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Natal – as surpresas acontecem no meio da mesmice 715v6q

Por Luiz Fernando dos Santos

"No sexto ms Deus enviou o anjo Gabriel a Nazar, cidade da Galilia, a uma virgem prometida em casamento a certo homem chamado Jos, descendente de Davi. O nome da virgem era Maria." (Lc 1.26,27)

A descrio dos fatos narrados nos Evangelhos de Lucas e Mateus sobre a anunciao e o nascimento de Jesus, dois belssimos retratos do Natal, desconcertante quando prestamos a ateno em cada aspecto das narrativas.

O ordinrio

No contexto da anunciao, Lucas faz questo de ressaltar o carter decididamente ordinrio da vida de Maria at apario do Anjo. Uma moa que em nada se diferenava das outras que habitavam aquele vilarejo. Alis, o vilarejo tambm revela ser um lugar comum, obscuro, de agricultores e pessoas simples. Maria era um pouco mais que uma adolescente, j prometida em casamento como era o uso e o costume do seu tempo , que se ocupava dos afazeres domsticos mais triviais, sem grandes expectativas, e aguardava o dia do casamento com Jos.

Jos, por sua vez, era uma espcie de empreiteiro modesto, um trabalhador que ganhava o po suado de cada dia com a sua profisso nada especial. Sua grande aspirao, quem sabe, seria desposar Maria e constituir uma famlia ordinria. Mesmo sabendo ser da descendncia de Davi, sabia do seu lugar na histria e no mundo, um simples carpinteiro de Nazar.

J a narrativa do nascimento nos faz enxergar a condio simples e humilde de Maria e Jos. A hospedagem em uma estrebaria d a medida do desamparo que sofriam por estarem to longe de casa, dos parentes e amigos. O prespio nos faz recordar a fala de Paulo: sendo rico se fez pobre por amor de vs (2 Co 8.9). Um estbulo, seguindo a tradio, uns animais domsticos, um bero improvisado, quem sabe um bocado de po, um pouco de azeite e no muito mais que isso.

Depois, a vida como refugiados no Egito at o retorno para a obscura Nazar, onde Jesus cresceu indo aos sbados na Sinagoga, aprendendo o ofcio do pai, ajudando nas tarefas domsticas e compartilhando as bnos e as provises dirias da graa com os seus irmos por parte de me.

As surpresas

O Natal nos recorda que as grandes surpresas da graa irrompem justamente na vida corriqueira, ordinria, aquela da mesmice de todo dia. Muitos cristos deixam de crescer porque se sentem entediados com a ausncia de grandes aventuras, fortes emoes, feitos picos e heroicos. Sonham com o dia em que lhes chegar a oportunidade de fazer alguma coisa que h de mudar a histria, consagrar o seu nome e faz-los sentir que valeu a pena a agem por aqui.

Nessa ansiedade e agitao, perdem o foco do aqui e agora e desprezam os ordinrios meios de graa, como fala Michel Horton: E a cada semana, ns pecadores medianos e santos chatos nos ajuntamos em volta de po e vinho comuns, e o prprio Cristo est ali conosco. No percebem os quase invisveis, mas jamais inexistentes, milagres do cotidiano que nos conformam pela pacincia, perseverana, rotina, abnegao e amor ao Jesus que nasceu humilde em Belm e ou a nossa contingncia e misria (exceto do pecado), de Nazar ao Calvrio.

No h nada mais extraordinrio e surpreendente do que cumprir a nossa rotina, a nossa mesmice diria, com a inteno de fazer tudo para que Deus seja glorificado, como ensina Paulo: Assim, quer vocs comam, bebam ou faam qualquer outra coisa, faam tudo para a glria de Deus (1Co 10.31). E ainda a resposta primeira do Breve Catecismo de Westminster: Qual o fim principal do homem? Glorificar a Deus e goz-lo para sempre.

De fato, tirando todo o romantismo e as narrativa hagiogrficas, a vida de um missionrio em um campo hostil irvel e merece o nosso respeito, a nossa valorizao e, de maneira especial, a nossa orao e todo o nosso apoio. Claro que h grande dose de herosmo, coragem e martrio que podem ser evidenciados nas vidas preciosas de nossos missionrios em contextos de guerras, fomes extremas, opresso poltica e religiosa ningum duvida disso.

Mas, no menos herosmo, perseverana, coragem e amor sacrificial podem ser encontrados na vida de uma dona de casa com trs filhos pequenos, um deles com febre, outro enjoado e um terceiro que est com clicas. Junte a isso a loua sobre a pia, as roupas na mquina de lavar e o jantar para fazer. No h menos martrio do que ar um marido em um dia ruim ou uma esposa com TPM, alm do dia pesado como o descrito acima.

Exercitar o domnio prprio, a longanimidade e a amabilidade, fruto do Esprito, no dia a dia, uma tarefa acima das foras humanas. Da a nossa necessidade dos meios ordinrios de graa: leitura bblica, vida devocional, frequncia regular e assdua na igreja etc. O Natal nos recorda que o cotidiano esconde e, ao mesmo tempo, revela o amor de Deus, sua graa e seu poder que podem realizar o impossvel em nossa vida, que parece to pobre de possibilidades.
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Luiz Fernando dos Santos(1970-2022), foi ministro presbiteriano e era casado com Regina, pai da Talita e professor de teologia no Seminrio Presbiteriano do Sul e no Seminrio Teolgico Servo de Cristo.
  • Textos publicados: 105 [ver]

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