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Divididos e raivosos 502v3m

Por Silvana Bezerra Magalhes
Assim avam os dias de Terralba, e os nossos sentimentos se tornavam incolores e obtusos, pois nos sentamos como perdidos entre maldades e virtudes igualmente desumanas. (talo Calvino)
Dias difceis em que um cansao existencial parece que nos circunda. A metfora da fbula Visconde partido ao meio, personagem de talo Calvino, se mostra mais apropriada do que nunca. Uma fbula sobre um visconde, na guerra atingido por um canho e partido ao meio.Mas as metades sobrevivem e, em cada uma delas, moram apenas o mal ou o bem absolutos.
A metade m volta ao seu pas, todos se assustam e a repelem. Cada lugar por onde a vai cortando tudo pela metade, dilacerando o mundo. Chega depois de um tempo a metade boa, to perfeitamente boa como humano algum pode ser, e aps o encantamento inicial de todos com sua bondade, comea a revelar que o bem absoluto em um ser partido no pode existir. Somos ainda mais imperfeitos na diviso...
Raivosos e divididos? Foi a difcil pergunta que nos propusemos a enfrentar no ltimo Dilogos de Esperana e, obviamente, no demos conta do tema, como esse texto tambm no dar. Mas vamos pensar em mais algumas reflexes para essa mesa? Essa mesa partida, em que no estamos conseguimos nos sentar juntos para partir o po.
O que est acontecendo conosco, igreja evanglica no Brasil? Obviamente estamos imersos num contexto mais amplo sociopoltico, econmico e cultural que nos influencia. Mas aqui quero falar sobre o cheiro da raiva e da diviso concreta, cuspida nas falas, discursos, visveis nas redes sociais e assinados pelas mos dos nossos irmos e irms de f, e quem sabe tambm pelas nossas prprias mos?
Qualquer palavra logo categorizada na caixa de algum ismo: voc isso ou aquilo. Depois de bem embalados, os jogamos para sempre num dos fossos do nosso ismo desfavorito. Dias de "Santa Inquisio" e da fogueira da "S doutrina" em nome da defesa de Deus.
No sobre concordar ou no com o que o outro fala, mas sobre como estamos agindo nesse tempo de banalidade do mal, que como um fungo se espalha nas almas, como diz Hannah Arendt, nas narrativas, nas lideranas e nos fiis, nos dedos geis nas redes sociais, e que disfaram a inveja em "Santa indignao". Esquecemos que somos iguais e a linha entre o bem e o mal transa cada um de ns.
Quando vasculhamos as redes sociais sobre questes controversas e procuramos traos e cheiros do Nazareno, ser que encontraremos? Encontramos o Jesus que foi o marco do olhar diferente e sensvel para algo muitas vezes escondido no outro: sua dignidade? A dignidade esquecida das mulheres, crianas, estrangeiros...
Vivemos o tempo em que priorizamos uma espcie pag de sacralidade da palavra, e a transformamos num dolo. Seguimos com a palavra embaixo do brao desumanizando os outros, custe o que custar, custe quem custar.
Na homogeneizao de pensamentos tutoriados por lideranas castradoras voc no pode pensar diferente, o diferente o maldito, so as bruxas de Salm, para esconder a sua prpria vulnerabilidade. Como bem disse C. S. Lewis nas suas Cartas do diabo ao seu aprendiz: Assim que tornares o Mundo um fim, e a f um meio, quase ganhaste teu homem, e faz muito pouca diferena que tipo de objetivo mundano ele estiver buscando... e quanto mais "religioso" (nestes termos) for, mais seguramente ser nosso... todos os extremos devem ser encorajados.
Transformamos, de um dia para o outro, heris em hereges e hereges em heris, dependendo da convenincia. Uma palavra apenas de discordncia que o outro pronuncia vira veredicto suficiente para jog-lo no abismo dos antemas, para sempre Amm.
Como temos perdido tempo. Enquanto cuspimos entre ns, uma criana refugiada morre de frio, uma me chora sem comida para o beb, um negro asfixiado em cada beco... O inferno deve estar em festa com nossas vs discusses.
Precisamos falar de ternura, acolhimento e encontro, na tica do Nazareno. E mais do que falar, pensarmos estratgias concretas para sairmos dessa roda que a todos consome.
Quem sabe possamos pensar caminhos possveis que o evangelho nos d sobre esses temas?
Seguem algumas perguntas para essa nossa reflexo:
- Temos visto Deus no outro? A imagem de Deus sagrada que est no outro tem me constrangido a falar com doura, amor e graa em todos dos locais do meu cotidiano? O discurso contemporneo da meritocracia e da competio tem tirado a amorosidade do Nazareno das nossas vidas e discursos? Tenho pensado e me colocado empaticamente no lugar de quem est do outro lado da tela antes de proferir palavras julgadoras?
- Temos perguntado antes de afirmamos certezas? O evangelho sempre nos faz perguntas difceis e nos convida a examinarmos constantemente nossos coraes e intenes. Como podemos equilibrar nossas certezas levando-as a Deus a ao perscrutar do Esprito Santo? Nossa capacidade de crer anda em conjunto com a capacidade dada por Deus de refletirmos e questionarmos.
-Temos lutado pela comunidade em unidade, na diversidade? Ou estamos transformando nossas igrejas em espelhos de ns mesmos? H. Nouwen afirma que a igreja o lugar onde sempre viver a pessoa com a qual voc menos deseja viver. Ser que estamos querendo homogeneizar nossas comunidades, todos apenas do mesmo ismo que o nosso? A comunidade que no diversa e acolhedora deixa de ser Comunidade do Cristo. S um corao e mente, mas ricos, pobres, velhos, crianas, pretos, brancos, opinies direita, esquerda, judeus e gentios num prenncio do cu.
- Estamos dispostos a perdoar e construir pontes de reconciliao? Estamos feridos e, sem perdo, no haver re-costura. Perdo vindo de todos os lados... Desmond Tutu nos lembra que o perdo quebra a cadeia do ressentimento. O evangelho nos proporciona viver essa ponte da reconciliao com Deus, conosco mesmos e com o outro e reconhecer que o mal nos fere a todos. Nos tornamos completos novamente atravs da dialtica do perdo, no h futuro sem perdo.
- Ser que entendemos que a fora do Evangelho que nos resgatou e redimiu est em servir e no na disputa por um projeto de poder humano? O meu Reino no deste mundo!
Servir, encontrar e reconhecer a imagem de Deus no outro. Uma igreja que serve no tem tempo para odiar, pensa duas vezes e sai da frente da tela para no ferir a imagem do Deus que ama no amado por Ele, e Ele ama a todos. O amor a primeira marca da igreja de Jesus manifesto no servio.
Temos encarnado a presena de Deus no mundo com quais cores, sons e sabores? Ser que sabem mais o que amamos ou o que odiamos">Divididos e raivosos. O que est acontecendo conosco?Live da srie "Dilogos de Esperana"

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