Opinio 3pp3w
04 de julho de 2022
- Visualizaes: 5978
comente!
- +A
- -A
-
compartilhar
Creio na remisso dos pecados 381p4y
Por Luiz Fernando dos Santos
A remisso dos pecados o dcimo primeiro artigo do credo apostlico. A igreja contempornea precisa com urgncia reafirmar e confessar esse artigo de f. J h algum tempo que o pecado no mais tratado com a devida seriedade. O relativismo, a psicologizao da f e o surgimento de teologias esprias, como a prosperidade, levaram a igreja a uma compreenso no bblica do que o pecado e consequentemente, da necessidade de converso e mesmo do perdo dos pecados.
Nele temos a redeno por meio de seu sangue, o perdo dos pecados, de acordo com as riquezas da graa de Deus (Efsios 1.7).

H no muito tempo, quando se fazia o exame para a pblica profisso de f e batismo, em algum momento, era praxe perguntar ao catecmeno se ele se reconhecia um pecador, incapaz de salvar-se, sob a ira de Deus e em estado de desamparo, sem Cristo. Era perguntado se o candidato acreditava na necessidade de Cristo e sua obra realizada na cruz para a sua salvao e se confiava piamente nisso. Hoje em dia a conversa gira em torno de moralidade, de definies superficiais e vazias sobre a pessoa de Cristo, os sacramentos etc. Evidentemente que esse conhecimento, digamos, catequtico importante, mas nunca deveria substituir o testemunho de uma real experincia de converso e perdo dos pecados. Quando esse artigo de f tratado com somenos importncia, a adeso religio suplanta a converso do corao e os simpatizantes ocupam o lugar que caberia aos discpulos. Sem a crena na remisso dos pecados o mistrio da cruz fica esvaziado de sentido e mesmo o sacrifcio pessoal de Cristo, sua paixo e sua morte perdem qualquer significado real para cristo.
Esse esvaziamento e essa perda de significado abrem as portas para toda sorte de heresias, dentre elas, o pelagianismo. Essa doutrina ensinada pelo sacerdote romano Pelgio e to firmemente combatida por Agostinho, grosso modo, defende a ideia de que o pecado original no foi transmitido raa humana. Que o pecado uma simples questo de escolhas e que o homem pode livrar-se dele, parte do sacrifcio de Cristo, que alis, s um modelo sem qualquer eficcia concreta sobre o pecador. O pelagianismo, por sua vez, possibilita uma religio que baseia a salvao em uma inerente bondade humana que s precisa ser estimulada com os exemplos corretos. Essa salvao com base na bondade justifica a busca de salvao pelas obras. Com o refinamento e a astcia de Satans, pode at ser que Cristo no sofra todo o descrdito e que nem mesmo a sua obra seja de toda invalidada. Entretanto, adiciona-se a obra de Cristo, nesse caso insuficiente, prticas, quaisquer que sejam, para completar o que Ele comeou, mas no pode terminar sem a efetiva participao dessa bondade inerente ao homem.
Crer na remisso do pecado, significa, que entendemos que a realidade do pecado est entranhada em nossa natureza, que o pecado tem o controle de nossas aes e dos nossos afetos e que no h coisa alguma que podemos fazer para dele nos livrar. No podemos fazer porque nos falta a vontade, o poder de deciso e a energia necessria para o suplantar. Concomitante a esse entendimento est aquele que nos leva a confessar a necessidade de um perdoador, de um resgatador eficiente, capaz, que possa lidar com o pecado sem se contaminar ou influenciar por ele e por fim venc-lo. Crer na remisso dos pecados implica dizer que precisamos de Jesus porque cremos naquilo que o Evangelho pregado nos informou: Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido". (Lc 19.10); e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado (1 Jo 1.7), Portanto, agora j no h condenao para os que esto em Cristo Jesus, porque por meio de Cristo Jesus a lei do Esprito de vida me libertou da lei do pecado e da morte (Rm 8.1,2), isto porque: Quem nele cr no condenado, mas quem no cr j est condenado, por no crer no nome do Filho Unignito de Deus (Jo 3.18) e mais: quem no tem o Filho de Deus, no tem a vida (1 Jo 5.12).
Assim, inevitavelmente, cremos que esse perdo no s possvel, mas real, verdadeiro, vital. Creio que esse perdo transforma a minha natureza, muda a minha condio diante de Deus e a minha relao com Ele. Que essa ddiva espanta as trevas da minha alma, me livra das algemas da escravido e faz de mim um filho amado. O perdo ofertado e executado por Cristo na asperso do seu sangue me purifica e muda o destino ltimo da minha existncia tirando-me do inferno e me transportando para o Reino, a fim de participar da herana dos santos na luz.
No bastasse tudo isso, esse perdo atual tambm para os pecados atuais. oferecido, inclusive de maneira antecipatria, de to abundante que : Graas ao grande amor do Senhor que no somos consumidos, pois as suas misericrdias so inesgotveis. Renovam-se cada manh; grande a tua fidelidade! (Lm 3.22,23). Crer na remisso dos pecados nos d segurana e liberdade para adorar, para obedecer, para receber os revezes da vida com pacincia, o impulso para liberar e pedir perdo ao prximo. Sem esse artigo de f a vida crist no faz sentido e no nos resta esperana.
Saiba mais:
Nem Tudo Sexta-Feira [Grtis] (E-BOOK), deElben Csar
Por Que Sou Cristo, de John Sotott
A burocratizao da confisso
O perdo de Deus no elimina as consequncias naturais do pecado
Nem Tudo Sexta-Feira [Grtis] (E-BOOK), deElben Csar
Por Que Sou Cristo, de John Sotott
A burocratizao da confisso
O perdo de Deus no elimina as consequncias naturais do pecado
Luiz Fernando dos Santos(1970-2022), foi ministro presbiteriano e era casado com Regina, pai da Talita e professor de teologia no Seminrio Presbiteriano do Sul e no Seminrio Teolgico Servo de Cristo.
- Textos publicados: 105 [ver]
04 de julho de 2022
- Visualizaes: 5978
comente!
- +A
- -A
-
compartilhar
QUE BOM QUE VOC CHEGOU AT AQUI. 223i1k
Ultimato quer falar com voc.
A cada dia, mais de dez mil usurios navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, alm do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bblicos, devocionais dirias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, alm de artigos, notcias e servios que so atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.

Leia mais em Opinio 2l1v6s

Opinio do leitor 1t5dh
Para comentar necessrio estar logado no site. Clique aqui para fazer o ou o seu cadastro.
Ainda no h comentrios sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta necessrio estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o ou seu cadastro.
Ainda no h artigos publicados na seo "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Assuntos em ltimas 6ik57
- 500AnosReforma
- Aconteceu Comigo
- Aconteceu h...
- Agenda50anos
- Arte e Cultura
- Biografia e Histria
- Casamento e Famlia
- Cincia
- Devocionrio
- Espiritualidade
- Estudo Bblico
- Evangelizao e Misses
- tica e Comportamento
- Igreja e Liderana
- Igreja em ao
- Institucional
- Juventude
- Legado e Louvor
- Meio Ambiente
- Poltica e Sociedade
- Reportagem
- Resenha
- Sessenta +
- Srie Cincia e F Crist
- Teologia e Doutrina
- Testemunho
- Vida Crist
Revista Ultimato 5z423b
+ lidos 1s1q68
- A bno de ter avs e de ser avs
- Francisco, Samuel Escobar memria e honra
- Adolescncia: No preciso uma segunda temporada
- F, transformao social e incluso vida e obra de Jos de Souza Marques
- Os Jardins do den e a Sombra de Abel: uma jornada pela aposentadoria
- Abel e Zacarias: encontrando misso na aposentadoria avanada
- Paul Tournier e a Bblia
- Ser ou no ser me: eis a questo
- Filme Jesus traduzido para a 2.200 lngua, o Bouna
- Samuel Escobar: Sejam meus imitadores - fotografias de uma biografia