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07 de fevereiro de 2018
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O surgimento e o papel bblico da tecnologia e da cincia 3k54g
Por Timteo Carriker
As histrias da criao nas Escrituras destacam a criao da humanidade. De todas as criaturas ela se destaca como criada imagem e semelhana de Deus (Gnesis 1.26-28) que outra maneira de dizer segundo a espcie (oito vezes em Gnesis 1.11-25), no caso, a espcie divina. Nos primeiros dois captulos de Gnesis, Deus se descreve explicitamente como criador, mas ao lermos com um pouco mais de cuidado as entrelinhas, Deus tambm aparece como dominador criando reinados em cada um dos primeiros trs dias, reis e rainhas sobre estes mesmos domnios nos prximos trs dias para finalmente descansar a postura de um rei no seu trono no stimo dia. Finalmente, se Deus o criador de toda a criao, ele est presente em todo lugar.
Estas trs qualidades divinas (obviamente estas no esgotam os seus atributos) dominao, criao e presena tambm caracterizam a humanidade, mesmo em menor escala. O ser humano incumbido de dominar a terra e o mundo animal (1.28) o que, por sua vez, necessita do poder criativo para a domesticao dos animais (a pecuria) e da terra (agricultura). Assim nasce a tecnologia mais antiga, caracterstica necessria do ser humano criado imagem e semelhana de Deus e o que mais o distingue do resto da criao animal. Para cumprir a sua tarefa, obviamente o ser humano precisa estar presente. Por isso, a ordem de se multiplicar e ser fecundo, diferente de Deus que sem a limitao do corpo fsico criado, est presente em todo lugar.
De outro jeito, a caracterstica de criador aparece no segundo relato da criao em Gnesis 2. L, a incumbncia humana se descreve como a de cultivar e guardar a terra (o jardim do den, v.15). Este relato define mais a incumbncia humana de dominar, do captulo anterior, e que gerou a tecnologia. Ou seja, a dominao visa o bem da terra, no uma explorao depredadora. A tecnologia surge como caracterstica (extenso) humana, nem tanto para seu prprio benefcio apenas, e sim para o bem-estar do planeta, do qual, claro, a humanidade faz parte. Um pouco mais adiante em Gnesis 2, a humanidade recebe a tarefa de dar nome para as diversas partes da criao (v.15)... O que ajuda, mais uma vez, a qualificar a incumbncia de dominar ou sujeitar. Ou seja, ao nomear cada parte da criao, o ser humano precisa conhecer e distinguir as partes. Nasce a cincia, pelo menos o primeiro o da cincia, a taxonomia.
Outro detalhe de suma importncia: tais tarefas de multiplicar-se, de dominar e sujeitar, de cultivar e guardar, e de nomear, ocorrem dentro do contexto explcito da bondade essencial da criao. O primeiro captulo de Gnesis declara cinco vezes que o que Deus criou, Ele criou como sendo bom, e reala mais adiante que era muito bom (1.31). Assim, no difcil deduzir que a cincia nascente pressupe nem tanto a utilidade da criao e, por derivao, da tecnologia. Mas sim, pressupe e sua beneficncia. A tecnologia que devassa e dizima espcies, cada uma com o seu devido papel, est na contramo da inteno de Deus. Mas antes de prosseguir mais, vamos definir um pouco mais o que a tecnologia.
A antropologia nos ensina que a parte da cultura que chamamos de tecnologia se compe de ferramentas e de tcnicas. As ferramentas so os objetos que criamos para estender a capacidade do corpo, por exemplo, de se locomover, se alimentar, se proteger, comunicar e se defender. As tcnicas so as maneiras que maximizamos o uso destes objetos. Com o tempo e a aprendizagem a tecnologia se desenvolve em termos de eficincia, complexidade e grau de controle. Dito desta forma, fcil entender que a tecnologia essencialmente neutra. Entretanto, como j aludimos, o seu propsito biblicamente intencionado, benfica. Ela dever auxiliar o ser humano a cumprir a sua tarefa de cuidar e ordenar a criao de Deus.
O problema que os relatos da criao tambm nos contam do fracasso humano a queda. E assim, as caractersticas humanas que refletem a prpria imagem de Deus, inclusive a tecnologia, so tingidas. A tecnologia comea a se desenvolver (Gnesis 4.20-22) e logo aprendemos novamente que, mesmo em meio ao crescimento da maldade, o seu propsito era de guardar e cuidar toda a criao de Deus (Gnesis 6.14-16). Neste contexto, Deus estabelece com a nova humanidade de No a mesma incumbncia estabelecida anteriormente com Ado: de popular e cuidar da sua criao. E como No executou esta incumbncia? Pela tecnologia, no caso, a agricultura (Gnesis 7.20). E mais adiante a tecnologia se desenvolve mais, na rea da caa (Gnesis 10.7) e da engenharia civil (Gnesis 10.11 e cap. 11). Vimos que a tecnologia usada tanto para cumprir a tarefa de ocupar a terra (Gnesis 10.11) quanto para o auto engrandecimento (Gnesis 11).
E assim que entendemos a tecnologia hoje. Como uma extenso da capacidade humana ela pode ser aliada tanto ao seu propsito maior de cuidar da criao rumo nova criao, ou pode ser aliada aos valores humanos mais baixos de explorao, opresso, depredao e a injustia.

Estas trs qualidades divinas (obviamente estas no esgotam os seus atributos) dominao, criao e presena tambm caracterizam a humanidade, mesmo em menor escala. O ser humano incumbido de dominar a terra e o mundo animal (1.28) o que, por sua vez, necessita do poder criativo para a domesticao dos animais (a pecuria) e da terra (agricultura). Assim nasce a tecnologia mais antiga, caracterstica necessria do ser humano criado imagem e semelhana de Deus e o que mais o distingue do resto da criao animal. Para cumprir a sua tarefa, obviamente o ser humano precisa estar presente. Por isso, a ordem de se multiplicar e ser fecundo, diferente de Deus que sem a limitao do corpo fsico criado, est presente em todo lugar.
De outro jeito, a caracterstica de criador aparece no segundo relato da criao em Gnesis 2. L, a incumbncia humana se descreve como a de cultivar e guardar a terra (o jardim do den, v.15). Este relato define mais a incumbncia humana de dominar, do captulo anterior, e que gerou a tecnologia. Ou seja, a dominao visa o bem da terra, no uma explorao depredadora. A tecnologia surge como caracterstica (extenso) humana, nem tanto para seu prprio benefcio apenas, e sim para o bem-estar do planeta, do qual, claro, a humanidade faz parte. Um pouco mais adiante em Gnesis 2, a humanidade recebe a tarefa de dar nome para as diversas partes da criao (v.15)... O que ajuda, mais uma vez, a qualificar a incumbncia de dominar ou sujeitar. Ou seja, ao nomear cada parte da criao, o ser humano precisa conhecer e distinguir as partes. Nasce a cincia, pelo menos o primeiro o da cincia, a taxonomia.
Outro detalhe de suma importncia: tais tarefas de multiplicar-se, de dominar e sujeitar, de cultivar e guardar, e de nomear, ocorrem dentro do contexto explcito da bondade essencial da criao. O primeiro captulo de Gnesis declara cinco vezes que o que Deus criou, Ele criou como sendo bom, e reala mais adiante que era muito bom (1.31). Assim, no difcil deduzir que a cincia nascente pressupe nem tanto a utilidade da criao e, por derivao, da tecnologia. Mas sim, pressupe e sua beneficncia. A tecnologia que devassa e dizima espcies, cada uma com o seu devido papel, est na contramo da inteno de Deus. Mas antes de prosseguir mais, vamos definir um pouco mais o que a tecnologia.
A antropologia nos ensina que a parte da cultura que chamamos de tecnologia se compe de ferramentas e de tcnicas. As ferramentas so os objetos que criamos para estender a capacidade do corpo, por exemplo, de se locomover, se alimentar, se proteger, comunicar e se defender. As tcnicas so as maneiras que maximizamos o uso destes objetos. Com o tempo e a aprendizagem a tecnologia se desenvolve em termos de eficincia, complexidade e grau de controle. Dito desta forma, fcil entender que a tecnologia essencialmente neutra. Entretanto, como j aludimos, o seu propsito biblicamente intencionado, benfica. Ela dever auxiliar o ser humano a cumprir a sua tarefa de cuidar e ordenar a criao de Deus.
O problema que os relatos da criao tambm nos contam do fracasso humano a queda. E assim, as caractersticas humanas que refletem a prpria imagem de Deus, inclusive a tecnologia, so tingidas. A tecnologia comea a se desenvolver (Gnesis 4.20-22) e logo aprendemos novamente que, mesmo em meio ao crescimento da maldade, o seu propsito era de guardar e cuidar toda a criao de Deus (Gnesis 6.14-16). Neste contexto, Deus estabelece com a nova humanidade de No a mesma incumbncia estabelecida anteriormente com Ado: de popular e cuidar da sua criao. E como No executou esta incumbncia? Pela tecnologia, no caso, a agricultura (Gnesis 7.20). E mais adiante a tecnologia se desenvolve mais, na rea da caa (Gnesis 10.7) e da engenharia civil (Gnesis 10.11 e cap. 11). Vimos que a tecnologia usada tanto para cumprir a tarefa de ocupar a terra (Gnesis 10.11) quanto para o auto engrandecimento (Gnesis 11).
E assim que entendemos a tecnologia hoje. Como uma extenso da capacidade humana ela pode ser aliada tanto ao seu propsito maior de cuidar da criao rumo nova criao, ou pode ser aliada aos valores humanos mais baixos de explorao, opresso, depredao e a injustia.
telogo, missionrio da Igreja Presbiteriana Independente, capelo dA Rocha Brasil e surfista nas horas vagas. Pela Editora Ultimato, autor de O Propsito de Deus e a Nossa Vocao,A Viso Missionria na Bblia e Trabalho, Descanso e Dinheiro. blogueiro da Ultimato.
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