A Ultimato ecumnica ou no? 1u366i

Por causa da cobrana alheia, no h quem no e de vez em quando por um aperto.Certa feita, os fariseus exigiram um pronunciamento de Jesus: lcito pagar tributo a Csar, ou no? Devemos ou no devemos pagar? (Mc 12.14). Por sua vez, Jesus tambm encostou na parede os principais sacerdotes, perguntando-lhes: O batismo de Joo era do cu ou dos homens? (Mc 11.30). Jesus saiu-se bem da pergunta dos fariseus, mas os sacerdotes tomaram todo cuidado para no se comprometerem com a pergunta de Jesus e simplesmente responderam: No sabemos.

Agora a nossa vez. Alguns leitores da Ultimato esto perguntando: Ultimato ecumnica ou no ?

Se dissermos que , desagradaremos e entristeceremos muitos leitores. Se dissermos que no , produziremos a mesma reao em muitos outros.

Parece que no muito difcil sair do aparente aperto. Basta olhar outra vez o que est escrito no expediente da revista: rgo de imprensa destinado evangelizao e edificao, sem cor denominacional (p. 4). O objetivo da revista Ultimato o mesmo desde o primeiro nmero, em janeiro de 1968, quando era um jornal mensal de oito pginas. No princpio escrevamos Peridico mensal para exaltar as Escrituras Sagradas e proclamar o Evangelho de Jesus Cristo. A partir de 1969, retiramos a expresso imprpria para exaltar as Escrituras Sagradas (s Deus deve ser exaltado) e deixamos rgo de propaganda evanglica. A partir de 1975, acrescentamos: rgo de propaganda evanglica. Sem cor denominacional. Destinado evangelizao e edificao do povo brasileiro.

Sem cor denominacional significa que no estamos a servio de uma denominao evanglica ou protestante, embora sejamos membros conscientes e participantes de uma delas (Igreja Presbiteriana do Brasil). A revista no pertence direta ou indiretamente a qualquer denominao ou a qualquer igreja local. A Editora Ultimato uma empresa familiar.

No alcanamos apenas leitores evanglicos, que so a maioria. Desde que recebemos um carto de apreciao do falecido cardeal Dom Vicente Scherrer, de Porto Alegre, em 1971, comeamos a enviar a revista para milhares de parquias catlicas. Nunca escondemos delas e de todos os demais leitores que a nossa nica inteno era a de exercer uma influncia cristocntrica no meio catlico, a mesma que procuramos provocar no meio protestante. Da a quantidade de cartas que recebemos de sacerdotes catlicos, tanto de desaprovao como de apreciao, algumas das quais publicamos.

Temos conceitos diferentes de alguns protestantes por demais anticatlicos ou por demais ecumnicos. No guardamos mgoas da Igreja Catlica por sua j superada intolerncia religiosa, da qual temos experincia pessoal no trabalho de pioneirismo realizado aqui em Minas Gerais... No os tratamos como inimigos. No os consideramos a grande Babilnia do Apocalipse nem a representao do anticristo.

Reconhecemos que grande parte da bagagem que eles tm igual a nossa. Sabemos que o Brasil o maior pas catlico do mundo e que a maioria de seus fiis so nominais, como muitos protestantes de pases protestantes. Entendemos que a separao entre catlicos e protestantes ainda uma necessidade j que no entramos em acordo com referncia a certas divergncias doutrinrias srias que provocaram a Reforma do Sculo XVI. Todavia, isto no nos impede de enxergar as coisas boas que l acontecem e as coisas ms que acontecem no nosso meio. Nunca ou pela nossa cabea a idia de contribuir para que haja uma s igreja. Assumimos que o rebanho unificado a que se refere Jesus Cristo (Jo 10.16) no formado de catlicos, ortodoxos ou protestantes, mas daqueles pecadores que se arrependeram e se converteram de seus pecados e idias errneas e aceitaram o sacrifcio vicrio e o senhorio de Jesus Cristo, movidos pelo Esprito Santo. Esse rebanho a propriamente chamada igreja invisvel, o corpo de Cristo. O nico pastor o Senhor Jesus Cristo. E para aumentar e fortalecer esse rebanho que publicamos a revista Ultimato, para a qual pedimos sinceramente a orao de todos os leitores.

(Extrado da edio n 260, de setembro/outubro de 1999)