Apoie com um cafezinho
Ol&aacute visitante!
Entrar Cadastre-se

Esqueci minha senha 14113k

  • sacola de compras

    sacola de compras 142f1e

    Sua sacola de compras est vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras 142f1e

    Sua sacola de compras est vazia.

Opinio 3pp3w

Os dons do Esprito Santo no so ornamentos 235y6s

Por Csar Moiss Carvalho
Trinta anos depois de publicar sua Introduo ao Cristianismo, o ento cardeal alemo, Joseph Ratzinger, hoje mundialmente conhecido como Bento XVI seu nome de pontificado, exercido entre 2005 e 2013 , escreveu no prefcio reedio que a religio vem sendo redescoberta, principalmente no novo milnio, como experincia, afastando-se das igrejas crists tradicionais, pois para a mentalidade atual, instituies e dogmas esto atrapalhando.1 J se vo mais de duas dcadas e as palavras do telogo catlico, especialmente no Brasil, parecem to atuais quanto o foram naquele j longnquo abril de 2000.
Ungido com o Esprito
A encarnao de Jesus Cristo um mistrio (Jo 1.1-14). Deus se fez homem e tornou-se como um de ns habitando conosco, sofrendo todas as nossas dores e enfrentando nossos dilemas sem, todavia, ter deixado de ser Deus (Fp 2.5-11). A despeito disso, em sua condio terrena, Ele no prescindiu da assistncia e capacitao do Esprito Santo. O Nazareno, pelo Esprito, foi conduzido ao deserto para ser tentado, acompanhado pelo Esprito para executar sua misso e ungido com o Esprito Santo, por intermdio do Pai, para fazer o bem e curar a todos os oprimidos do diabo (At 10.38 cf. Lc 4.1-20; 5.17).
Com a redeno plenamente garantida, o Mestre assegurou aos seus discpulos que no os deixaria rfos, mas que enviaria outro Consolador que estaria com eles para ajudar-lhes no cumprimento da parte inacabada da misso de continuarem anunciando o Reino de Deus (Jo 14.16-27; 16.1-15). Tal mensagem possui uma integralidade, pois o que Jesus anunciava no era apenas querigmtico, mas igualmente prolptico, ou seja, antecipatrio da realidade final, por isso, suas palavras e obras formavam uma unidade indivisvel, uma prxis que demarcava claramente a diferena entre seu ensino e o dos escribas e fariseus (Mc 1.21-28; Lc 24.19; At 1.1; Mt 28.19,20; Mc 16.15-20).
A necessidade dos dons do Esprito
comum atribuir-se os conflitos da igreja de Corinto ao fato de ela ser uma comunidade carismtica, todavia, estando sob o signo do pecado, tudo que o ser humano faz tem a possibilidade de exceder culminando em prejuzos individuais e coletivos. Neste aspecto, os dons no so o problema e sim o mau exerccio deles. Sendo um microcosmo eclesistico, Corinto configura uma amostragem interessante do perigo que significa possuir carisma sem o exerccio do amor gape, pois este, antes de qualquer coisa, alteritativo e doador. No toa que entre os captulos 12 e 14 da primeira epstola aos Corntios, instrutivos sobre os dons, tenha o captulo 13, um monumento ao amor.
Os dons no so ornamentos e, apesar de serem ferramentas e instrumentos imprescindveis ao cumprimento da misso deixada por Jesus Cristo aos seus discpulos, no devem ser utilizados para benefcio prprio (At 8.9-24). Se o prprio Cristo, Cabea da Igreja, no prescindiu da uno e capacitao do Esprito, o Corpo jamais pode imaginar-se autossuficiente e achar que, parte dos carismas, ser possvel cumprir a misso que lhe foi confiada. Justamente por isso, as listas de dons apresentadas nas Escrituras no so exaustivas e nem limitantes (Rm 12.6-8; 1Co 12.8-10, 28-30; Ef 4.11), pois o que se requer do exerccio dos dons, alm do amor, discernimento comunitrio e utilizao a servio do outro (1Co 12.7; 1Ts 5.21), sendo as Escrituras igualmente contrrias a sua obstruo, pois a recomendao paulina continua vigente: No extingais o Esprito (1Ts 5.19).
A contemporaneidade dos dons do Esprito
Para o cristianismo e, particularmente, para as tradies protestantes, sejam elas carismticas ou no, existe um postulado bsico que no apenas ensejou a Reforma, em 1517, mas deu origem a tudo que somos at ento: a centralidade das Escrituras. Neste sentido, toda e qualquer doutrina deve contar no apenas com o respaldo histrico, mas, sobretudo, bblico. Com essa perspectiva, as expresses de f crist que so adeptas do cessacionismo posio teolgica que defende a cessao dos dons do Esprito com a morte do ltimo apstolo , assim se posicionam por entenderem que a continuidade experiencial subverte a autoridade e a suficincia das Escrituras.
Do outro lado do espectro, as tradies carismticas e continustas creem que a manifestao dos dons do Esprito no apenas plenamente legtima, mas desejvel. Isso pelo simples fato de que a Igreja continua sua misso e o Reino de Deus ainda no est plenamente instaurado, ou seja, o que perfeito ainda no se completou e, por isso, os dons so imprescindveis (1Co 14.10). Um simples e rpido olhar nas epstolas paulinas mostra os perigos e excessos que rondam tanto uma quanto a outra posio (1Ts 5.19,20; 1Co 14.1ss). Todavia, no se pode ignorar a verdade de que a ordem imperativa e peremptria quanto a no apagar o Esprito e no desprezar as profecias, ao o que, os excessos no exerccio dos dons devem ser corrigidos com entendimento e zelo, mas no se afirma que os dons no devem ter lugar e espao, antes sua busca incentivada (1Co 14.26-33).
Sob esse prisma bblico-autoritativo, as tradies carismticas, pentecostais ou renovadas, existem e apresentam o evangelho com a promessa de que seus membros podem e devem vivenciar as mesmas experincias dos cristos do primeiro sculo, sendo os dons do Esprito uma de suas principais caractersticas. Em nosso pas, tais tradies esto experimentando um momento especial com o despertamento teolgico, a partir da hermenutica, mostrando que h legitimidade interpretativa na forma de os carismtico-pentecostais lerem a Bblia. Com 110 anos de implantao em solo ptrio, resta saber quais sero os rumos que as comunidades de f que se alinham s tradies carismticas tomaro, pois o erro, de acordo com o que disse Jesus, vem de no conhecer as Escrituras, nem o poder de Deus (Mt 22.29).
NOTA
1 RATZINGER, Joseph. Introduo ao Cristianismo. Prelees sobre o Smbolo Apostlico. 6.ed. So Paulo: Loyola, 2012, p. 16.
Csar Moiss Carvalho, pastor assembleiano, ps-graduado em Teologia pela PUC-Rio e mestrando em Histria pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Autor de, entre outros, Pentecostalismo e Ps-Modernidade (AD).

>> Confira a edio de maro/abril da revista Ultimato: Saudades do Pentecostes
Leia mais

QUE BOM QUE VOC CHEGOU AT AQUI. 223i1k

Ultimato quer falar com voc.

A cada dia, mais de dez mil usurios navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, alm do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bblicos, devocionais dirias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, alm de artigos, notcias e servios que so atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Leia mais em Opinio 2l1v6s

Opinio do leitor 1t5dh

Para comentar necessrio estar logado no site. Clique aqui para fazer o ou o seu cadastro.
Ainda no h comentrios sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta

Ainda no h artigos publicados na seo "Palavra do leitor" em resposta a este texto.