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Identidade evanglica. De ‘glrias’ e ‘aleluias’. Amm? 6v4f68

Quando ainda era adolescente, ouvi falar dos sermes de trs pontos. Falava-se nisso com segurana, como um dos itens da nossa identidade, junto com as reunies de orao das teras-feiras e a caderneta de chamada da Escola Dominical (Naquele tempo o momento de louvor ainda no era parte histrica de nossa identidade...). Confesso que fiquei um pouco enciumado quando descobri, mais tarde, que os sermes de trs pontos eram propriedade comum de vrias denominaes. Um bom sermo presbiteriano ou batista, diziam, tinha trs pontos. Era parte da identidade desses e de outros grupos.

O assunto identidade apaixona alguns e irrita outros. H os que pensam que qualquer costume com mais de cinco anos (tanto tempo assim?) deve ser abandonado, para no perdermos o bonde da Histria. Por isso, quando algum com essa perspectiva histrica sugere vamos cantar agora um cntico antigo, est na verdade pensando em algo do ano 2.000. Se for dos anos 90, a j ser jurssico, tradicional, quadrado. Por outro lado, h os que no ligam para essa histria de bonde e s vem nossa identidade em preto e branco, porque seu referencial de antes do tempo das fotos e filmes em cores. Eu mesmo, pastoreando h muitos anos uma igreja bem tradicional em outro pas, s podia dirigir o culto e pregar usando terno preto, camisa e gravata brancas. Quando eu, morrendo de calor, sugeri mudanas, me aram um pito: Fazemos assim h 400 anos, e voc quer mudar? Para mim estava mais do que na hora! H o definitivo e h o transitrio.

No ado, nosso modo de falar fazia parte da nossa identidade, pelo que dizamos e pelo que no dizamos. Os glrias e aleluias eram definitivamente no-tradicionais. Algum se despedir com a paz, s em outros arraiais. Mas agora essas expresses esto globalizadas, no causam (muita) estranheza e no identificam mais. E outras tambm foram inseridas, claro, sem as devidas avaliaes. Vou mencionar duas aqui. Uma resultado de vcio que assola nosso pas desde os anos 80 (que eu me lembre), e outra tambm insistente e igualmente desagradvel. No sei quem inventou nem quando surgiu, mas j parece quatrocentona.

A primeira o chamado gerundismo, um modo de falar que insiste em ficar por a e que torna as falas muito diludas, empobrecidas. A segunda nosso abuso da palavra amm, empregado escatologicamente como se fosse pergunta: Amm, irmos? A combinao dessas duas preciosidades gera expresses slidas feito mingau e de uma riqueza franciscana:

- Eu quero estar pedindo para a igreja estar orando porque eu vou estar fazendo uma prova e eu quero estar ando. Amm?

Se a resposta no parecer convincente, ento adiciona-se mais um ingrediente da (atual) identidade evanglica comum: a pergunta de profundidade insuspeita repetida como num megafone: AMM? S falta acrescentar minhas colegas de auditrio, enquanto a banda toca baixinho Slvio Santos vem a. Mas o uso dessas duas prolas invade mais do que os momentos ou temas religiosos. Afinal, uma questo de identidade:

- Eu quero estar falando para o dicono Zezinho estar ligando os ventiladores para estar refrescando um pouco. Amm?

- Vamos estar sentando na frente porque choveu demais e muita gente no veio. Amm?

- Quem quiser estar indo ao eio precisa estar dando o nome para o Carlo estar sabendo quantos nibus ele vai estar alugando. Amm, irmos?

O espao no permite discusso do amados e do boa noite, irmos, este no incio do culto. Os nossos jurssicos (como diria o pessoal do bonde da Histria) ancestrais tinham maneira mais apropriada para dirigir-se comunidade no incio do culto, citando 2Corntios 1.2 ou textos semelhantes.

Ento, como vai estar ficando a nossa identidade, nesse aspecto da linguagem? Como sempre, preciso estar voltando s bases bblicas. Nada ser bom ou ruim s por ser novo ou velho. O bblico bom. O indiferente podemos estar mudando. Mas melhor enriquecer nossa linguagem do que empobrec-la. Elitismo? No. Simplicidade e bom senso. Objetividade. Senso crtico. Quem tem uma mensagem a comunicar no pode estar enrolando e nem estar escondendo o recado.

Amm?
Casado com Sandra, jornalista, pastor presbiteriano e editor da Cultura Crist.
  • Textos publicados: 25 [ver]

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