhecimento e a transformao era o quebrantamento. Dizia em outras palavras que, sem um corao quebrantado, nenhum conhecimento teolgico ou humano produziria uma vida transformada.
Concluo citando uma vez mais as palavras do reformador Lutero no livro GlorytoGlory em que ele nos ensina a dar os e nos mostra que nossa vida em Cristo, como tambm a nossa misso na terra, so uma caminhada.
Esta vida, portanto, no justia, mas crescimento em justia. No sade, mas cura. No ser, mas se tornar. No descansar, mas exercitar. Ainda no somos o que seremos, mas estamos crescendo nesta direo. O processo ainda no est terminado, mas vai prosseguindo. No o final, mas a estrada. Todas as coisas ainda no brilham em glria, mas todas as coisas vo sendo purificadas.
Que o Senhor nos quebrante, converta, abenoe e use para a Sua glria.
Ronaldo Lidrio telogo e antroplogo, missionrio (APMT e WEC) entre grupos pouco ou no evangelizados. organizador de Indgenas do Brasil -- avaliando a misso da igreja e A Questo Indgena -- Uma Luta Desigual.
  • Textos publicados: 50 [ver]

QUE BOM QUE VOC CHEGOU AT AQUI. 223i1k

Ultimato quer falar com voc.

A cada dia, mais de dez mil usurios navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, alm do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bblicos, devocionais dirias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, alm de artigos, notcias e servios que so atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Leia mais em Opinio 2l1v6s

Opinio do leitor 1t5dh

Para comentar necessrio estar logado no site. Clique aqui para fazer o ou o seu cadastro.
Escreva um artigo em resposta

Ainda no h artigos publicados na seo "Palavra do leitor" em resposta a este texto.