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O criacionismo depois de Darwin: um debate entre cincia e f 2e2z46

Por Jean sco| Resenha
Aps as descobertas de Charles Darwin em A Origem das Espcies (1859), e principalmente devido aos recentes avanos no campo da gentica, cristos tem se envolvido em debates acalorados tentando reconciliar os fundamentos inegociveis da f com as novas descobertas da biologia evolutiva um debate que tem levantado questes significativas, sem necessariamente chegar a concluses definitivas.
O livro Finding Ourselves after Darwin (Baker Academic, 2018) oferece uma contribuio intrigante para este debate. Este volume inovador ao propor uma interface entre a antropologia teolgica e as novas descobertas da teoria evolutiva. Os editores sugerem que reunir telogos de diferentes tradies para discutir temas que parecem irreconciliveis com a teoria evolutiva a melhor maneira de responder aos desafios colocados ao cristianismo pelo ps-darwinismo. Ao adotar essa abordagem, o livro considera quais seriam as consequncias teolgicas de abraar o criacionismo evolucionrio para as doutrinas do pecado original, a imagem de Deus e o problema do mal. Apesar de suas divergncias comuns em qualquer ampla coleo de ensaios os autores compartilham uma tese comum de que a ortodoxia crist tem a envergadura necessria para dialogar com a teoria evolutiva sem perder sua estrutura mais fundamental.
Colees de ensaios s vezes carecem de organizao ou no seguem uma linha elaborada de raciocnio, mas no neste trabalho. Pelo contrrio, cada uma das trs sees apresentada por um dos editores associados e expandida por um acadmico destacado que prepara o cenrio para as principais questes em jogo. Estudiosos de diferentes tradies crists, que s vezes discordam ou se complementam, enriquecem a conversa. O mesmo editor que apresentou a seo fornece uma concluso para ela. Os leitores navegaro neste livro sentindo-se confiantes de que esto viajando por terrenos previamente mapeados e chegaro ao final bem conscientes dos novos desenvolvimentos na rea.
Entre as teorias apresentadas para explicar a doutrina da imago Dei no contexto da cincia evolucionria (funcional, estrutural, relacional e dinmica), o leitor pode esperar bastante diversidade, foras e fraquezas. Por exemplo, creio ser promissor as novas descobertas da cincia evolucionria a respeito do desenvolvimento da personalidade humana atravs de heranas epigenticas, comportamentais e simblicas indo alm da viso clssica centrada no gene do neo-darwinismo que dominou o pensamento biolgico nos ltimos cinquenta anos. Preocupa-me, no entanto, a rapidez com a qual J. W. van Huyssteen se apropria das ideias naturalistas/materialistas, sugerindo que o conceito de imago Dei emergiria da prpria natureza. Afinal, se a imagem de Deus emerge da capacidade imaginativa do crebro humano, por que continuar chamando-a de imago Dei? Consequentemente, este compromisso materialista leva Huyssteen a negar a superioridade dos humanos sobre os animais, contrariando a prpria abordagem de Jesus (Mt 6:26 e 10:31).
Sobre o mesmo assunto, mas sob outro ponto de vista, Mark Harris e Michael Burdett assumem que a imago Dei uma afirmao sobre a graa de Deus para a criao e no sobre a auto habilidade humana. Burdett tambm explica bem por que as quatro teorias da imago Dei deveriam ser combinadas. Na minha anlise, quando isolada de outras vises, a ideia de que a imagem de Deus representaria o carter relacional e amoroso dos seres humanos parece enganosa. Pode levar a concluses extravagantes, como a de que os seres humanos no so as nicas criaturas feitas imagem de Deus, dado que elefantes, golfinhos e ces tambm exibem capacidades relacionais baseadas no amor. Na mesma linha, a viso desenvolvimentista da imago Dei altera radicalmente a narrativa crist de criao, queda e redeno. De acordo com Ted Peters, nunca houve um tempo em que os humanos carregassem a imagem de Deus de maneira diferente do que hoje, dado que o pecado, o sofrimento e o mal sempre fizeram parte da histria biolgica da Terra. Em vez de estar localizada no ado, a imagem de Deus algo que Deus est formando desde a queda at a sua concluso na nova criao. Em minha anlise, essa viso falha, pois peca em articular a bondade da criao e do Criador transformando nossa pecaminosidade em algo natural, tornando logicamente desnecessrio todo o drama da redeno e da consumao.
Felizmente, vrios artigos nesta coleo equilibram tais abordagens revisionistas f crist, respeitando os limites entre f e cincia e reconhecendo o drama inegocivel da tradio crist. Gijsbert van den Brink (captulo 8) nos d um bom exemplo de como recontextualizar os principais elementos envolvidos na doutrina da queda, luz da cincia evolucionria, sem perder sua essncia teolgica. Assim, ele evita e combate o erro Bultmanniano que aliena a teologia da histria e a reduz a uma pilha de conceitos abstratos alicerados no vcuo. Enraizado na tradio reformada, o artigo de C. John Collins (captulo 10) contribui para o debate defendendo trs ideias centrais: 1. A raa humana como uma famlia de origem unificada; 2. Humanos emergindo da natureza por um processo que vai alm do mecanismo impessoal; e 3. Resgatando a ideia de pecado como um intruso na boa criao de Deus, entrando na experincia humana em algum ponto especfico da histria. O artigo de Andrew McCoy (captulo 11) um artigo bem-vindo ao debate na medida em que ele resgata o pensamento de Irineu (pai da igreja) sobre o pecado original, em face de ms interpretaes recentes. Esses trs exemplos, entre outros, so excelentes corretivos para um "dilogo" que por vezes se assemelha mais a um monlogo darwiniano que toma conta de alguns debates teolgicos atuais e at algumas partes desse livro.
No geral, Finding Ourselves after Darwin nos adverte que qualquer relao entre f crist e cincia precisa ser desenvolvida com cautela e pacincia. Deve-se tomar cuidado para no abraar as teorias cientficas como se fossem verdades absolutas, em vista da natureza voltil da cincia. As lies da histria tambm nos ajudam a avaliar, com pacincia, nossos prprios conceitos teolgicos injustificados, que esto em desacordo com as declaraes do livro da revelao geral, tais como a crena antiquada de que a Terra como o centro do universo era evidncia de que os humanos estavam no topo da criao divina. Os leitores interessados no debate entre a f crist e a cincia evolutiva de nvel acadmico se beneficiaro muito com a leitura deste livro. Entre as respostas variadas que os cristos podem oferecer no contexto da cincia evolutiva, esta coleo de ensaios , sem dvida, um testemunho que abre caminho para um debate maduro dentro do cristianismo ortodoxo.
Jean sco Gomes pastor presbiteriano, autor do livro O Significado do Namoro e doutorando em Teologia pelo Calvin Theological Seminary.

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