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O Esprito Santo: pomba, fogo ou cifro? s236l

PorMaurcio Zgari
Logo nos primeiros sculos da era crist, telogos apreenderam a realidade da Trindade, como Incio (Carta aos Efsios, 9.1; 18.2), Clemente (1 Clemente 42; 46.6) e Tertuliano (Adversus Praxean 2.4; 8.7). E, com a compreenso, veio a inevitvel interpretao, sujeita subjetividade e falibilidade humanas. O resultado previsvel foi que, em pouco tempo, comearam a surgir divergncias de entendimento sobre a essncia, a atuao e o papel de cada pessoa da Trindade. Apesar dos dois mil anos de estudos e debates teolgicos que nos precederam, hoje, continuamos sujeitos a divergncias de interpretao. O resultado que elementos teolgicos acabam submetidos a entendimentos frequentemente dspares, se no opostos e contraditrios. Um exemplo bastante visvel na terceira dcada do sculo 21 a forma plural e heterognea como entendemos a ao do Esprito Santo com desdobramentos bastante pragmticos.
O entendimento pneumatolgico da igreja evanglica brasileira vem ando por transformaes desde o advento do pentecostalismo, ando pelo movimento carismtico e, posteriormente, pelo neopentecostalismo. Se, historicamente, a nfase no Esprito Santo tem sido a do parakletos, o consolador, conselheiro e encorajador, no ltimo sculo comeou-se a enfatizar o vento forte e impetuoso. A pomba deu lugar ao fogo como representao majoritria, o que perceptvel, por exemplo, das logomarcas das igrejas ao subgnero musical amplamente difundido dos corinhos de fogo.
Desde o incio do movimento pentecostal moderno, ganhou fora o conceito do poder de Deus. Assim, frequentemente, a liturgia, a pregao e a prxis de vida do cristo pentecostal aram a dar grande peso busca pela manifestao do poder do Esprito Santo, capaz de realizar milagres e prodgios e manifestar carismas. Nesse sentido, ganhou destaque o fenmeno do batismo no Esprito Santo, entendido dentro da teologia pentecostal de forma diferente da viso histrica.
John Stott descreve com preciso o entendimento histrico de que o batismo no Esprito Santo sinnimo de salvao em sua obra Batismo e plenitude do Esprito Santo (Vida Nova). A teologia pentecostal entrou em choque com essa viso ao interpretar o conceito de batismo no Esprito Santo como um revestimento de poder posterior salvao, voltado proclamao do evangelho e que costuma ser associado no dia a dia das igrejas ao recebimento de dons (cf. 1Co 12.7-11).
Eruditos contemporneos tm promovido a viso pentecostal clssica, como Craig Keener (autor de obras como A hermenutica do Esprito, A mente do Esprito e O Esprito na Igreja Vida Nova), Roger Stronstad (Teologia bblica pentecostal e Hermenutica pentecostal Carisma) e Robert Menzies (Pentecostes: Essa histria a nossa histria AD; e No poder do Esprito Carisma). Entre os autores brasileiros, Gutierres Siqueira, autor de obras como Revestidos de poder (AD), e Silas Daniel, autor de O Batismo no Esprito e as Lnguas como sua Evidncia (AD) so alguns dos nomes que vm investindo na defesa dessa teologia.
O movimento pentecostal levou ao surgimento do movimento carismtico, que importou crenas pentecostais clssicas para dentro de igrejas histricas, e o movimento neopentecostal, que hipervalorizou a importncia de milagres e exorcismos e da concesso de bnos materiais. Assim, no neopentecostalismo, o consolador, conselheiro e encorajador tornou-se o libertador, curador e enriquecedor para aqueles que tm f.
Essa pluralizao trouxe desdobramentos. Hoje, impossvel se falar de um entendimento pneumatolgico nico da igreja evanglica brasileira. Cada comunidade local ou denominao compreende o Esprito Santo e se relaciona com ele a partir da teologia que abraa, mais ou menos influenciada pelos movimentos supracitados.
Se h segmentos que lutam arraigadamente por combater os entendimentos carismticos e resgatar a percepo histrica, o fato que essas formas de compreender a ao do Esprito Santo parecem ter chegado para ficar. Segundo o World Council of Churches, pentecostais, carismticos e neopentecostais j compem a maioria dos cristos no catlicos no mundo e os nmeros crescem ano a ano, com desdobramentos evidentes em diferentes reas, como a musical, a litrgica, a homiltica, a esttica e a eclesiolgica. Tudo muito visvel em eventos como o Fire e o The Send, no chamado movimento de churches e na letra das msicas de grupos e cantores de msica gospel.
Para alguns, os novos caminhos so uma corrupo da ortodoxia. Para outros, liberdade de ao para o Esprito. Para outros, ainda, avivamento. Tudo vai depender da teologia que se abraa. Nossa orao que, em meio a essa multido de vozes, a Igreja jamais perca de vista uma das mais assertivas afirmaes bblicas acerca da ao do parakletos: sabemos quanto Deus nos ama, uma vez que ele nos deu o Esprito Santo para nos encher o corao com seu amor. (Rm 5.5).
Maurcio Zgari telogo, diretor editorial da GodBooks, autor de vrios livros publicados, comentarista bblico e jornalista.
>> Confira a edio de maro/abril da revistaUltimato:Saudades do Pentecostes
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