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11 de janeiro de 2018
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Fazendo as pazes com a cultura h2z22
Por Gabriele Greggersen
Vivemos numa encruzilhada cultural. Coexistem na nossa realidade os extremos da paganizao da cultura e da sacralizao da arte, principalmente da msica, com o fenmeno gospel. No querendo demonizar a cultura gospel, o que seria uma contradio, posso afirmar que, nessas tendncias, muitas heresias, supersties e interesses outros, que no do glria a Deus, am despercebidos. Com isso, elas se tornam to inimigas de Deus como as manifestaes pags.
Vou dar um exemplo de cada extremo: Uma recente exposio apresentou um corpo humano nu, que poderia ser tocado, como se fosse arte. Um programa evanglico de TV mostrava uma poro de gua numa viagem a Israel, a qual teria sido fluidificada termo esprita aps uma orao.
Reconciliao, de acordo com 2 Corntios 5.18, na verso da linguagem de hoje, tornar inimigos de Deus em amigos. Isso envolve todo um ministrio, no s levar a mensagem da reconciliao para a humanidade, mas tornar as coisas que o homem faz igualmente amigas de Deus. Essas coisas, que antes eram voltadas para si mesmas e, assim, eram concorrentes e oponentes de Deus na disputa pela ateno, mudam de perspectiva e am a concentrar o seu foco em Deus.
Nos versculos anteriores somos apresentados finalidade da reconciliao. O que a motiva que no mais vivamos para ns e no mais consideremos as coisas do ponto de vista humano, carnal (2Co 5.15-16). Paulo ainda nos diz qual o resultado desse processo: tudo renovado (v.17).
A cultura um dos fazeres humanos envolvidos no ministrio da reconciliao. Tanto do ponto de vista dos tipos de conhecimento (religio, cincia, arte, esporte) quanto dos costumes e do folclore. Depois da queda do homem e antes da morte de Cristo, esses fazeres eram inimigos de Deus. Logo, mister que faam as pazes com ele.
>>> A redeno da cultura <<<
No se trata de um exorcismo maniquesta. No temos que exterminar o diabo, as heresias e o paganismo da cultura, lutando contra o diabo como o heri luta contra o vilo, como se ele fosse to poderoso como Deus para destruir tudo o que bom na cultura. Ele at tenta, mas no consegue. E, sabendo que j est derrotado e que no pode vencer o poder de Deus, ele engana o ser humano, fazendo-o crer que poderoso e que precisa ser enfrentado de forma dualstica.
por isso que Paulo explica logo em seguida: [] ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, no levando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliao (v.19).
Da mesma forma que no devemos condenar e demonizar um pecador, no devemos condenar as expresses culturais, por mais enganadas que elas estejam, pois a verdade, mesmo vindo da boca de um pago, como nos lembra Calvino, ainda assim verdadeira e dever ser respeitada. Caso contrrio, entristeceremos o Esprito.
No devemos, portanto, condenar, mas lanar o mal da cultura aos ps da cruz, como fazemos com o pecado, confiando no poder reconciliador do sangue de Cristo, e oferecer uma mensagem positiva em troca. Temos que exercer o nosso poder de discernimento, separando o joio do trigo da cultura, pondo em prtica a ordenana de Paulo na epstola aos Tessalonicenses: mas ponham a prova todas as coisas e fiquem com o que bom (1Ts 5.21). Em outra verso, que aprecio muito, lemos: considerai todas as coisas e retende o que bom.
>>> A redeno das sete artes: msica <<<
Assim, em vez de demonizar manifestaes culturais, pois tambm a cultura foi criada por Deus, semelhana da natureza, como algo bom, devemos examin-la e deixar de lado a preguia mental de interpretar corretamente um texto, uma escultura, uma dana etc. Devemos aprender a apreciar o que a cultura tem de bom e a exercer sobre ela o ministrio da reconciliao, que tambm um ministrio de cura e regenerao.
Sempre que falamos sobre regenerao, lembro-me de duas cenas da literatura (e h muitas outras). Duas so das Crnicas de Nrnia, do C.S. Lewis: quando Edmundo perdoado pelos irmos e tem a conversa a ss com Aslam; e quando Eustquio transformado de volta em menino. A outra toda a parte final de O Senhor dos Anis, quando o mal j foi derrotado e a Terra Mdia a por um processo de cura e reestabelecimento das coisas por ele destrudas.
Que aprendamos a aplicar o ministrio da reconciliao cultura, como Jesus e Paulo ensinaram.
Gabriele Greggersen mestre e doutora em educao (USP) e doutora em estudos da traduo (UFSC). autora de O Senhor dos Anis: da fantasia tica e tradutora de Um Ano com C.S. Lewis e Deus em Questo. Costuma se identificar como missionria no mundo acadmico. criadora e editora do site www.cslewis.com.br.
Leia mais
A Arte Moderna e a Morte de Uma Cultura [H. R. Rookmaaker]
Cristo e a Criatividade [Michael Card]
Louvor, Adorao e Liturgia [Rubem Martins Amorese]
Ser Evanglico Sem Deixar de Ser Brasileiro [Gerson Borges]
A Arte e a Bblia [Francis Schaeffer]
Foto: Paula Fres/GOVBA
Vou dar um exemplo de cada extremo: Uma recente exposio apresentou um corpo humano nu, que poderia ser tocado, como se fosse arte. Um programa evanglico de TV mostrava uma poro de gua numa viagem a Israel, a qual teria sido fluidificada termo esprita aps uma orao.
Reconciliao, de acordo com 2 Corntios 5.18, na verso da linguagem de hoje, tornar inimigos de Deus em amigos. Isso envolve todo um ministrio, no s levar a mensagem da reconciliao para a humanidade, mas tornar as coisas que o homem faz igualmente amigas de Deus. Essas coisas, que antes eram voltadas para si mesmas e, assim, eram concorrentes e oponentes de Deus na disputa pela ateno, mudam de perspectiva e am a concentrar o seu foco em Deus.
Nos versculos anteriores somos apresentados finalidade da reconciliao. O que a motiva que no mais vivamos para ns e no mais consideremos as coisas do ponto de vista humano, carnal (2Co 5.15-16). Paulo ainda nos diz qual o resultado desse processo: tudo renovado (v.17).
A cultura um dos fazeres humanos envolvidos no ministrio da reconciliao. Tanto do ponto de vista dos tipos de conhecimento (religio, cincia, arte, esporte) quanto dos costumes e do folclore. Depois da queda do homem e antes da morte de Cristo, esses fazeres eram inimigos de Deus. Logo, mister que faam as pazes com ele.
>>> A redeno da cultura <<<
No se trata de um exorcismo maniquesta. No temos que exterminar o diabo, as heresias e o paganismo da cultura, lutando contra o diabo como o heri luta contra o vilo, como se ele fosse to poderoso como Deus para destruir tudo o que bom na cultura. Ele at tenta, mas no consegue. E, sabendo que j est derrotado e que no pode vencer o poder de Deus, ele engana o ser humano, fazendo-o crer que poderoso e que precisa ser enfrentado de forma dualstica.
por isso que Paulo explica logo em seguida: [] ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, no levando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliao (v.19).
Da mesma forma que no devemos condenar e demonizar um pecador, no devemos condenar as expresses culturais, por mais enganadas que elas estejam, pois a verdade, mesmo vindo da boca de um pago, como nos lembra Calvino, ainda assim verdadeira e dever ser respeitada. Caso contrrio, entristeceremos o Esprito.
No devemos, portanto, condenar, mas lanar o mal da cultura aos ps da cruz, como fazemos com o pecado, confiando no poder reconciliador do sangue de Cristo, e oferecer uma mensagem positiva em troca. Temos que exercer o nosso poder de discernimento, separando o joio do trigo da cultura, pondo em prtica a ordenana de Paulo na epstola aos Tessalonicenses: mas ponham a prova todas as coisas e fiquem com o que bom (1Ts 5.21). Em outra verso, que aprecio muito, lemos: considerai todas as coisas e retende o que bom.
>>> A redeno das sete artes: msica <<<
Assim, em vez de demonizar manifestaes culturais, pois tambm a cultura foi criada por Deus, semelhana da natureza, como algo bom, devemos examin-la e deixar de lado a preguia mental de interpretar corretamente um texto, uma escultura, uma dana etc. Devemos aprender a apreciar o que a cultura tem de bom e a exercer sobre ela o ministrio da reconciliao, que tambm um ministrio de cura e regenerao.
Sempre que falamos sobre regenerao, lembro-me de duas cenas da literatura (e h muitas outras). Duas so das Crnicas de Nrnia, do C.S. Lewis: quando Edmundo perdoado pelos irmos e tem a conversa a ss com Aslam; e quando Eustquio transformado de volta em menino. A outra toda a parte final de O Senhor dos Anis, quando o mal j foi derrotado e a Terra Mdia a por um processo de cura e reestabelecimento das coisas por ele destrudas.
Que aprendamos a aplicar o ministrio da reconciliao cultura, como Jesus e Paulo ensinaram.
Gabriele Greggersen mestre e doutora em educao (USP) e doutora em estudos da traduo (UFSC). autora de O Senhor dos Anis: da fantasia tica e tradutora de Um Ano com C.S. Lewis e Deus em Questo. Costuma se identificar como missionria no mundo acadmico. criadora e editora do site www.cslewis.com.br.
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A Arte Moderna e a Morte de Uma Cultura [H. R. Rookmaaker]
Cristo e a Criatividade [Michael Card]
Louvor, Adorao e Liturgia [Rubem Martins Amorese]
Ser Evanglico Sem Deixar de Ser Brasileiro [Gerson Borges]
A Arte e a Bblia [Francis Schaeffer]
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ɠmestre e doutora em educao (USP) e doutora em estudos da traduo (UFSC). autora de O Senhor dos Anis: da fantasia tica e tradutora de Um Ano com C.S. Lewis e Deus em Questo. Costuma se identificar como missionria no mundo acadmico. criadora e editora do site www.cslewis.com.br
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