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O jornalista cristo: realidade e esperana 39284s

Por Lissnder Dias
Devemos nos reeducar sobre o jornalismo como um sacramento de tudo o que valorizamos, se quisermos aproveitar esta oportunidade para resgat-lo, e para a formao do mundo.
Da relevncia ao escrnio; do lugar de destaque nas prateleiras das bancas material para embrulhar peixe; da manchete viral ao ostracismo dos algoritmos. O jornalismo tem suas faces e suas (in)utilidades cotidianas. Numa era da hipercomunicao, ele gravita entre essencial e descartvel, entre porta-voz e mentiroso, entre neutro e partidrio.
A despeito das palavras escolhidas para tal ofcio milenar, sua fora no est apenas no que publicado, mas tambm em quem escreve. No se faz jornalismo sem jornalistas. A frase bvia, mas precisa ser dita e lembrada para que possamos refletir sobre a construo da Esperana por meio de profissionais de comunicao que transmitem no apenas dados, mas tambm valores e percepes da vida. Em um mundo fluido e em constante mutao, a partir de um jornalismo igualmente em metamorfose, parece difcil dedicar tempo, emoes e convices a um tipo de expectativa fiel no futuro. Na maioria das vezes, parece que o peso do presente conspira contra o porvir.
Quando o foco direcionado para os jornalistas cristos, ainda mais vlido refletir sobre o poder da Esperana na tarefa diria de relatar fatos e questionar realidades. A f seria uma fuga de to necessrio realismo? A esperana crist uma aliada do engajamento responsvel diante do mundo ou seria to somente uma abstrao teraputica para a dureza da vida?
No dia 06 de setembro tive o privilgio de participar de um bate-papo sobre o assunto com a jornalista Susana Berbert, moderado por Claudia Moreira, diretora nacional da Tearfund Brasil. A live, promovida pelo projeto Dilogos de Esperana, trouxe ainda a participao (em vdeo) de nove jornalistas: Czar Feitoza, Erica Neves, Andr Ricardo, Ana Braun, Maurcio Zgari, Ana Staut, Carlos Fernandes, Cssia de Oliveira e do renomado Laurentino Gomes. Ao longo da conversa e dos depoimentos, traamos alguns princpios interessantes que relacionam jornalismo, espiritualidade e esperana. Vou pontu-los a seguir.

- A prtica da espiritualidade a sustentao. Susana destacou que, diante de dias to tensos, a prtica da espiritualidade no uma, mas a nica coisa que a mantm em p para trabalhar todos os dias. Se no fosse essa convico, essa f, essa certeza racional da existncia de Jesus Cristo de Nazar, eu no conseguiria fazer jornalismo. Ela pontuou trs pilares para a prtica da espiritualidade: 1) Orao 2) Leitura da Palavra de Deus 3) Vivncia comunitria no Corpo de Cristo. Susana tem razo, e eu acrescentei: a espiritualidade pera toda a existncia humana, porque ela a gente sendo gente, de acordo com o que Deus deseja, em plenitude de vida. Ela tem o poder de nos preencher com afeto e confiana num Deus que nunca abandonou sua criao. Cremos que o Cristo encarnado, com os ps no cho, a esperana da glria (Cl 1.27). E a partir dele, somos conduzidos a percepes da vida que no seria possvel t-las por outro caminho.
- A prtica da espiritualidade confrontao. A espiritualidade tem o papel de nos confrontar diante do que deveria ser, mas no . Como jornalistas, temos o a espaos de poder (e tambm de no poder), a pessoas e discursos manipulatrios, e ento a espiritualidade nos ajuda a ter menos ingenuidade com a vida. Ao nos enviar como ovelhas entre os lobos, Jesus falou que deveramos ser prudentes como as serpentes e simples como as pombas (Mt 10.16). A espiritualidade tem esse papel de nos trazer prudncia para entendermos o corao humano como ele . No jornalismo, essa qualidade fundamental, porque o nosso ofcio tem a ver no somente com registros, mas tambm com compreenso de fatos. Para isso, a prudncia essencial. Nesse sentido, o Esprito Santo trabalha junto com o jornalismo. O jornalismo ajuda a desvendar a camada ilusria da realidade, enquanto o Esprito Santo age confirmando para ns muito dessa realidade e nos sensibilizando para ela. Portanto, a espiritualidade tem o papel tanto de dar sentido quanto de nos confrontar sobre a falta de sentido.
- Para cada desesperana nesse mundo, Cristo aponta uma esperana. Susana lembra que o Sermo do Monte uma ncora da esperana. Diante de um mundo blico e agressivo, Cristo diz que bem-aventurados so os mansos porque herdaro a terra, bem-aventurados os misericordiosos porque alcanaro misericrdia, bem-aventurados os pacificadores porque sero chamados filhos de Deus. Diante de um mundo to cheio de desigualdades e injustias, esse Cristo tambm diz que bem-aventurados so os que tm fome e sede de justia, pois sero saciados. E nessa certeza que devemos seguir os nossos dias, sabendo que o reino de Deus vir e ser instaurado. Enquanto isso, devemos ser flechas em nossas funes, desempenhando o que somos chamados para desempenhar. No existe uma funo mais importante que a outra, desde que faamos o nosso papel, onde estamos, com excelncia, servindo a Deus e sendo testemunha dele no dia a dia.
- O jornalista cristo tem um mandato cultural. Para Czar Feitoza, um dos principais papis do jornalista cristo continuar o mandato cultural que Deus deu ainda no Jardim do den para Ado e Eva: de nomear a vida. Isso, em sntese, significa colocar ordem no caos. Lanar luz sobre assuntos delicados, como casos de corrupo e o trabalho dos governos em causas sociais, acho que uma forma de ajudar a colocar ordem no caos. Por outro lado, as fakenews so a instalao do caos.
- Ao exercer o jornalismo, nos encontramos com a esperana nos lugares mais inesperados. O jornalismo nos leva para fora da igreja, e ento nos encontramos com a esperana no encontro com pessoas que, mesmo diante da escassez, sorriem; em crianas que descobrem o poder da educao; em comunidades que perseveram em contextos de injustia. Quando estamos dentro da igreja, recebemos mensagens bem-preparadas para cultivar a nossa esperana. O desafio, no entanto, encontrar essas palavras nos guetos, nas palafitas e nas ruas empoeiradas. O jornalismo nos proporciona essa oportunidade e fortalece ento a nossa esperana em Jesus. Como disse Susana, eu encontro Jesus vrias vezes ao dia.
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Jornalistas com esperana: depoimentos
A prxis de Jesus de Nazar algo maravilhoso, assombroso. Capaz de encantar almas desiludidas. Cabe-nos traz-la para nosso contexto. No fcil. Sou um homem de muitas perguntas. A Galilia, que Jesus priorizou, onde ela est no Brasil? Como seria a postura de Jesus diante de Herodes e autoridades religiosas de hoje? Nosso Senhor acolhia a ral da sociedade, no bajulava poderosos, por que temos tanta dificuldade de imit-lo? Por que muitas vezes ignoramos esses aspectos de seu ministrio, preferindo batalhar por uma Igreja triunfalista, de bom trnsito junto s elites? Confesso: preciso de ajuda celestial e da comunidade para respond-las. Eis o desafio: enquanto aguardamos novos cus e nova terra, que nos entreguemos em amor, com nossas falhas e percalos. Como Jesus a si mesmo se entregou.
Andr Ricardo, jornalista, escritor, reprter e apresentador da TV Senado
Eu penso que nosso trabalho como comunicador tem muito disso de agir contra a falta de esperana - que para mim significa contar sobre as boas novas em um cenrio muitas vezes desolador, crendo que o Senhor pode mudar todas as situaes. De minha parte, isto significa realizar trabalhos que levem as pessoas a uma maior conscincia da realidade social a partir da viso de Reino. Penso que, como cristos, temos a responsabilidade e a misso de informar corretamente e formar pessoas, ajudando-as a esperanar. Minha palavra de esperana para o dia de hoje que voc encontre uma forma concreta e atuante para esperanar a partir da sua realidade.
Ana Claudia Braun Endo, jornalista e diretora editorial da W4 Editora
Precisamos nos lembrar de quem somos em Cristo. Eu encontro na orao do Pai Nosso o consolo e a esperana ao pensar que a vontade do Senhor ser feita. E eu oro para que nos arrependamos de nossas idolatrias polticas e voltemos os olhos para o autor e consumador da f.
Erica Neves, jornalista e assessora de comunicao da Tearfund
Atualmente, a sociedade brasileira ama odiar. E temos nos afastado um do outro. Mas eu vejo uma luz no fim do tnel. Acredito na orao de Jesus em Joo 17. Ele pede ao Pai que aqueles que viessem a crer nele vivessem em unidade perfeita. No dia em que entendermos que a unidade no um assunto menor, vem a esperana de que o corpo de Cristo, na glria, ser uma grande multido de muitos povos, tribos, lnguas e naes reunidos numa s mentalidade. Tenho a esperana de que, ao nos aproximarmos do Evangelho, vivamos ainda nessa terra um pouco da unidade perfeita.
Maurcio Zgari, jornalista, escritor, editor e publisher da Editora GodBooks
No queremos ouvir o outro, e isso torna o Brasil um pas menos comivo. Efsios 1.18 diz: oro tambm para que os olhos do corao de vocs sejam iluminados a fim de que vocs conheam a esperana para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herana dele nos santos. A nossa esperana no est na poltica ou em uma narrativa ideolgica, mas sim em Deus. E a partir disso podemos construir juntos um pas melhor.
Ana Staut, jornalista e assessora da Associao Brasileira de Cristos na Cincia ABC
Eu percebo que nos ltimos anos os relacionamentos esto se deteriorado. Eu atribuo isso a uma intolerncia para com a diversidade (de opinio, religiosa, social, tnica e poltica). Ns, cristos, podemos transformar o mundo, melhorando os relacionamentos. A Bblia enfatiza bastante isso nas palavras de Cristo, de acolhimento, de amor ao prximo.
Carlos Fernandes, jornalista e editor de livros
Como jornalistas cristos, temos o dever de levar ao pblico a maior notcia de todos os tempos: o Evangelho. O Evangelho de paz, de reconciliao, que anuncia Jesus como redentor de um mundo cado, como a nossa viva esperana, o nico que pode curar e restaurar uma nao.
Cssia de Oliveira, jornalista do portal Guiame
Nossa responsabilidade trazer racionalidade para um pas dilacerado, mas tambm trazer esperana, uma mensagem de amor, de perseverana. Sim, o Brasil tem grandes dificuldades, mas no podemos deixar de sonhar. Eu sempre me apego muito a Lucas 5.11 (A pesca milagrosa), em que Jesus disse: vo para guas mais profundas. Ou seja, ele est dizendo: vo para a zona do desconhecido, para a nuvem do no-saber, e l se deixar guiar. Lancem as redes e colham abundantemente a pesca que eu sei que haver. disso que precisamos: nos deixar orientar por Jesus, que o Senhor da Histria, que nos leva para guas mais profundas e nos ensina exatamente o que temos que fazer.
Laurentino Gomes, jornalista e escritor premiado na rea de histria
No h dvida de que o jornalismo, s vezes to duramente criticado, ao transitar entre obstculos, injustias e surpresas de superao, pode ser um instrumento de Deus para o cultivo da esperana crist. Tudo isso comea com a nossa percepo do papel que ele tem no mundo, como parte da defesa da verdade de Cristo em nossas culturas das mdias (Compromisso da Cidade do Cabo II-A-4).

Verso ampliada da reportagem O jornalista cristo: realidade e esperana publicada na edio 398 de Ultimato.

Leia mais:
Live Entre o realismo e a esperana, de Dilogos de Esperana
Lissnder Dias do Amaral jornalista, blogueiro, poeta e editor de livros. Integra o Conselho Nacional da Interserve Brasil e o Conselho da Unimissional. autor de O Cotidiano Extraordinrio a vida em pequenas crnicas e responsvel pelo blog Fatos e Correlatos do Portal Ultimato. um dos fundadores do Movimento Vocare e ajudou a criar as organizaes crists de cooperao Rede Mos Dadas e Rede Evanglica Nacional de Ao Social (RENAS).

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