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O que C. S. Lewis pensava sobre a morte? 313i4u

Amanh, 29 de novembro, C. S. Lewis*, se vivo, completaria 116 anos. No ltimo dia 22, relembramos 51 anos da sua morte. Lewis teve uma srie de complicaes de sade, aps a morte de sua amada esposa Joy, como obstruo da prstata, insuficincia renal, e problemas cardacos, que foram a causa imediata de sua morte.

Essa uma ocasio propcia para nos lembrarmos do que ele pensava a respeito da morte. H uma srie de conjecturas a esse respeito. Baseado em O Grande Abismo, h quem defenda que Lewis cresse no purgatrio e eu respeito. Mas a meu ver, muitas dessas suposies, como que ele acreditasse tambm em fadas e duendes e extraterrestres (devido sua trilogia espacial), apontam para uma incompreenso de sua verdadeira arte, que era a da fico, ou do que ele chamava de romance. O grupo de amigos a que ele pertencia, os Inklings (que inclua J.R.R. Tolkien, entre outros) praticava essa arte e sua teologia, entendida como teologia do romance (mas tambm pode ser chamada de mitopoiesis ou teopoeisis). O que essa arte narrativa tem em comum com a mitologia (mythos = narrativa) o apelo imaginao.

Assim, Lewis, que tambm era um especialista em Idade Mdia, acreditava no purgatrio como ele acreditava em todas as crenas provenientes do imaginrio medieval: ele as respeitava como sendo narrativas que fizeram histria. O modelo medieval de pensamento foi por ele explorado de todos os ngulos em seus escritos acadmicos (que tive o privilgio de traduzir a comear por Alegoria do Amor, lanado pela Editora -Realizaes). Mas como o prprio Lewis afirma em A Imagem Descartada (prximo livro a ser lanado), essa viso de mundo, por mais interessante que seja intrinsecamente, falsa em vrios pontos, como na crena de que a Terra fosse o centro do sistema solar.

Respeitar um imaginrio e valer-se dele no significa que se acredita nele literalmente. claro que o que Lewis cria mesmo ou deixava de crer, s saberemos com certeza quando nos unirmos a ele no Cu, que era para ele o real destino da humanidade.

A famosa frase de que essa vida uma Terra das Sombras, foi pronunciada no leito de morte de Joy, como se pode ver no filme com o mesmo nome. Essa ideia lembra o Salmo 102.11, que diz, referindo-se vida terrenal: A minha vida como as sombras do anoitecer; vou secando como o capim.

Foi na morte de Joy que Lewis se confrontou de maneira mais sria e real com a temtica. Em A Anatomia de uma Dor, Lewis d vazo a todo o sofrimento envolvido na perda da esposa. Nela, ele compara Deus a um dentista e a um carrasco. Considero esse o livro de Lamentaes de Lewis. A prova de que ele no perdeu a f, mas superou a dor e sofrimento, est em Cartas a Malcolm, obra publicada postumamente e escrita depois de A Anatomia... que acredito ser o livro que mais fala sobre a espiritualidade crist.

Antes de tudo, porm, a morte significava para Lewis o afloramento de vida, da vida verdadeira, da verdadeira realidade, que vai muito alm da realidade espao-temporal. Em carta, escrita em 28 de junho de 1963 para Mary Willis Shelburne - perto de sua prpria morte, portanto - Lewis usa novamente de toda a sua arte narrativa e imaginativa, falando da morte em termos metafricos e profticos:

Imagine-se como sementinha pacientemente hibernando enterrada na terra; espera do afloramento no tempo que o jardineiro achar melhor, para o mundo real, para o verdadeiro despertamento. Suponho que toda a nossa vida presente, quando olharmos para trs, a partir da, no parecer mais, do que um devaneio sonolento. Este o mundo dos sonhos. Mas o galo est para cantar. E est mais prximo agora, do que quando eu comecei a escrever esta carta. (traduo da autora)


* Nota:
Clive Staple Lewis nasceu em Belfast, Irlanda, em 29 de novembro de 1898 em morreu em 22 de novembro de 1963, aos 65 anos.


Leia tambm
Um ano com C. S. Lewis
O cu aberto de C. S. Lewis

Deus em questo

ɠmestre e doutora em educao (USP) e doutora em estudos da traduo (UFSC). autora de O Senhor dos Anis: da fantasia tica e tradutora de Um Ano com C.S. Lewis e Deus em Questo. Costuma se identificar como missionria no mundo acadmico. criadora e editora do site www.cslewis.com.br
  • Textos publicados: 68 [ver]

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