O Arrebenta-Rabicho e a manjedoura de Belm 551a5j

Quando chegamos a Viosa, MG, em 1960, organizamos vrios pontos de pregao nos aglomerados humanos mais pobres, localizados na periferia da cidade. O mais prximo do centro, e provavelmente o mais miservel, era o Arrebenta-Rabicho.

Subia-se at l por uma escada cavada no morro, cujo incio ficava no lado direito da rua dos os, defronte a capela do Senhor dos os, portanto, a uma distncia muito pequena da praa Silviano Brando. Era uma subida ngreme, difcil, escorregadia em tempo de chuva. As casas eram de pau-a-pique, no havia luz eltrica, gua nem rede de esgoto. As mulheres vinham buscar gua em uma torneira colocada na rua dos os. Lembro-me bem de dona Jove, negra, de mais de 60 anos, que subia tranqilamente o morro com uma lata de 20 litros cabea, s vezes sem usar as mos. A vista l de cima era (e ) muito bonita.

Eu no ia sozinho ao Arrebenta-Rabicho. Entre os que me ajudavam nesse ministrio de anunciar as boas novas estavam Maria Jos Pinto de Andrade (av do atual juiz de direito Jlio Ferreira de Andrade), Jacqueline Dees (uma estudante holandesa da UFV) e Vanderley Soares (estudante de agronomia). Este ltimo tinha alergia a carrapato e, ao descer do morro, ia diretamente casa de Ubiraci Sousa Lima (pai do atual pr-reitor para assuntos comunitrios) para livrar-se deles.

Anos mais tarde, o barbeiro Jos Moreira da Silva nos doou um lote no Arrebenta-Rabicho, onde construmos uma modesta igrejinha que, anos depois, a Igreja Presbiteriana de Viosa doou para a Assemblia de Deus. Algumas poucas pessoas se converteram ao evangelho naquele ponto de pregao. Efignia Andr Prudncio, uma delas, vive h muitos anos em So Paulo e canta no coro da Igreja Presbiteriana de Pinheiros.