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Infertilidade e reproduo luz da Bblia 3e619

Por Jorge Cruz
Ter um filho sempre foi um desejo legtimo da maioria dos casais ao longo da histria da humanidade. A infertilidade era sempre uma enorme frustrao para o casal e motivo de humilhao e desprezo pela sociedade, sobretudo para a mulher, porque se supunha ser ela a principal responsvel pela incapacidade de procriar.
No livro de Gnesis, somos confrontados com este problema na vida de Abrao e sua mulher Sara, e sabemos como Deus interveio miraculosamente, permitindo o nascimento de Isaque na sua velhice. De acordo com o relato bblico, Sara teria sido a primeira me ps-menopusica da histria.
Encontramos muitos outros exemplos nas Escrituras em que a maternidade e paternidade so considerados uma manifestao da beno de Deus, por exemplo, em Salmos 127.3-5: Os filhos so herana do Senhor, e o fruto do ventre a sua recompensa. Como flechas na mo de um guerreiro, assim so os filhos da mocidade. Bem-aventurado o homem que com eles enche sua aljava; quando enfrentarem os inimigos numa disputa, no sero envergonhados.
A infertilidade pode ser o resultado do castigo de Deus, como aconteceu com Mical, filha de Saul e esposa de Davi, conforme lemos em 2 Samuel 6.20-23, mas nem sempre, como aconteceu com Zacarias e Isabel, que viriam a ser os pais de Joo Batista quando j tinham uma idade avanada (Lucas 1.5-7).
Parece evidente, luz das Escrituras, que a infertilidade no fazia parte dos desgnios de Deus para o ser humano, mas foi o resultado da desobedincia de Ado e Eva no jardim do den. Alm disso, vemos o amor e misericrdia de Deus ao permitir que Raquel, esposa de Jac, e Ana, esposa de Elcana, pais de Samuel, e muitos outros casais concebessem.
A infertilidade conjugal definida pela Organizao Mundial de Sade como uma doena do sistema reprodutivo, que se traduz na incapacidade de um casal conceber ou levar a bom termo uma gravidez, depois de pelo menos um ano de relaes sexuais regulares sem qualquer proteo. No um problema novo, mas tem vindo a aumentar nos ltimos anos, para o que contribuem diversos fatores dos quais destacaria a tendncia dos casais optarem por ter filhos cada vez mais tarde, pois h uma diminuio da capacidade reprodutiva da mulher com a idade, sobretudo a partir dos 35 anos.
Atualmente, nos pases desenvolvidos, a infertilidade afeta cerca de 10-15% dos casais em idade reprodutiva. Em cerca de 30% dos casos a causa da infertilidade masculina, noutros 30% a causa feminina, noutros 30% mista e nos restantes 10% desconhecida, pois no se consegue identificar o problema. Destacam-se, entre as causas mais comuns, problemas na ovulao, doena das trompas uterinas ou do tero, endometriose e, nos homens, anomalias na produo de espermatozoides.
O diagnstico de infertilidade pode gerar sofrimento psicolgico em ambos os membros do casal, que se pode manifestar por baixa autoestima, sentimentos de fracasso, ansiedade, depresso e isolamento, afetando as relaes sociais e o prprio rendimento no trabalho. Neste contexto, o nascimento de Louise Brown, o primeiro beb do mundo concebido artificialmente em laboratrio, em 1978 em Inglaterra, constituiu uma revoluo que veio alterar profundamente os conceitos da reproduo humana e conceder uma nova esperana a muitos casais infrteis. A gestao desta criana decorreu de forma normal no tero materno e somente a fecundao (unio de um vulo e de um espermatozoide) decorreu em laboratrio, chamada por isso fertilizao in vitro.
Estima-se que j tenham nascido mais de 8 milhes de crianas em todo o mundo, com recurso reproduo medicamente assistida. As principais tcnicas utilizadas so a inseminao artificial, a fertilizao in vitro, a microinjeo intracitoplasmtica de espermatozoide e a transferncia de embries criopreservados. Fala-se em embrio desde a concepo at s doze semanas de gravidez e em feto desde as doze semanas at ao nascimento.

A inseminao artificial consiste na introduo de espermatozoides no aparelho reprodutor feminino, de modo a obter-se a fertilizao e posterior gravidez. Tem uma taxa de sucesso de cerca de 10% por cada tentativa, embora seja necessrio o uso prvio de frmacos, por via oral ou injetvel, para se promover a ocorrncia da ovulao.
A fertilizao in vitro requer a colheita de ovcitos aps estimulao dos ovrios por meio de medicao hormonal injetvel durante cerca de dez dias. O objetivo colocarem-se em contato num tubo de ensaio as clulas sexuais, espermatozoides e ovcitos, previamente colhidos, para que a sua unio (fecundao) ocorra em laboratrio. O ovo ou zigoto resultante incubado in vitro at que ocorra a diviso celular. Ao final de trs a cinco dias, um ou dois embries so ento transferidos para o tero da mulher, para que a gestao decorra como em condies normais. Tem uma taxa de sucesso de cerca de 25 a 30% por cada tentativa, que, como as outras tcnicas, diminui com o aumento da idade da mulher. O nmero de embries produzidos e implantados reduzido de modo a evitar-se uma gravidez multigemelar, que est associada a complicaes como um maior risco de prematuridade dos bebs.
A microinjeo intracitoplasmtica de espermatozoide distingue-se da fertilizao in vitro por ser selecionado um nico espermatozoide, em boas condies, para injeo direta no ovcito. mais utilizada nas situaes de infertilidade masculina grave.
As tcnicas de reproduo assistida no esto isentas de riscos. As mulheres grvidas tm maior risco de desenvolverem hipertenso arterial, rotura prematura de membranas, diabetes gestacional e necessidade de induo do parto. Os recm-nascidos tm maior risco de prematuridade, baixo peso nascena e anomalias congnitas.
Um dos principais problemas ticos e morais das tcnicas de reproduo assistida a destruio de embries humanos, que so eliminados por no apresentarem as caratersticas genticas pretendidas ou porque foram produzidos laboratorialmente e nunca chegaram a ser implantados, sendo congelados sine die, ou ainda porque foram sujeitos a experimentao cientfica.
A inseminao artificial com smen do marido, nas situaes em que no possvel obter-se uma gravidez atravs de relaes sexuais, em nossa opinio no colide com nenhum princpio bblico. A criana concebida por este mtodo ir nascer no seio de uma famlia unida matrimonialmente. Tambm se nos afigura aceitvel a fertilizao in vitro, nas mesmas circunstncias, quando no possvel o recurso inseminao artificial ou quando ela foi ineficaz, mas desde que no haja destruio de embries, pois todo o embrio um ser humano e tem direito a viver e nascer.
O rastreio das clulas sexuais (espermatozoides e ovcitos) para prevenir doenas transmitidas geneticamente, antes da fertilizao, no suscita nenhum problema moral, o mesmo no acontecendo quando esse rastreio se verifica em embries humanos de modo a eliminar os portadores de doenas ou anomalias genticas. Tambm no consideramos aceitvel proceder-se anlise dos cromossomas com o objetivo de se escolher o sexo ou outras caratersticas morfolgicas do beb, nem tampouco a produo de embries para fins experimentais.
O recurso a bancos de esperma para inseminao artificial ou fertilizao in vitro, no s para ultraar problemas de infertilidade masculina, numa espcie de infidelidade consentida, mas tambm nos casos em que no existe infertilidade (pessoas sozinhas ou pares homossexuais), representa uma instrumentalizao inaceitvel da vida humana, na medida em que a criana resultante da gestao ser privada desde o incio de ter relaes filiais com o pai biolgico.
Em resumo, acompanhamos com satisfao o desenvolvimento e aperfeioamento das tcnicas da reproduo medicamente assistida, reconhecendo que poderemos usar todos os recursos que a cincia nos proporciona para o bem-estar e harmonia familiar, desde que no colidam com os princpios claros da vontade de Deus, revelados na sua Palavra. Nesse sentido, aconselhamos apenas os tratamentos de infertilidade que respeitem a integridade da famlia e o compromisso conjugal. Recordamos ainda que, no decurso dos sculos, inmeros casais tm recorrido adoo como forma de ultraarem a sua infertilidade, o que constitui uma alternativa perfeitamente legtima e comiva, com evidentes benefcios para a prpria criana adotada.
  • Jorge Cruz mdico especialista em angiologia e cirurgia vascular, doutor em biotica, membro do Comit de Pases de Lngua Portuguesa da International Christian Medical & Dental Association (ICMDA), membro honorrio da Associao Crist Evanglica de Profissionais de Sade (ACEPS-Portugal) e membro do Conselho Internacional da PRIME Partnerships in International Medical Education. Mora em Porto, Portugal.

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