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Reao da Igreja Medieval moda feminina 5j6u6o

Por Rute Salviano Almeida

"Mulher aposta naturalmente na aparncia porque se sabe deficitria na substncia; a sua tradicional falta de racionalidade e de firmeza leva-a a privilegiar os bens caducos e imperfeitos da exterioridade, incapaz como de perseguir sozinha os bens perfeitos e duradouros da virtude." (VARAZZE, Tiago. Chronica) [1]

Para os religiosos da Idade Mdia, o cuidado excessivo com a aparncia constitua um grave defeito moral. A vaidade era considerada um defeito que devia ser evitado. Os clrigos trabalharam arduamente para restringir a difuso de ideias de valorizao dos traos fsicos e da aparncia.

Toms de Aquino orientava a tratar o amor ao vesturio como um pecado venial, quando era induzido pela vaidade mais do que pela luxria; j os pregadores mendicantes posteriores o consideravam um pecado mortal.

No sculo 13, os cardeais elaboraram at algumas leis sobre o comprimento dos vestidos e decretaram que as mulheres deveriam usar vus. Esses eclesisticos tentaram criar uma categoria visual de honra feminina insistindo no vu como um sinal da mulher convenientemente casada uma moda expressamente recusada por muitos governos urbanos s prostitutas pblicas, que tinham de andar na rua com o rosto descoberto.

Ento, elas mandaram fazer vus de musselina e seda muito fina com fios de ouro, com os quais se mostravam mais belas e provocavam ainda mais os olhares dos homens. Alguns vus eram transparentes e nada ocultavam e outros, mais complicados, escondiam demais, dissimulando perigosamente a identidade e a classe de uma mulher.

O monge Guyot de Provins queixava-se de que as mulheres usavam tanta pintura no rosto que nada sobrava depois para colorir as imagens; preveniu-as de que, ao usarem cabelos postios ou ao aplicarem no rosto cataplasmas de feijes modos e leite de vaca para melhorar a sua ctis, estariam, com isso, prolongando por muitos sculos o seu sofrimento no purgatrio.

E algumas irritavam o clero e, sem dvida, o marido, com o uso de chapus altos em forma de cone, enfeitados com chifres. Houve um tempo em que uma mulher ficava sujeita a cair no ridculo se no tivesse chifres no chapu.

As mulheres de vida secular dispensavam cuidados com sua aparncia, apesar de criticadas pelos religiosos, porm as monjas, que eram consideradas quase santas pela vida reclusa e espiritual, tornavam-se mais belas pelo uso de adornos simblicos, tais como:

unguento da temperana;
cosmtico da boa fama;
colar da doutrina;
brincos da obedincia;
anel da f;
vestes de linho da castidade; e
cinto da disciplina.

Essa comparao traz memria o texto contido no Novo Testamento, que pode ter-lhe servido de inspirao: No seja o adorno da esposa o que exterior, como frisado de cabelos, adereos de ouro, aparato de vesturio; seja, porm, o homem interior do corao, unido ao incorruptvel trajo de um esprito manso e tranquilo, que de grande valor diante de Deus. Pois foi assim tambm que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas a seus prprios maridos, como fazia Sara, que obedeceu a Abrao, chamando-lhe senhor, da qual vs vos tornastes filhas, praticando o bem e no temendo perturbao alguma (1Pedro 3.3-6).

Nota:
1.VARAZZE, Tiago.Chronica, p. 205-206, citado por VECCHIO, Silvana.A boa esposa, in: DUBY, Georges; PERROT, Michelle.Histria das mulheres no Ocidente, p. 128

Texto originalmente publicado no livro Uma voz feminina calada pela Inquisio (Editora Hagnos). Reproduzido com permisso.

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Mestre em teologia e ps-graduada em histria do cristianismo, autora de Vozes Femininas nos Avivamentos (Ultimato), alm de Vozes Femininas no Incio do Cristianismo, Uma Voz Feminina Calada pela Inquisio, Uma Voz Feminina na Reforma e Vozes Femininas no Incio do Protestantismo Brasileiro (Prmio Aret 2015).
  • Textos publicados: 24 [ver]

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