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A luz nos olhos da criana c584d

Por que Deus quis nascer entre os homens? Por que h Deus, e no simplesmente o nada, a escurido dos tempos? A palavra deus, como as palavras dia e divino, no de tradio bblica. No snscrito indo-europeu deus significa luz. A luz, de fato, uma poderosa e complexa metfora do divino. Ela presente e discreta por toda parte, como o calor. Como o vento metfora do Esprito Santo a luz sutil, discreta, mas presente enquanto emana a vida opondo-se metfora das trevas (L. C. Susin). Mas no s isso. A palavra Luz evoca a experincia bblica e crist do menino nascido em Belm, no corao da misria (Is 9.2-27; Lc 2.1-14; 15-20).

As trevas, no entanto, so o smbolo do nosso tempo, e o lado obscuro da humanidade em todas as eras. Polaridade negativa. verdade que nesta gerao, como resultado de inovaes tecnolgicas, mdicas, sociais, ideolgicas e polticas, assistimos uma mudana notvel na maneira como um vasto nmero de pessoas vive. Ao mesmo tempo, termos como: ideologia poltica, guerra mundial, holocausto, genocdio, terrorismo, guerra nuclear e choque ambiental, entraram em uso comum, tornaram-se uma influncia na vida cotidiana das pessoas. O sculo 20 comeou com 1 bilho, e este j inaugurou 7 bilhes de habitantes no planeta Terra.

A luta terrvel entre foras divinas regendo o universo foras demonacas que abrigam o poder, possibilidades que negam a vida confunde o que se deveria pensar sobre Deus, diante de dolos de poder, de conhecimento cientfico, de dominao religiosa. Para projees de desejos de fora, poder, e de medo, melhor o nada. O vazio. A tradio crist abraa esse nada e esse vazio, apontando em escandalosas expresses o que est no corao da Natalidade: A Palavra se fez Carne (Jo 1.14), Esvaziou-se a si mesmo, e assumiu a condio da servido humana (Fp 2.7).

Vtimas da impiedade vigente, o menino seria o Deus dos fracos como sua me. Da tipologia de Deus, agora no menino, o profeta garantia, no ado: Eu habito em lugar santo, mas estou junto ao humilhado e esmagado (Is 57.15). Portanto, no olhando para os cus que ele encontrado (Atos 1.10-11), mas no cho terreno onde a vida aviltada. No zelando pela santidade, no corao da misria que o menino nasce, experimentando todas as fragilidades, injustias, desigualdades, abandono e ameaas constantes de intolerncia e excluso. Frgil e mortal, sofria as condenaes dos pobres desde o bero. Outro profeta disse que ele seria o juiz das conscincias e defensor das causas perdidas: Praticou o direito e a justia [...], julgou a causa do pobre e do indigente abandonados (Jr 22,15-16).

A Natalidade do Senhor no uma exibio de grandeza poltica ou religiosa. O menino no quis ser um dolo e, como ele, Tiago disse: O verdadeiro louvor e a verdadeira religio so o socorro ao pobre, ao rfo e viva (Tg 1,27). No h religio sem uma tica do cuidado, da misericrdia, da compaixo e da solidariedade. Voltada para o que sofre, o desprotegido, o que chora, que abandonado, torna-se verdadeira.

A tragdia do no reconhecimento do desenho potico de Deus nos condena perplexidade. No menino de Nazar v-se o lado mais sombrio e efmero do presente, que no s abandona os sofredores de injustia, mas mergulha na impiedade. O mundo violento, egosta, ganancioso, declara no depender de Deus, enquanto venera o Natal mercantilista e pago. Muito menos mostra precisar do menino e so as crianas que havero de sobreviver a ele.

No entanto, na voz melodiosa de Maria, a mulher: a misericrdia de Deus continua de gerao em gerao sua fora dispersa os planos dos soberbos e arrogantes derruba dos tronos os que detm poder, e valoriza a gente humilde que no tem com quem contar cumula de alimentos os famintos, e manda os ricos para os quintos dos infernos socorre o seu povo, conforme prometera no ado, recordando sua lealdade e fidelidade, para sempre (Lc 1.46-55: parfrase minha). No h alegria maior, quando uma criana nasce para tal fim. Deus est conosco, Jesus a alegria do mundo. Com a palavra o hino de J. S. Bach, que cantaremos em toda a sua profundidade e extenso neste dia de Natal, lembrando a solidariedade de Deus com os humilhados.
Aqui nos deparamos com o destino humano, perspectivas abertas, horizontes infinitos, sem nos privarmos do esplendor da vida em todas as suas manifestaes. Sonhamos com parasos, no menino. Construmos utopias. Como os sons e as tonalidades do Universo, podemos dizer que h um cu em ns, como h um sol e estrelas; que no h um eu sozinho, mas muitos eus compartilhando a vida criada por Deus. O evangelho da Natalidade do Senhor recorre poesia, poder da imaginao, porque um poeta imita Deus quando recorre eficcia das belas imagens do mundo ideal (Lc 1,46-55). Um mundo sem males nem dores, um novo cu e uma nova terra (65.17-25; Ap 21,1). Diria que um belo poema, como o da Criao e do Universo inteiro (Salmo 19), no mais que uma maravilhosa cano de amor pelo mundo criado. S os poetas, e o prprio Deus, creem que a beleza do mundo inteiro, como nos seus mistrios, est nos olhos da criana. Neles, os cus declaram a poesia de Deus, e o firmamento declama a obra das suas mos.

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pastor emrito da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil e autor de livros como Pedagogia da Ganncia" (2013) e "O Drago que Habita em Ns (2010).
  • Textos publicados: 94 [ver]

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