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O presente sempre inconcluso e espera a revelao do futuro 713y23

Historiador cubano diz que quanto mais perto estamos dos acontecimentos, mais difcil medir sua importncia

Entrevista: Justo L. Gonzalez


Na metade do sculo ado, quando estudante do Ensino Mdio, o adolescente cubano Justo Gonzalez no gostava nem um pouco de histria. A matria de sua preferncia era matemtica. O rapaz preferia estudar menos e raciocinar mais. Sua mente era avessa a decoreba. Ele no gostava de memorizar nomes, lugares nem datas sem os quais no possvel aprender histria. Contudo, as coisas mudaram e Justo Gonzalez hoje um respeitado historiador e autor de vrios ttulos de histria, dois deles publicados no Brasil: Uma Histria Ilustrada do Cristianismo (dez volumes) e Uma Histria do Pensamento Cristo (trs volumes).

Nascido em Havana, Justo Gonzalez bacharel em teologia pelo Seminrio Evanglico de Matanzas, em Cuba, e doutor em filosofia na rea de teologia histrica pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos. casado com a professora de histria Catherine Gunsalus Gonzalez, e mora em Atlanta, Gergia, Estados Unidos, onde se dedica ao ensino, pesquisa e produo de livros. Suas pesquisas histricas levaram-no a afirmar: Eu me tornei cada vez mais consciente da graa e do amor de Deus a quem a teologia de todas as eras procurou testemunhar.

Ultimato Como surgiu sua paixo pela histria?

Gonzalez Foi estudando teologia no seminrio que comecei a me interessar pela histria. Pouco antes, estudando filosofia, j tinha percebido que a melhor maneira de apresentar a filosofia ao estudante era apresentando a histria da filosofia. E, ao estudar teologia, acontecia algo parecido. O professor de teologia sistemtica repetidamente recorria a Calvino, Lutero, ou a algum dos Pais da Igreja. Comecei a ler Dogmtica Eclesistica, de Karl Barth, pois me disseram que era um livro importantssimo. Nele vi que o raciocnio de Barth se fundamentava sobre um profundo conhecimento da histria da teologia. Logo, meu interesse pela histria foi e continua sendo um interesse teolgico.

Em 1985, portanto h mais de vinte anos, o sr. escreveu o ltimo volume de Uma Histria Ilustrada do Cristianismo, intitulando A Era Inconclusa. Quais seriam os desafios do mundo moderno no mencionado nesse volume?
Gonzalez Naturalmente, temos de falar, antes de tudo, dos desafios da ps-modernidade. Os metarrelatos da modernidade perdem fora rapidamente. Isso libera a teologia e a igreja do racionalismo progressista e ultra-otimista da modernidade. Mas, ao mesmo tempo, nos coloca o desafio de redescobrir o que ser igreja obediente a Cristo numa era em que os metarrelatos parecem desfazer-se.

O segundo desafio descobrir como ser uma s igreja quando essa igreja faz parte de grande variedade de contextos e culturas. Hoje a maioria dos cristos j no est no Norte do Atlntico, e sim no hemisfrio Sul. Muitos cristos pertencem a igrejas autnomas cujas prticas, organizao e rituais contrastam com os das igrejas do Norte do Atlntico. Como aceitar uns aos outros como irmos em Cristo, quando temos diferenas to profundas entre ns? necessrio incluir uma reflexo cuidadosa sobre o pentencostalismo e sua relao com as igrejas tradicionais.

O terceiro compreender melhor o Isl e sua relao com o cristianismo e o judasmo.

Haver um 11 volume de sua Histria do Cristianismo? Temos acontecimentos suficientes para encher mais duzentas pginas da histria destes ltimos vinte anos? Como o sr. chamaria a era atual?
Gonzalez Sim, temos material para escrever mais de 2 mil pginas. O problema que quanto mais perto estamos dos acontecimentos, mais difcil medir sua importncia. O sculo 21 est muito perto de ns, que vivemos nele. Por isso to difcil saber a importncia que tero a Guerra do Iraque ou as ltimas eleies em uma grande potncia, ou algum debate entre as igrejas. Neste caso, o volume 10 aria a ser A Era das Grandes Transies e o 11 seria A Era Inconclusa, porque o presente sempre inconcluso, sempre espera a revelao do futuro.

Se o sr. pudesse escrever o ltimo volume de Uma Histria Ilustrada do Cristianismo e o chamasse de A Era Conclusa, e no inconclusa, o fim da histria seria o cumprimento da Grande Comisso ou a parusia?
Gonzalez Nenhum dos dois. A nica concluso definitiva o estabelecimento do reino de Deus.

Todos os seus livros so na rea de histria da igreja crist?
Gonzalez No. Possivelmente escrevi mais sobre a Bblia que sobre histria. Mas a maioria destes livros foram escritos em ingls e no foram traduzidos para o espanhol nem para o portugus. Escrevi tambm algo sobre teologia.



Muitos ateus creditam sua descrena turbulenta histria da humanidade, em particular aos horrores cometidos em nome da religio e de Deus.
Gonzalez Eles tm razo de sobra para pensar assim. A histria da humanidade mostra repetidamente que do fanatismo religioso para a violncia religiosa apenas um o. Mas tambm, em nome do atesmo e de seus irmos gmeos, o orgulho humano e a intolerncia religiosa, causaram grandes tragdias. E se no as causaram, isto se deve acima de tudo no ao fato de o atesmo ser pacfico ou benevolente, e sim ao fato de que, afinal de contas, existem poucos ateus.

A Igreja Metodista do Brasil, em seu 18 Conclio Geral, reunido em julho de 2006, se retirou de organismos ecumnicos que tm a presena da Igreja Catlica Romana e de grupos no-cristos, depois de alguns anos de comprometimento ecumnico. O que o sr. tem a dizer sobre isso?
Gonzalez Que mais um sinal do pecado que nos divide e do qual todos somos culpados, tanto protestantes como catlicos. Com certeza, a Igreja Catlica deixa muito a desejar de uma perspectiva evanglica. Mas um cristianismo que odeia ou repudia outros simplesmente por razes raciais, culturais e teolgicas no merece chamar-se Evangelho de Jesus Cristo!

O que tem causado mais prejuzo para a Igreja no correr da histria: os extremos do fundamentalismo ou os extremos do liberalismo?
Gonzalez Ambos. Os dois so produtos da modernidade, embora o segundo se chame modernismo e o primeiro, no. Ambos abandonam boa parte da f e as perspectivas crists da igreja antiga. Falo sobre isto no livro Retorno a la Historia del Pensamiento Cristiano (Retorno histria do pensamento cristo), no qual sugiro que existe um terceiro sistema que, alm de no ser nem fundamentalista nem liberal (nem uma posio intermediria entre ambos), mais fiel f da igreja antiga e possivelmente tambm ao Novo Testamento.

Quando o sr. se mudou transferiu para os Estados Unidos?
Gonzalez Fui estudar nos Estados Unidos em 1957 (dois anos antes da Revoluo). Terminei em 1961, dois meses depois da invaso norte-americana Praia Girn (ou Bahia de Cochinos). Naquele momento o governo cubano se mostrava muito resistente a permitir que os cubanos que estavam nos Estados Unidos voltassem para Cuba. Ento fui para Porto Rico, onde lecionei no Seminrio Evanglico de Teologia at 1969, quando me mudei para Atlanta, Gergia, nos Estados Unidos, onde moro at hoje.

Como cidado cubano vivendo h vrios anos nos Estados Unidos, como o sr. v o bloqueio norte-americano a Cuba?
Gonzalez O bloqueio, alm de ser cruel, estpido e inoperante. cruel porque priva os cubanos mais necessitados de muitos artigos de primeira necessidade (artigos dos quais os lderes do governo gozam como se no houvesse bloqueio). estpido porque oferece ao governo cubano desculpas para qualquer fracasso, escassez ou outras dificuldades. inoperante porque sempre h meios de o governo prover-se do que deseja, recorrendo a outras fontes. Mantm-se unicamente pela influncia poltica de um setor de exilados cubanos que em 2000 deram a Bush a vitria na Flrida e, portanto, a presidncia dos Estados Unidos. Nos Estados Unidos mesmo, quem se ope ao bloqueio no so apenas os liberais ou a esquerda, mas tambm os comerciantes e capitalistas, que se vem impedidos de fazer investimentos em Cuba, enquanto outros o podem fazer.

Artigo publicado originalmente na edio 302, setembro/outubro de 2006, na Ultimato.


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Sou Eu, Calvino Conversando com o reformador - uma biografia, Elben Magalhes Lenz Csar
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