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Opinio 3pp3w

A graa do encontro no pode ser esvaziada 463t2m

Frequentemente circulam pela internet vdeos de crianas chorando, falando de seus medos e dificuldades. No geral, um adulto, que quase sempre parece ser um dos pais, conversa com a criana lhe fazendo perguntas, induzindo a respostas ou incentivando o prolongamento do seu desabafo. Este momento, ocorrido na intimidade, visto como potencialmente comovente e promissor de curtidas, e assim o adulto retoma o assunto com a criana, o que a faz chorar mais, ou at mesmo acentuar seu discurso queixoso ao perceber que isto tem certo valor para o adulto.

Num destes vdeos, questionada sobre seu medo, a criana dizia chorando No quero falar disso. Mas a me, possivelmente desejando obter alguns minutos a mais de vdeo, insiste Mas voc j me contou..., conseguindo ento que a filha repetisse sua histria. Com a distncia da cmera de um smartphone e milhes de visualizaes, a me capta o desabafo de sua filha que a deveria ter como confidente. A me no aparece no vdeo, no expe sua prpria imagem, apenas a da filha; sua voz aparece em tom suave numa atitude acolhedora perante a fala emocionada da menina.

No possvel afirmar qual o sentido e o impacto desta experincia para a criana, que at pode ter se percebido acolhida e ouvida, no sei. Mas que risco h no uso deste momento ntimo e precioso? Que noo sobre intimidade apresentada a essa criana? O que, ns, adultos, temos compreendido sobre intimidade?

Estamos na contramo, tornando pblico o momento do encontro, e assim criando distncias ao invs de aproximao, de empatia e de familiaridade. O contato com o outro e o encontro, no lugar mais prximo e afetivo, tornam-se vitrine.

O aparente acolhimento perante o choro da criana pode faz-la deixar escapar seu sentimento e o sentido por ela vivido, enquanto a me distancia-se de sua experincia, ao transformar em algo engraado para os espectadores. Mas perde-se a a graa do encontro. O valor da intimidade no mais graa, recompensa. Sobre isso o filsofo Martin Buber expe ao falar sobre a relao Eu-Tu: O Tu encontra-se comigo por graa; no atravs de uma procura que encontrado, convocando-nos assim a uma atitude receptiva ao Tu.

Na conexo vivida num encontro ntimo, h o convite para uma relao. O outro me toca, e me comovo em reciprocidade. Na relao ntima, onde a receptividade torna o outro presente, ocorre o encontro por graa, no por domnio.

Entre ele e ti existe a reciprocidade da doao; tu lhe dizes Tu, e te entregas a ele; ele diz Tu e se entrega a ti. M. Buber, Eu e Tu, 2004.

O outro no meio para obter algo, pois s consigo encontr-lo quando suspendo minhas certezas. Nesta perspectiva, a relao acontece porque h igualdade; face a face somos pessoas, e a intimidade nascida do amor. No amor sou responsvel pelo outro. No o torno meu trunfo ou triunfo.
Que possa eu receber o outro como pessoa, e ele a mim.

Nota sobre a imagem acima:
A imagem que ilustra este artigo foi retirada de uma cena do filme europeu A rvore. No filme uma famlia vivencia o luto pela perda do pai. A menina acredita ter a presena do pai na figueira do jardim, enquanto a me, tomada por tristeza, afasta-se dos cuidados consigo mesma e com a famlia. O encontro entre elas acontece no encontro com a rvore, e a vida ganha novo flego a partir deste encontro Eu-Tu.


Rute Heckert Viriato psicloga e psicoterapeuta, com experincia na rea de reabilitao para pessoas com deficincia. Estuda temas como: espiritualidade, luto e morte, dor, deficincias, envelhecimento, relacionamentos e escolha profissional. editora do blog Contemplao do Ser.


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