Ideologia do gnero nas escolas 1171r

Um assunto que est fervilhando na opinio pblica o substitutivo do Plano Nacional da Educao, que deve prever a incluso da Ideologia do Gnero nas metas colocadas para a educao em todo o pas.

Ideologia do Gnero, ou IG, como j est caindo no linguajar pedaggico, nada mais do que uma forma de pensar (que no chamaria sequer de ideologia) que defende que h um sexo biolgico e um sexo social. O primeiro aquele com o qual a pessoa nasce, que no d para negar (sim, porque dizem que tentativas srias j foram feitas nesse sentido, mas foram todas fracassadas sem falar das cirurgias de mudana de sexo).

O outro um construto social, histrica e culturalmente condicionado, que tem por norma a liberdade que todo indivduo tem de definir a sua preferncia sexual. O pressuposto no-dito dessa crena (vou chamar assim e j explico porque) que tudo na sociedade so construtos, ou seja, nada definido, delineado, estvel ou seguro. A ideologia por trs dessa pretensa ideologia que, como acreditava Herclito e seus seguidores, tudo mvel, tudo flui, nada permanente. Uma consciente negao de valores perenes. Com isso, eles se opunham aos seguidores de Parmnides para os quais tudo permanente e nada muda.

O que Herclito esqueceu nessa sua crena que, com isso, jogava fora toda a tradio, todos os legados e a herana possvel para a humanidade e, no limite, jogava fora a prpria histria. Mas essa ao menos podia ser chamada de ideologia ou sistema de pensamento, por mais equivocado que pudesse ser, tinha algum fundamento, pensadores, seguidores, etc.

J essa nova ideologia, que vou chamar de crena, s tem seguidores e seguidores cegos, que vo na onda do PLC 122/2006, que torna a homofobia em crime. No existem estudos mais profundos e sistemticos que comprovem a teoria do gnero ou da igualdade de gneros. O assunto complexo e espinhoso demais para ser sistematizado. Sem falar que essa pretensa ideologia , ela mesma, um construto social e, como todo construto, visa alguma coisa, uma construo.

Ora, mas no estamos falando apenas que os meninos com trejeitos no devem sofrer bullying na escola. Isso est fora de questo, pois exatamente o bullying e o preconceito que esto errados. No se deve achar que preciso mudar toda a estrutura herdada social e historicamente para evitar o preconceito de gnero.

Seria como se para evitar que uma fruta casse da rvore, a gente elevasse o cho todo para o nvel da fruta. Ora, esse cho chama-se educao e como se no bastassem os problemas e assuntos urgentes a tratar com relao a ela, agora toda a escola obrigada a pregar e doutrinar as crianas na tal IG.

Graas a Deus, algumas vozes j tm sido ouvidas da parte da sociedade para impedir a infuso desse verdadeiro corpo de doutrina que se est construindo, mas ainda pouco e grande parte dos pais nem ao menos tem noo do que est acontecendo nas escolas, mesmo porque pouco se interessa.

No vou entrar no mrito dos interesses polticos por trs desse movimento, pois eles so evidentes at demais, mas vou me limitar a fazer aqui um apelo queles cristos que valorizam a famlia. Sim, porque o objetivo, o edifcio que se est construindo uma sociedade do futuro em que a famlia seja algo secundrio, relativo, e no mais a salvaguarda da educao de bero e da tradio de um povo.

Alis, falar em tradio, em algo que seja conservador virou palavro, at mesmo nos meios cristos que se deixam contaminar pelo vcio do Zeitgeist pelo novo e o desprezo pelo velho. Desde C.S. Lewis, que j na sua poca criou um nome para essa mania, chamando-a de chronological snobbery (esnobismo cronolgico) nada mudou na sociedade; alis, s piorou. Amamos ainda mais a novidade e desprezamos ainda mais o antigo. Onde estar o limite? Penso que no limite, a sociedade acabar se auto extinguindo e no limite, acabar no suicdio. E ns, vamos ficar s olhando?


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