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Filhos que no mais existem. Um lamento sobre os filhos do Brasil 1u456d

PorJoo Leonel
Ouviu-se um clamor em Ram,pranto e grande lamento;era Raquel chorando por seus filhose inconsolvel porque eles j no existem.(Mateus 2.18)
Descobrindo-se enganado, Herodes, o falso e maligno rei, decide ass todas as crianas de Belm, com a esperana de que esteja entre elas o pequenino Jesus.
O texto bblico em epgrafe apresenta, de forma resumida e em linguagem velada, o que deve ter sido o banho de sangue daqueles dias. Impossvel descrev-los realisticamente. A pena se recusa a sofrer tamanha dor.
Como forma de amenizar o choque, o narrador apresenta o infanticdio por meio de uma imagem do ado. Ele se volta para o profeta Jeremias.
No sculo 6. a.C., Israel foi levado ao exlio na Babilnia. Nesse contexto, Jeremias escreve.
Usando linguagem potica, ele expressa o sofrimento do povo por meio das mes que veem seus filhos sendo levados cativos para a terra distante: Ouviu-se um clamor em Ram, pranto e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos e inconsolvel por causa deles, porque j no existem (Jeremias 31.15).
Em seguida, surge a voz divina: Reprima a sua voz do choro e enxugue as lgrimas de seus olhos, porque o seu trabalho ser recompensado, diz o Senhor; pois os seus filhos voltaro da terra do inimigo (Jeremias 31.16).
A fala divina esclarece a linguagem potica, indicando que a morte, na realidade, simboliza o desterro dos jovens. Os seus filhos voltaro da terra do inimigo.
Se alguns em Israel viveram para ver os filhos de seu povo voltando em alegria e triunfo, o evangelho de Mateus radicaliza a cena, anotando, com tristeza e lamento, que as crianas de Belm foram levadas para um caminho sem volta.
Ns, brasileiros, j nos acostumamos a ver nossos filhos morrendo. Jovens ainda, alguns adolescentes, eles se autoexilam em outros pases em busca de estudo, de trabalho, de uma vida melhor. Vemos igualmente a fuga de crebros, aqueles pesquisadores que so praticamente expulsos do pas por no receberem condies mnimas de trabalho.
Talvez no tenhamos mais lgrimas para derramar por eles. Fora pais e mes, a grande maioria de ns j se acostumou com as ondas de jovens brasileiros que deixam nossa terra. No se ouve mais clamor em Ram. O que resta, embora seja uma expectativa que se dissipa a cada dia, a esperana de v-los retornando. O orculo do retorno est cada dia menos audvel.
Hoje, no entanto, o choro retornou. Forte. Incontrolvel. H, novamente, choro e grande lamento. Raquel volta a chorar por seus filhos. No a Raquel de Jeremias. A Raquel de Mateus v as lgrimas embaarem os olhos, a garganta apertar e a voz sair em gritos de desespero e dor. Seus filhos, os filhos do Brasil, esto sendo mortos. Mortos! s centenas! Diariamente!
Eles j no existem para muitas famlias, que no conseguem se despedir de seus amados. No so apenas crianas, como em Belm. So idosos, homens e mulheres de meia idade, jovens e crianas. Eles j no existem.
Herodes, o rei perverso e maligno, assume vrias formas. Pode ser invisvel. Pode ser aquele que se assenta na cadeira do poder, mas permanece imvel. Pode ser aquele que deveria trazer respostas e planos, mas aptico. Pode ser o atendimento que no chega. Pode ser a loteria que escolhe aquele que ser entubado e aquele que morrer asfixiado.
No Brasil, Herodes est mais vivo do que nunca.
Ns choramos nossos filhos. Os filhos que deram a vida pelo pas e aguardam, em caixes empilhados espera da vala aberta, a recompensa por seus servios. Choramos os filhos que espervamos crescessem, estudassem e se tornassem pessoas das quais teramos orgulho. Agora, eles so apenas nmeros e estatsticas em uma curva que se nega a parar de subir.
Somos todos Raquel chorando inconsolveis por nossos filhos pretos, brancos, amarelos, vermelhos, ricos, pobres, velhos, jovens, crianas porque eles j no existem.
Joo Leonel professor no Seminrio Presbiteriano do Sul, Campinas (SP), e na graduao e ps-graduao em Letras, Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP. autor dos e-booksPerguntas de Quem Sofre: uma leitura do Livro de J,Apocalipse para Hoje: aplicao e atualidade da Revelaoe, em parceria com Gladir Cabral,O Menino e o Reino: meditaes dirias para o Natal, todos pela Editora Ultimato.

Foto: Alex Pazuello/Semcom/Fotos Pblicas

>> Conhea o livro Lamento A f em meio ao sofrimento e morte, de Nicholas Wolterstorff

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