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De quem a “Terra Santa”? 491x4f

Nas ltimas semanas tem sido quase impossvel ler jornais ou ouvir notcias na televiso sem se deparar com a violenta situao envolvendo palestinos e judeus e, mais especificamente, com a luta ferrenha envolvendo os islamitas do Hamas e o exrcito israelense. Este problema tem enormes consequncias polticas e sociais no s para o Oriente Mdio, mas para todo o mundo e poderia se transformar facilmente no estopim de uma grande guerra mundial. Para entend-lo precisamos, inevitavelmente, entender um pouco da histria do conflito.

Para ns, cristos, o problema tambm tem uma dimenso teolgica que, dependendo do nosso posicionamento, afetar a maneira como interpretamos essa situao e, consequentemente, nossa prxis missionria. Ser que o que est acontecendo na Terra Santa parte do cumprimento das profecias e promessas do Antigo Testamento e, portanto, os palestinos no tm nenhum direito de demandar uma parte do territrio? Ser que a criao do estado de Israel um dos indcios de que a segunda vinda de Cristo est prxima? Espero que, depois de ler atentamente a perspectiva histrica e teolgica, voc possa fazer suas prprias concluses e atuar em conformidade com elas.

1. Perspectiva Histrica1

Nossa retrospectiva comea entre os sculos 20 e 18 a.C., com a promessa de Deus para Abrao e seus descendentes. Essa promessa, ou seja, a conquista da Palestina, foi cumprida somente sculos mais tarde, ao redor do ano 1240 a.C., sob a liderana de Josu. Por volta do ano 1000 a.C. David estabeleceu seu reino em Jerusalm. Mas, em 586 a.C. o Reino do Sul deixou de existir e os judeus foram levados para o cativeiro.

Mesmo com o regresso parcial dos judeus a Jerusalm anos mais tarde, sob o comando de Esdras, a realidade que a partir de 586 a.C. at o ano 638 d.C. (ou seja, mais de mil anos) a Terra Prometida, a no ser por breves intervalos de tempo, no voltou a estar sob o domnio judeu, e esteve sob o controle dos Imprios Babilnico, Persa, Grego ou Romano. No ano 70 d.C. Jerusalm, que naquele tempo ento estava sob o domnio do Imprio Romano, foi destruda e em 135 d.C. os judeus foram expulsos da cidade e aram a viver em diferentes partes da regio.

A Palestina ou a estar sob o domnio dos muulmanos a partir do ano 638, quando Omar era o califa. Este domnio permaneceu at o ano 1918, exceto por alguns anos durante as Cruzadas, o que representa cerca de 1280 anos sob o domnio muulmano. Foi a partir de ento que a regio ou a estar sob o Protetorado Britnico.

De 1880 em diante o nmero de judeus que se estabeleceram na Palestina, fugindo da perseguio antissemtica que estava havendo na Europa, comeou a aumentar significativamente. Nessa poca, 5% da populao era composta por judeus e 95% por rabes palestinos. Quando os rabes perceberam as intenes a longo prazo dos judeus, aram a ter uma atitude mais violenta.

Em 1917, na Inglaterra, foi assinada a Declarao de Belfour, em que se reconhecia o direito dos judeus a terem sua prpria ptria, com a ressalva de que em nenhum momento os rabes palestinos poderiam ser prejudicados pelas concesses feitas aos judeus.

A violncia entre os dois grupos continuou em aumento at que, em 1947, a Organizao das Naes Unidas aprovou um plano que dava 52% das terras para os judeus (que ento representavam 31% da populao e possuam legalmente apenas 6% das terras) e 48% para os rabes (que representavam 69% da populao).

Em 1948 o Estado Judeu foi estabelecido. Os rabes, inconformados com o que eles entendiam ser uma grande injustia, se levantaram contra os judeus, foram derrotados e, no processo, perderam ainda mais territrio. Como resultado desta situao, ainda hoje h 3,5 milhes de palestinos refugiados em diferentes pases do Oriente Mdio.

Este acontecimento foi visto por muitos cristos como o incio do fim e o cumprimento de promessas bblicas. O povo judeu precisava de um territrio prprio, depois de sofrer intensamente o holocausto levado a cabo pelos nazistas. O problema era que a Palestina j era habitada pelos rabes palestinos h mais de mil anos, ou seja, h muito mais tempo do que o Brasil foi descoberto! (Podem imaginar os brasileiros atuais sendo expulsos de suas casas e do Brasil, para que os habitantes originais regressem s suas terras?). O mundo tinha sido compreensivelmente simptico aos judeus que sofreram terrivelmente, mas ignorou os direitos e o clamor do povo Palestino, que vivia naquele lugar h vrios sculos.

Seiscentos e cinquenta mil muulmanos e 55 mil cristos palestinos foram expulsos de suas casas. O novo governo de Israel destruiu mais de 400 povoados palestinos. Desde ento milhares, principalmente palestinos, morreram em meio s interminveis batalhas. Milhares de rabes (muulmanos e cristos) continuam sem uma casa, sem uma ptria. Anos atrs conversei com um cristo palestino, que vive na cidade de Belm, onde Jesus nasceu, e ele me contava os sofrimentos dele e da sua famlia para a sobrevivncia diria.

Os milhes de muulmanos em todo o mundo olham esta situao e se perguntam: por que os governos ocidentais (que so considerados pelos muulmanos como governos cristos) no fazem algo para solucionar esta injustia? Por que durante a Guerra do Golfo as potncias mundiais reagiram rapidamente para liberar o Kuwait (pas que possui muito petrleo e, portanto, o mundo tem muitos interesses comerciais ali) e h 50 anos no resolvem o problema entre Israel e o povo Palestino? claro que o povo e as autoridades palestinas cometeram erros, e parte da responsabilidade pela situao atual recai sobre eles. No entanto, eu no tenho nenhuma dvida de que os atentados terroristas que so frequentemente perpetrados no Ocidente e a situao tensa que perdura no Iraque, Paquisto, Afeganisto, Ir e Gaza esto intimamente relacionados com esta situao.

2. Perspectiva Teolgica


De acordo com Chapman, quando o tema est relacionado ao conflito Judeu-Palestino, todos os cristos se encaixam em uma de duas categorias: os dispensacionalistas/restauracionistas e os que defendem a Teologia do Pacto.

No primeiro grupo esto aqueles que acreditam que a restaurao da terra aos judeus parte do plano de Deus, um cumprimento das profecias e promessas do Antigo Testamento. A promessa feita a Abrao ainda vlida e deve ser interpretada literalmente. Os judeus so detentores do direito, dado por Deus, de possuir a terra e a criao do Estado de Israel com o retorno dos judeus terra prometida mostra que a Segunda Vinda de Cristo iminente. Sob este ponto de vista tudo o que est acontecendo hoje naquela regio do mundo parte do plano de Deus de abenoar seu povo, que culminar com um grande conflito e a Segunda Vinda.

J os que defendem a Teologia do Pacto crem que

"O Pacto com Abrao e todas as promessas e profecias do Antigo Testamento devem ser interpretadas sob a luz da chegada do Reino de Deus em Jesus; o Antigo Testamento deve ser lido atravs das lentes do Novo Testamento. Devido ao fato de que as profecias e promessas do Antigo Testamento foram cumpridas na chegada do reino em Jesus, o regresso dos judeus Terra Prometida e o estabelecimento do Estado de Israel no tem nenhum significado teolgico especial.2"

Em prol dos que defendem esta posio Chapman3 argumenta que Jesus teve pouco, ou nada, a dizer sobre a restaurao de um reino terrestre, e que no h nada no Novo Testamento que sugira que os discpulos e apstolos, depois da ressurreio e ascenso de Cristo, tenham tido outra expectativa que no fosse "uma herana reservada nos cus4, ou a Jerusalm celestial5, ou ainda a falta de necessidade de um templo em Jerusalm para que houvesse adorao verdadeira.6

Alguns dos que se identificam com o primeiro grupo muitas vezes concluem que, como o que est acontecendo parte do plano de Deus, os Palestinos devem ser vistos como inimigos, sem nenhum direito Terra Prometida e, por isso, a mo de Deus est pesando sobre eles. Ao fim e ao cabo, alm de palestinos, eles so muulmanos (esquecendo-se que uma minoria importante de rabes palestinos de cristos)!

J os que se identificam com a segunda posio concluem que tanto os palestinos como os judeus erraram e, portanto, carecem da glria de Deus. Consequentemente, como cristos, o que resta a ser feito denunciar as injustias de ambos os lados e apresentar-lhes o Evangelho da Reconciliao.

Porque ele a nossa paz, o qual de ambos fez um... E, vindo, evangelizou paz a vs outros que estveis longe e paz tambm aos que estavam perto... Assim j no sois estrangeiros e peregrinos, mas concidados dos santos, e sois da familia de Deus... Efsios 2.14-19.


Marcos Amado Diretor do Movimento de Lausanne para a Amrica Latina, Missionrio da Sepal e recentemente criou o Centro de Reflexo Missiolgica Martureo


Notas
1. Os dados para esta resenha histrica foram obtidos no artigo escrito por Colin Chapman, Israel and Palestine: Where is God in the Conflict">Jerusalm (Gladir Cabral)


Legenda da foto:
Telhados de Jerusalm: o bairro cristo na cidade velha de Jerusalm tem edifcios que ficam um em cima do outro. Aqui, antigo encontra moderno com antenas parablicas na maioria dos telhados. Foto: freeimages.com/photo/1153455

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