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11 de maro de 2022
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Mesmo em guerra, h racismo escancarado 2m4
Sculo 21 e os negros continuam sendo considerados sub-humanos, mas no deveria ser assim.
Por Jacira Monteiro
Cidados africanos tm denunciado que esto sofrendo discriminao e racismo ao tentar atravessar a fronteira e fugir da guerra. Em uma transmisso do Jornal Welt, traduzido e postado no Twitter pelo advogado Joel Luiz Costa, h um relato perturbador de um africano que tentava fugir da guerra. Ele disse ao reprter: H muita hostilidade, sobretudo de mulheres brancas. Eu estava em vago e pediram pra eu me retirar. Eles preferem evacuar animais e bichos de estimao a homens negros e mulheres negras.
Em meu trabalho de concluso de curso intitulado Registros contbeis e escravatura no Brasil oitocentista: uma abordagem histrica, fiz uma pesquisa da contabilidade no perodo da escravido. No contexto de escravido, no Brasil e no mundo, havia animais (como cavalos, meios de transporte poca) que tinham mais valor que os africanos escravizados. Estamos no sculo 21, a escravido foi abolida no sculo 19, contudo, parece que, no que tange ao tratamento subalterno ao negro, nada mudou.
No dia 28/2, o representante dos pases africanos Qunia, Gmbia e Gabo, Martin Kimani, falou ao Conselho de Segurana da ONU: Na emergncia que se desenrola, houve relatos perturbadores sobre o tratamento racista de africanos e afrodescendentes que procuram fugir da Ucrnia para um local seguro (...). Condenamos veementemente esse racismo e acreditamos que prejudicial ao esprito de solidariedade que to urgentemente necessrio hoje. Os maus-tratos aos povos africanos nas fronteiras da Europa precisam cessar imediatamente, seja para os africanos que fogem da Ucrnia ou para aqueles que cruzam o Mediterrneo
No mesmo dia, 28/2, a Unio Africana, que rene os 55 pases da frica, divulgou um documento oficial dizendo: Relatos de que africanos so selecionados para tratamento dissimilar inaceitvel so chocantemente racistas e uma violao da lei internacional. Nesse sentido, os presidentes pedem que todos os pases respeitem a lei internacional e demonstrem a mesma empatia e apoio para todos aqueles que fogem da guerra, independentemente da sua raa1.
Em 01/3/22, o Alto Comissrio para os Refugiados da ONU itiu de forma oficial que refugiados africanos esto enfrentando racismo na tentativa de fugir da guerra. Como eu disse em meu livro O Estigma da Cor, falando da valorizao igualitria que se deve ter a toda raa humana, eu no preciso ser branca para ter valor. Ningum que no branco precisa. Se Deus quisesse tudo igual, Ele no teria feito tudo diferente (p. 142). Some pandemia a guerra, some guerra a crise de refugiados, some crise de refugiados o racismo. deplorvel que em um contexto de guerra, pessoas desesperadas tentando fugir da violncia estejam sendo discriminadas e rebaixadas condio de no humanas.
Todos os que esto fugindo da guerra na Ucrnia deveriam ser encaminhados a um local seguro, independente de raa, cor, nacionalidade, cor ou gnero. O foco a catstrofe e sofrimento da guerra que a Ucrnia est vivendo, portanto, todos os cidados, estrangeiros ou no, que esto nesse pas deveriam ser igualmente assistidos. uma questo de ter o mnimo de humanidade e empatia.
Deus condena o racismo, pois ele fez os seres humanos sua imagem e semelhana, portanto com dignidade e valor. A situao de racismo que os africanos sofrem na Ucrnia no apenas amoral e uma crise humanitria, mas em uma viso espiritual, diablica e pecaminosa. preciso arrependimento e tratamento igualitrio por parte do povo ucrnio, pois Deus ama e protege ao estrangeiro (Sl 146.9) e ns deveramos fazer o mesmo. O cristo verdadeiro repudia a situao de sub-humanidade que os africanos tm vivido na guerra da Ucrnia, e a igreja ucraniana deveria levantar a voz em favor dos marginalizados.
Notas
1. Africanos esto sendo impedidos de deixar Ucrnia por "racismo", diz Unio Africana.
Jacira Monteiro membro da igreja evanglica batista de Joo Pessoa, graduada em cincias contbeis pela Universidade Federal da Paraba e ps-graduanda em teologia bblica e exegtica do Novo Testamento. autora do livro O Estigma da Cor como o racismo fere os dois grandes mandamentos de Cristo.
Leia mais:
Conscincia do Imago Dei, a conscincia negra
Por Jacira Monteiro

Em meu trabalho de concluso de curso intitulado Registros contbeis e escravatura no Brasil oitocentista: uma abordagem histrica, fiz uma pesquisa da contabilidade no perodo da escravido. No contexto de escravido, no Brasil e no mundo, havia animais (como cavalos, meios de transporte poca) que tinham mais valor que os africanos escravizados. Estamos no sculo 21, a escravido foi abolida no sculo 19, contudo, parece que, no que tange ao tratamento subalterno ao negro, nada mudou.
No dia 28/2, o representante dos pases africanos Qunia, Gmbia e Gabo, Martin Kimani, falou ao Conselho de Segurana da ONU: Na emergncia que se desenrola, houve relatos perturbadores sobre o tratamento racista de africanos e afrodescendentes que procuram fugir da Ucrnia para um local seguro (...). Condenamos veementemente esse racismo e acreditamos que prejudicial ao esprito de solidariedade que to urgentemente necessrio hoje. Os maus-tratos aos povos africanos nas fronteiras da Europa precisam cessar imediatamente, seja para os africanos que fogem da Ucrnia ou para aqueles que cruzam o Mediterrneo
No mesmo dia, 28/2, a Unio Africana, que rene os 55 pases da frica, divulgou um documento oficial dizendo: Relatos de que africanos so selecionados para tratamento dissimilar inaceitvel so chocantemente racistas e uma violao da lei internacional. Nesse sentido, os presidentes pedem que todos os pases respeitem a lei internacional e demonstrem a mesma empatia e apoio para todos aqueles que fogem da guerra, independentemente da sua raa1.
Em 01/3/22, o Alto Comissrio para os Refugiados da ONU itiu de forma oficial que refugiados africanos esto enfrentando racismo na tentativa de fugir da guerra. Como eu disse em meu livro O Estigma da Cor, falando da valorizao igualitria que se deve ter a toda raa humana, eu no preciso ser branca para ter valor. Ningum que no branco precisa. Se Deus quisesse tudo igual, Ele no teria feito tudo diferente (p. 142). Some pandemia a guerra, some guerra a crise de refugiados, some crise de refugiados o racismo. deplorvel que em um contexto de guerra, pessoas desesperadas tentando fugir da violncia estejam sendo discriminadas e rebaixadas condio de no humanas.
Todos os que esto fugindo da guerra na Ucrnia deveriam ser encaminhados a um local seguro, independente de raa, cor, nacionalidade, cor ou gnero. O foco a catstrofe e sofrimento da guerra que a Ucrnia est vivendo, portanto, todos os cidados, estrangeiros ou no, que esto nesse pas deveriam ser igualmente assistidos. uma questo de ter o mnimo de humanidade e empatia.
Deus condena o racismo, pois ele fez os seres humanos sua imagem e semelhana, portanto com dignidade e valor. A situao de racismo que os africanos sofrem na Ucrnia no apenas amoral e uma crise humanitria, mas em uma viso espiritual, diablica e pecaminosa. preciso arrependimento e tratamento igualitrio por parte do povo ucrnio, pois Deus ama e protege ao estrangeiro (Sl 146.9) e ns deveramos fazer o mesmo. O cristo verdadeiro repudia a situao de sub-humanidade que os africanos tm vivido na guerra da Ucrnia, e a igreja ucraniana deveria levantar a voz em favor dos marginalizados.
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1. Africanos esto sendo impedidos de deixar Ucrnia por "racismo", diz Unio Africana.
Jacira Monteiro membro da igreja evanglica batista de Joo Pessoa, graduada em cincias contbeis pela Universidade Federal da Paraba e ps-graduanda em teologia bblica e exegtica do Novo Testamento. autora do livro O Estigma da Cor como o racismo fere os dois grandes mandamentos de Cristo.
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