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25 de maro de 2009
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O "Besteirol na Cincia", o cientificismo e o senso comum 3m704o
Com isso, j temos fatos suficientes para levantar a questo: ser mesmo que o papel da cincia essencialmente "desafiar o senso comum"? Cientistas precisam tomar muitas decises antes de iniciarem uma pesquisa cientfica. E essas decises, que antecedem a prtica cientfica, tanto temporalmente quanto logicamente, no so tomadas "cientificamente". Elas ocorrem no universo do malfadado "senso comum" -- o mesmssimo universo no qual se encaixam inclusive as manifestaes iradas de alguns blogueiros cientficos. A cincia no vive para desafiar o senso comum. Ela faz isso, muitas vezes, mas o senso comum simplesmente o nosso habitat natural. A cincia um til parntese dentro do senso comum; uma ferramenta criada e manipulada pelo senso comum.
Pois bem. Quero aproveitar o momento para defender exatamente o contrrio do blog supracitado: que precisamos sim de pesquisas como aquela de Princeton (discordando de Ruth de Aquino); s que no para substituir, mas antes para retornar ao senso comum -- e ao conhecimento no-cientfico de um modo geral -- para vivenci-lo de forma mais sbia.
inegvel que os resultados da pesquisa em questo sejam uma evidncia emprica que pode ser usada contra o setor publicitrio, por exemplo, para defender as mulheres da desumanizao a que elas so expostas todos os dias; e tambm so uma confirmao a mais da crtica crist ao libertinismo sexual como um posicionamento destrutivo da dignidade humana. E em termos cientficos apenas, precisamos concordar: a pesquisa no foi to trivial. Ela levantou alguns fatos interessantes. Eu mesmo j penso em aproveit-las para alguns fins no-cientficos.
No entanto, impossvel no perceber quo pouco econmico o irmo perverso da cincia, o cientificismo, expresso por alguns crticos da nossa jornalista (descontando os blogueiros citados acima, que se declararam contrrios ao cientificismo). Para pessoas que assumem a inexistncia de conhecimento seguro fora da demonstrao cientfica, o senso comum e at mesmo a racionalidade moral parecem to indignos de confiana que no podemos em s conscincia fundar neles as nossas decises. E assim, testemunhamos essa horrvel anomalia: que no tnhamos como combater o abuso do corpo feminino na mdia, at agora. Por qu? Porque nos faltava o estudo dos pesquisadores de Princeton. Faltava a voz de um orculo cientfico.
O cientificismo viciado no que eu chamaria de desperdcio doxstico. Ele precisa desafiar cada crena religiosa sem base emprica, cada preceito tradicional, cada valor social, cada intuio moral, cada arrazoado sobre comportamento, de um modo quase obsessivo. Para o cientificista, podemos sustentar opinies morais -- sobre a objetificao das mulheres no mundo publicitrio, por exemplo -- mas no poderemos considerar tais opinies como verdadeiras, nem tomar decises srias com base nelas, at que sejam testadas empiricamente. At l, tais opinies no am de cismas feministas ou fundamentalistas.
Pois bem. Quero aproveitar o momento para defender exatamente o contrrio do blog supracitado: que precisamos sim de pesquisas como aquela de Princeton (discordando de Ruth de Aquino); s que no para substituir, mas antes para retornar ao senso comum -- e ao conhecimento no-cientfico de um modo geral -- para vivenci-lo de forma mais sbia.
inegvel que os resultados da pesquisa em questo sejam uma evidncia emprica que pode ser usada contra o setor publicitrio, por exemplo, para defender as mulheres da desumanizao a que elas so expostas todos os dias; e tambm so uma confirmao a mais da crtica crist ao libertinismo sexual como um posicionamento destrutivo da dignidade humana. E em termos cientficos apenas, precisamos concordar: a pesquisa no foi to trivial. Ela levantou alguns fatos interessantes. Eu mesmo j penso em aproveit-las para alguns fins no-cientficos.
No entanto, impossvel no perceber quo pouco econmico o irmo perverso da cincia, o cientificismo, expresso por alguns crticos da nossa jornalista (descontando os blogueiros citados acima, que se declararam contrrios ao cientificismo). Para pessoas que assumem a inexistncia de conhecimento seguro fora da demonstrao cientfica, o senso comum e at mesmo a racionalidade moral parecem to indignos de confiana que no podemos em s conscincia fundar neles as nossas decises. E assim, testemunhamos essa horrvel anomalia: que no tnhamos como combater o abuso do corpo feminino na mdia, at agora. Por qu? Porque nos faltava o estudo dos pesquisadores de Princeton. Faltava a voz de um orculo cientfico.
O cientificismo viciado no que eu chamaria de desperdcio doxstico. Ele precisa desafiar cada crena religiosa sem base emprica, cada preceito tradicional, cada valor social, cada intuio moral, cada arrazoado sobre comportamento, de um modo quase obsessivo. Para o cientificista, podemos sustentar opinies morais -- sobre a objetificao das mulheres no mundo publicitrio, por exemplo -- mas no poderemos considerar tais opinies como verdadeiras, nem tomar decises srias com base nelas, at que sejam testadas empiricamente. At l, tais opinies no am de cismas feministas ou fundamentalistas.
telogo, mestre em Cincias da Religio e diretor de LAbri Fellowship Brasil. Pastor da Igreja Esperana em Belo Horizonte e presidente da Associao Kuyper para Estudos Transdisciplinares, tambm organizador e autor de Cosmoviso Crist e Transformao e membro fundador da Associao Brasileira Cristos na Cincia (ABC2).
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