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Para que serve a capelania hospitalar? 1v2s39

PorAgeu Heringer Lisboa

Desde os primrdios da humanidade o adoecimento, as alteraes comportamentais graves, o sofrimento e a morte foram associados a atuao de foras sobrenaturais. Com o ar dos sculos, as observaes casuais e as primeiras explicaes de base mtica, mgica e religiosa aram a conviver com a busca racional de compreenso de causas materiais e relaes do sofrimento com o mundo concreto. Mas, a dimenso subjetiva e religiosa sempre manteve sua fora explicativa, de alguma forma.

Em Alexandria (100 a.C..- 100 d.C.), os primeiros terapeutas do deserto perceberam e ensinaram que o adoecimento e o sofrimento acontecem na integralidade da pessoa, uma unidade corprea e anmica. No se deveria tratar s do corpo; a alma (psich) exige ser escutada. No ocidente, vinte sculos depois, a medicina, a psicologia, a psicanlise e as cincias sociais, por meio de pesquisas de campo, laboratrios e a recente neurocincia tem enriquecido e ampliado o conhecimento sobre a complexidade envolvida no binmio sade-enfermidade. Notadamente nos primeiros anos deste sculo XXI, em fruns de psiquiatria, medicina, psicologia e antropologia, consolidou-se o reconhecimento sobre a multidimensionalidade da resposta s enfermidades e ao sofrimento requerendo que os pacientes recebam ateno holstica. Pois o adoecimento, e a sade, fenmeno bio-psiquico-socio-espiritual.

Nos Estados Unidos e Inglaterra h dcadas se reconhece que esta multidimensionalidade do humano requer ateno especial. E, as vrias correntes de psicoterapia reforam a necessidade da escuta e cuidado do emocional das pessoas. tambm uma questo de direito humano do paciente e de seus familiares poder ressignificar suas experincias luz de valores que lhes so constitutivos. A surge a figura do capelo e das instituies de capelania em hospitais, nas foras armadas e nas escolas. Nos EUA, capeles so pessoas relacionadas com uma confisso de f, com graduao superior, que receberam capacitao acadmica e tcnica especializada, e iniciam seus trabalhos sob superviso de mdicos, psiclogos, psiquiatras e telogos.

No Brasil, aos poucos tem se construdo uma cultura hospitalar que reconhece a contribuio do agente religioso. Sendo nossa populao majoritariamente composta por confessantes de alguma f, no se concebe a excluso do fator espiritual na estratgia clinica, visando o e emocional e afetivo da pessoa enferma e de seus familiares. Isto especialmente relevante no caso de pessoas com deficincias, nos pacientes crnicos e terminais.

Uma das responsabilidades mais nobres da/do capel/o a da escuta dos medos e angstias do enfermo, acolher suas palavras e custodi-las, como algo sagrado. Isto requer uma delicada habilidade relacional, percia tcnica, empatia e respeito para com a intimidade do/da sofrente. Assim, servindo de ponte entre este/a e familiares, o corpo mdico e de enfermagem pode tornar menos ameaadora a realidade e facilitar a descoberta de sentido neste ponto do ciclo vital. O/a capelo/ tambm um defensor dos direitos do paciente junto s instituies e ao corpo mdico para que receba tratamento com dignidade e no seja tratado como coisa, mercadoria, um numero estatstico ou um corpo a ser manipulado.

E, para alm das situaes individuais, existem as ocorrncias que afetam um coletivo. Nas situaes disruptivas em meio a desastres naturais ou tecnolgicos, trabalhando em contextos desorganizados e emergenciais, a figura do sacerdote ou do capelo de vital importncia para assegurar um sentido e reassegurar uma ligao com as razes culturais e espirituais dos que esto sob risco. Uma contribuio excepcional para o reforo da resilincia psquica dos afetados, sejam indivduos, famlias ou uma comunidade. Em pases avanados reconhece-se a importncia do atendimento s necessidades espirituais das populaes; da que capeles constituem uma reserva humana especial para atuao psicossocial em apoio a socorristas e vtimas, interagindo com as foras de segurana, igrejas, equipes de sade e escolas. Seu papel continua alm da crise disruptiva, caminhando com a comunidade no processamento de suas experincias de perda e luto, at que esta retorne a uma rotina vel.

neste contexto que dou as boas vindas ao livroCapelania Hospitalar e tica do Cuidado, de Maria Luiza Ruckert. Seguramente poder se tornar uma referncia obrigatria para a formao de geraes de agentes psicossociais e capeles da sade.

Ageu Heringer Lisboa, psiclogo e mestre em Cincias da religio, membro fundador do Corpo de Psiclogos e Psiquiatras Cristos e Eirene do Brasil.

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Capelania Hospitalar e tica do Cuidado

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