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28 de setembro de 2017
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Entre flores e preconceitos 17164g
Por Atilano Muradas
Recentemente, visitei a casa da minha me e pude caminhar pelas ruas da cidade onde nasci, interior de Minas Gerais. ando pelas praas, percebi que todos os jardins e gramados estavam bem cuidados, floridos, prontos para receberem a primavera. No quintal da casa da minha me tambm h muitas flores e plantas que ela rega diariamente e poda com frequncia. Incrvel, mas ela sabe o nome de todas e at desenha algumas em quadros, que fixa nas paredes da casa. O seu amor pelas plantas e flores acabou me inspirando e tornei-me um irador da diversidade da flora. Hoje consigo apreciar detalhes, at certo grau, inclusive, para, pelo menos, entabular um bom papo com a minha me.
Devido a isso, no tempo em que morei em Braslia, aprendi a irar os belos jardins do Palcio do Planalto e do Setor Militar. Em viagens pelo Brasil, era inevitvel no apreciar os jardins e florestas no Sul Curitiba, Campos do Jordo, Gramado, Rio de Janeiro, So Paulo e tambm no Norte Manaus, Belm, Juazeiro do Norte. Subindo mais um pouco, nos Estados Unidos, fotografei e filmei jardins maravilhosos em Washington, Boston, Orlando, na Califrnia, no Texas e em Minnesota. Na Europa, me embriaguei com a beleza dos jardins londrinos e parisienses. Na Amrica Latina, encontrei um espetculo de canteiros floridos em Buenos Aires. Trouxe muitas fotos e filmes desses lugares e mostrei minha me, que suspirava a cada detalhamento, sobretudo quando via as imagens dos jardins dos palcios da Inglaterra. Muita gente ira a mesma coisa e faz tudo que possvel para ter um belo jardim e cuidar dele como se fosse da famlia. s vezes, at melhor.
Conectada flora, est a fauna. Desnecessrio dizer que Deus esmerou-se na criao da diversidade da animlia, da mesma forma que caprichou ao criar a flora. Alis, chega a ser cmico ver botnicos e zologos tentando catalogar a variedade natural terrena, pois lhes faltam nomes. Nas paredes da casa da minha me h tambm muitas fotos de aves que ela pinta com rara habilidade. Flora e fauna, indiscutivelmente, so manifestaes da glria de Deus, tal qual os cus (Salmos 19.1).
Foi de Deus a ideia de criar todas essas coisas incrivelmente lindas e perfeitas que povoam o planeta e o cu tanto as visveis, quanto as invisveis. Todavia, quando Deus criou o homem, permita-me crer que o capricho foi ainda maior, pois, ao invs de chamar existncia, como fez com a fauna e a flora, usando apenas a palavra, ele usou as mos e ainda soprou. O ar de Deus entrou em ns, o seu toque est impresso em nossa essncia, e ele nos fez seres profundos e perfeitos justamente porque haveramos de ser os mordomos dos bens dele, e ainda teramos a incumbncia de dominar a flora e a fauna.
Mas, a meu ver, o melhor da criatividade de Deus ainda estava por vir: a mistura das raas. O desenrolar da Histria produziu e continua produzindo pessoas com personalidades extremamente intrincadas, de diversos tamanhos e formatos, com cabelos e olhos diferenciados e com as mais variadas cores de pele.
Minha av materna, por exemplo, era negra, casou-se com um ndio e gerou a minha me. J meu av paterno era branco, filho de judeus espanhis, casou-se com uma brasileira e gerou o meu pai. Sou negro-ndio-branco-judeu-espanhol-brasileiro. Minha pele parda e carrega genes de milhares de anteados que habitaram diferentes partes da Terra. E assim somos todos ns. Ningum feio, ningum bonito, ningum melhor e ningum pior. Cada um produto de ancestrais que tambm no so feios, nem bonitos, nem melhores e nem piores do que ns. Continuamos a ser criao de Deus, cheios do sopro e do toque dele, responsveis por cuidar de tudo o que ele fez e colocou nossa disposio, incluindo os nossos semelhantes.
Cada ser humano to diferente e belo quanto as flores e os animais retratados por minha me. Na Bblia, aprendi a amar e a apreciar todas as pessoas alm das suas formas ou cores. Compreendi que belo mesmo deve ser o nosso esprito, que consegue ver a Deus, que chama a cada um de ns pelo nome, assim como a minha me chama uma a uma, as plantinhas do seu quintal. Cada uma delas diferente uma da outra, mas a minha me trata a todas de igual forma, sem distino e com o mesmo carinho. Da mesma forma, Deus continua regando e cuidando de cada um de ns, dia aps dia, at quando formos chamados para o encontro com ele na eternidade, onde a diversidade, por certo, ser ainda maior.
No entendo porque as pessoas zombam umas das outras, criticam sotaques, tipo e cor de cabelo, tamanho, altura e tom da pele. Todos ns viemos da mesma matriz, da mesma fonte, da mesma eternidade, fazemos parte do mesmo canteiro celeste onde a diversidade o que de mais rico e belo possumos. E melhor saber que Deus o Jardineiro do Universo, conforme nos lembra Apocalipse 22.2, que diz que no cu haver uma praa por onde caminharo os salvos de todas as naes, independentemente de status, altura, idade, nao ou cor da pele. As flores dessa praa tambm seremos ns, com todas as nossas tonalidades de pele e de olhos. Quem tem ouvidos, oua. Quem tem viso, ire e d glrias a Deus!
Atilano Muradas jornalista, pastor, escritor, telogo e compositor. Possui 10 CDs e 1 DVD gravados e 5 livros publicados pelas editoras Vida, Betnia e Muradas. Contato: [email protected]
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Apologtica pura e simples
Da linda Ptria estamos bem longes
Deus, o jardim e o jardineiro

Devido a isso, no tempo em que morei em Braslia, aprendi a irar os belos jardins do Palcio do Planalto e do Setor Militar. Em viagens pelo Brasil, era inevitvel no apreciar os jardins e florestas no Sul Curitiba, Campos do Jordo, Gramado, Rio de Janeiro, So Paulo e tambm no Norte Manaus, Belm, Juazeiro do Norte. Subindo mais um pouco, nos Estados Unidos, fotografei e filmei jardins maravilhosos em Washington, Boston, Orlando, na Califrnia, no Texas e em Minnesota. Na Europa, me embriaguei com a beleza dos jardins londrinos e parisienses. Na Amrica Latina, encontrei um espetculo de canteiros floridos em Buenos Aires. Trouxe muitas fotos e filmes desses lugares e mostrei minha me, que suspirava a cada detalhamento, sobretudo quando via as imagens dos jardins dos palcios da Inglaterra. Muita gente ira a mesma coisa e faz tudo que possvel para ter um belo jardim e cuidar dele como se fosse da famlia. s vezes, at melhor.
Conectada flora, est a fauna. Desnecessrio dizer que Deus esmerou-se na criao da diversidade da animlia, da mesma forma que caprichou ao criar a flora. Alis, chega a ser cmico ver botnicos e zologos tentando catalogar a variedade natural terrena, pois lhes faltam nomes. Nas paredes da casa da minha me h tambm muitas fotos de aves que ela pinta com rara habilidade. Flora e fauna, indiscutivelmente, so manifestaes da glria de Deus, tal qual os cus (Salmos 19.1).
Foi de Deus a ideia de criar todas essas coisas incrivelmente lindas e perfeitas que povoam o planeta e o cu tanto as visveis, quanto as invisveis. Todavia, quando Deus criou o homem, permita-me crer que o capricho foi ainda maior, pois, ao invs de chamar existncia, como fez com a fauna e a flora, usando apenas a palavra, ele usou as mos e ainda soprou. O ar de Deus entrou em ns, o seu toque est impresso em nossa essncia, e ele nos fez seres profundos e perfeitos justamente porque haveramos de ser os mordomos dos bens dele, e ainda teramos a incumbncia de dominar a flora e a fauna.
Mas, a meu ver, o melhor da criatividade de Deus ainda estava por vir: a mistura das raas. O desenrolar da Histria produziu e continua produzindo pessoas com personalidades extremamente intrincadas, de diversos tamanhos e formatos, com cabelos e olhos diferenciados e com as mais variadas cores de pele.
Minha av materna, por exemplo, era negra, casou-se com um ndio e gerou a minha me. J meu av paterno era branco, filho de judeus espanhis, casou-se com uma brasileira e gerou o meu pai. Sou negro-ndio-branco-judeu-espanhol-brasileiro. Minha pele parda e carrega genes de milhares de anteados que habitaram diferentes partes da Terra. E assim somos todos ns. Ningum feio, ningum bonito, ningum melhor e ningum pior. Cada um produto de ancestrais que tambm no so feios, nem bonitos, nem melhores e nem piores do que ns. Continuamos a ser criao de Deus, cheios do sopro e do toque dele, responsveis por cuidar de tudo o que ele fez e colocou nossa disposio, incluindo os nossos semelhantes.

No entendo porque as pessoas zombam umas das outras, criticam sotaques, tipo e cor de cabelo, tamanho, altura e tom da pele. Todos ns viemos da mesma matriz, da mesma fonte, da mesma eternidade, fazemos parte do mesmo canteiro celeste onde a diversidade o que de mais rico e belo possumos. E melhor saber que Deus o Jardineiro do Universo, conforme nos lembra Apocalipse 22.2, que diz que no cu haver uma praa por onde caminharo os salvos de todas as naes, independentemente de status, altura, idade, nao ou cor da pele. As flores dessa praa tambm seremos ns, com todas as nossas tonalidades de pele e de olhos. Quem tem ouvidos, oua. Quem tem viso, ire e d glrias a Deus!
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