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Opinio 3pp3w

Por mais humor na teologia 5y185o

Primeiro, uma confisso. O humor , para mim, a chave para levar a vida com mais leveza, nas relaes, nas reflexes e nos engajamentos a que tantas vezes nos propomos. Inclusive no casamento. Creio firmemente em algo que tem alimentado a cada dia o amor em quase 20 anos de casamento: a nossa capacidade de rir. Rir um do outro e juntos, mas acima de tudo rir cada um de si mesmo. Aquela coisa como voc fazer uma piada sobre alguma mania sua e depois os dois chorarem de tanto rir. O humor suaviza, relativiza (em um bom sentido) e nos ajuda a ter perspectivas mais saudveis.

Segundo, um reconhecimento. Claro, nem sempre o humor saudvel. Ele pode ser preconceituoso, humilhante. A ironia tem seu lado sombrio, com poder destruidor. Eu sou desses pecadores arrependidos que reconhecem j ter adorado usar a ironia como uma arma contra o outro, e cuido para no seguir fazendo isso. Foi s quando eu percebi o quanto essa atitude poderia ser nociva, mesmo dentro do meu casamento ou com meus amigos mais prximos, que ei (ou pelo menos assim o tento) a usar a ironia comigo mesmo. Levar-me menos a srio e rir de mim aram a ser armas importantes contra a autossuficincia e a arrogncia.

Da, depois dessa confisso e reconhecimento, afirmo que muitas vezes precisamos, no s nas relaes, mas tambm na teologia, na missiologia e na poltica (seria possvel?) de mais humor e menos rancor. Tentarei explicar (algo que no se faz com uma piada) essa afirmao, e sugerir como o humor pode nos ajudar a fugir da incompreenso e intolerncia.

Estou apenas iniciando a leitura do que parece ser um excelente livro, Foi-se o martelo a histria do comunismo contada em piadas, de Ben Lewis, e j vejo que ser uma companhia bastante divertida. Mais que isso, suspeito que tambm trar excelentes insights em outros temas. O humor funciona porque um instrumento poderoso da conscincia, da capacidade de relativizar os dolos e as ideologias, de nos fazer repensar as fidelidades que entorpecem e nos limitam a viso. Ser que precisaramos de mais humor em nossas praias, essas da teologia e da missiologia?

Parece que os evanglicos so mais sensveis, logo ficam chateados ou mandam ao inferno algum humorista ou quem ouse fazer piada sobre como vivem ou quanto ao que creem. Qual seria a razo de tanto mau humor? Talvez venha da insegurana ou de algum sentimento de identidade facciosa, de uma sociedade que precisa se proteger dos oponentes, ou talvez venha do j se sentir seguro e ensimesmado em suas posies, sem considerar qualquer necessidade de possveis revises. Ainda assim, desconfio da efetividade ou da sanidade dessa postura.

Sim, s vezes me surpreendo e lamento ao observar que na teologia e na missiologia no nos abrimos tanto para o humor. Nem mesmo para o debate. As razes e motivaes parecem seguir o corolrio de que os outros so os inimigos, aos quais eu busco desqualificar sem conhec-los bem, ou ainda pior, usando da ironia e do humor aplicados em forma cida, pejorativa, agressiva, o que s amplia nosso afastamento e diviso.

Sugiro que ressuscitemos o humor sano como uma tentativa de resgatar a dignidade do debate e relativizar um pouco as fidelidades caninas s nossas prprias tradies e preferncias. Mas faamos assim, por segurana e prudncia. Que simpatizantes da Misso Integral, por exemplo, sejam capazes de fazer piadas sobre suas prprias nfases missiolgicas, sobre suas hermenuticas (ou a falta delas), sobre sua prxis (ou a sua incoerncia e lacunas), sobre a busca sem fim de sua prpria identidade, nesse terreno frtil para as brincadeiras que o tema de ser sempre confundida com outras teologias e missiologias. Que essa difuso e pluralidade inspirem esse humor, que ao final venha a ajudar nessa constante necessidade de refino e desenvolvimento de uma certa tradio.

Mas cuidado, sugiro que os humoristas venham sempre de sua prpria casa, seja ela qual for. Que sejam, por dizer algo, os Wesleyanos a fazer piada sobre a teologia arminiana que pouco conhecem e que talvez Wesley nunca tenha abraado; que sejam os reformados a fazerem suas prprias piadas sobre um tal de calvinismo melhor que o de Calvino, e assim por diante, onde cada um cresce e se desenvolve nessa habilidade crtica de ver a sua prpria tradio com os bons olhos do auto questionamento e da risada que tanto bem faz alma.

Creio que no dia em que conseguirmos sentar mesma mesa e atravessar o limite de poder contar essas auto piadas queles de outra tradio, e vice-versa, no dia em que consigamos rir vontade de todas elas, esse pode ser o derradeiro sinal. Aquele de que j crescemos, que j no somos mais crianas nesses temas, e que sabemos valorizar a fidelidade comum ao Senhor Jesus e ao seu evangelho. Claro, isso no significa que abandonaremos nossa prpria tradio em prol de alguma nova salada csmica teolgica e missiolgica mundial. No, seguiremos crescendo em nossas teologias contextuais (uma vez que toda teologia contextual, mas isso j assunto para outro texto), respeitando e aprendendo (ainda que divergindo) daquelas feitas e vividas por outros grupos de irms e irmos.

Como lhes disse, o bom humor tem ajudado a manter meu casamento sano e feliz, sendo que tambm por meio dele busco conservar e cultivar boas amizades com aqueles que pensam bem diferente de mim. Espero tambm que um dia esse mesmo sano humor venha em socorro para ajudar-nos a construir mais unidade naquilo que importa, na f, no evangelho e na misso. Com alegria! Falando nisso, j te contei aquela ltima piada dos crentes de diferentes tradies que se encontram no inferno? Se bem que, para que no briguemos sobre quem ou o que os mandou para l, e para evitar o risco de vir a encontrar por l muitos humoristas, a gente adapta e cria logo uma verso light sobre um certo encontro no cu...


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A alegria crist
Blog do Marcos Botelho
Engolidos pela Cultura Pop
casado com Ruth e pai de Ana Jlia e Carolina. Integra o corpo pastoral da Igreja Metodista Livre da Sade, em So Paulo (SP), serve globalmente como secretrio adjunto para o engajamento com as Escrituras na IFES (International Fellowship of Evangelical Students) e tambm apoia a equipe da IFES Amrica Latina.
  • Textos publicados: 61 [ver]

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