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21 de maio de 2007
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A f no-catlica 6kx52
Rodrigo de Lima Ferreira
O que significa f? A definio clssica de Hebreus 11.1 talvez seja a melhor delas. Certeza de algo invisvel, certeza da presena de Deus em nossas vidas a despeito das dificuldades e intempries que enfrentamos, certeza do carter bondoso de Deus.
Mas por f entendemos tambm um conjunto de regras e doutrinas que normatizam a prxis religiosa de certo grupo especfico, fazendo com que tal grupo adote posturas e padres de vida que o distingam dos demais. Neste sentido, podemos dizer que existe f esprita, f umbandista, f muulmana, f catlica, f evanglica e f no-catlica.
Mas o que significam estas definies? A f catlica pode ser resumida assim: Bblia e tradio histrica como meios de autoridade, intercesso dos santos e de Maria em favor dos fiis, eficcia da missa como sacrifcio, obras como meio de graa, existncia de quatro estgios aps a morte (cu, inferno, purgatrio e limbo, este ltimo para crianas que morrem sem o batismo), sete sacramentos. A f evanglica, por sua vez, tambm pode ser assim resumida: autoridade nica da Bblia, intercesso de Jesus a favor dos fiis junto ao Pai, perdo total dos pecados na cruz, graa como meio de salvao pela f, existncia apenas de cu e inferno, dois sacramentos (ceia e batismo).
Mas ultimamente tem surgido um tipo de f diferente e que cresce a olhos vistos, por suas caractersticas nicas: ao mesmo tempo em que rejeita o catolicismo, tambm no se enquadra na estrutura evanglica, por apresentar caractersticas ausentes na Bblia, nos ensinos da Igreja e nos ensinos dos reformadores. Portanto, definirei esta f como no-catlica, por sua inadequao s duas estruturas de f, apesar de se utilizar de certos aspectos eclesiolgicos catlicos e alguma terminologia evanglica.
Caractersticas da f no-catlica
A f evanglica preza pela integridade das Escrituras, pois elas so a nica regra de f e prtica na vida dos cristos. Tudo aquilo que agride a Bblia deve ser rejeitado, para o bem da sanidade da f crist.
J a f no-catlica no preza pela integridade das Escrituras nas reas doutrinria e comportamental. A Bblia e sua interpretao deixam de ser objetivos (podem ser examinadas luz do Esprito e da razo) e am a ser subjetivos (seu exame baseado unicamente luz de interpretaes humanas). Uma vez que a Bblia a a ser subjetiva, todo o comportamento derivado dela tambm se torna assim.
Ou seja, para a f no-catlica, no importa aquilo que a Palavra diz, e sim como a pessoa a interpreta. a doutrina da livre interpretao levada a extremos perigosos. aquilo que, na filosofia, denomina-se ps-modernidade, em que os padres absolutos e as referncias finais so abolidos em nome da verdade pessoal.
Origens da f no-catlica
A f no-catlica surgiu at mesmo antes do surgimento da Igreja Catlica como instituio, a partir do sculo IV, com o Edito de Milo. Na carta mais antiga do Novo Testamento, Tiago j alertava os primeiros cristos sobre o perigo de uma f rasa, apenas de superfcie e sem nenhum contedo essencial (Tg 2.15-19). Para os ouvintes de Tiago, f era simplesmente a adeso a um determinado grupo religioso sem necessariamente uma mudana de vida.
Paulo tambm enfrentou problemas assim com igrejas que ele havia fundado. Em Corinto havia o problema de imoralidade sexual, em conjunto com uma grande soberba espiritual (1 Co 5). Em outras comunidades, como a dos efsios, ele enfrentou problemas com doutrinas que no condiziam com aquilo que a Palavra ensina (Ef 4.14).
Por fim, Joo enfrentou problemas com os pr-gnsticos, que infiltraram-se na igreja e ensinavam coisas perniciosas, como, por exemplo, a negativa da encarnao de Jesus (1 Jo 4.2-3; 2 Jo 7).
Resposta f no-catlica
A grande tragdia de hoje a mesma do perodo da Reforma Protestante deflagrada justamente por falta de conhecimento das Escrituras. Martinho Lutero indignava-se com a cobrana das indulgncias, em especial com Joo Tetzel, que anunciava: Quando a moeda cair no fundo do ba, uma alma sair do purgatrio. O que atormentava Lutero era a questo da salvao. Mas ao ler Romanos 1.17 (o justo viver por f) seus medos se foram. Baseado naquilo que a Palavra lhe mostrou (a salvao por meio da graa), ele pde questionar os mtodos romanos medievais.
O grande desafio missionrio da Igreja frente f no-catlica trazer novamente luz o ensinamento da Palavra como relevante para a vida hoje. A Palavra antdoto para todo tipo de falsificao da f e da vida crist. Em suma, devemos estar atrelados Palavra, confiantes de que aquele que nos chamou a esta obra suficiente para nos capacitar e para mudar mentes, coraes e intenes.
Rodrigo de Lima Ferreira, casado, duas filhas, pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil desde 1997. Graduado em teologia e ps-graduando em misses urbanas, hoje pastoreia a IPI de Serranpolis, GO.
O que significa f? A definio clssica de Hebreus 11.1 talvez seja a melhor delas. Certeza de algo invisvel, certeza da presena de Deus em nossas vidas a despeito das dificuldades e intempries que enfrentamos, certeza do carter bondoso de Deus.
Mas por f entendemos tambm um conjunto de regras e doutrinas que normatizam a prxis religiosa de certo grupo especfico, fazendo com que tal grupo adote posturas e padres de vida que o distingam dos demais. Neste sentido, podemos dizer que existe f esprita, f umbandista, f muulmana, f catlica, f evanglica e f no-catlica.
Mas o que significam estas definies? A f catlica pode ser resumida assim: Bblia e tradio histrica como meios de autoridade, intercesso dos santos e de Maria em favor dos fiis, eficcia da missa como sacrifcio, obras como meio de graa, existncia de quatro estgios aps a morte (cu, inferno, purgatrio e limbo, este ltimo para crianas que morrem sem o batismo), sete sacramentos. A f evanglica, por sua vez, tambm pode ser assim resumida: autoridade nica da Bblia, intercesso de Jesus a favor dos fiis junto ao Pai, perdo total dos pecados na cruz, graa como meio de salvao pela f, existncia apenas de cu e inferno, dois sacramentos (ceia e batismo).
Mas ultimamente tem surgido um tipo de f diferente e que cresce a olhos vistos, por suas caractersticas nicas: ao mesmo tempo em que rejeita o catolicismo, tambm no se enquadra na estrutura evanglica, por apresentar caractersticas ausentes na Bblia, nos ensinos da Igreja e nos ensinos dos reformadores. Portanto, definirei esta f como no-catlica, por sua inadequao s duas estruturas de f, apesar de se utilizar de certos aspectos eclesiolgicos catlicos e alguma terminologia evanglica.
Caractersticas da f no-catlica
A f evanglica preza pela integridade das Escrituras, pois elas so a nica regra de f e prtica na vida dos cristos. Tudo aquilo que agride a Bblia deve ser rejeitado, para o bem da sanidade da f crist.
J a f no-catlica no preza pela integridade das Escrituras nas reas doutrinria e comportamental. A Bblia e sua interpretao deixam de ser objetivos (podem ser examinadas luz do Esprito e da razo) e am a ser subjetivos (seu exame baseado unicamente luz de interpretaes humanas). Uma vez que a Bblia a a ser subjetiva, todo o comportamento derivado dela tambm se torna assim.
Ou seja, para a f no-catlica, no importa aquilo que a Palavra diz, e sim como a pessoa a interpreta. a doutrina da livre interpretao levada a extremos perigosos. aquilo que, na filosofia, denomina-se ps-modernidade, em que os padres absolutos e as referncias finais so abolidos em nome da verdade pessoal.
Origens da f no-catlica
A f no-catlica surgiu at mesmo antes do surgimento da Igreja Catlica como instituio, a partir do sculo IV, com o Edito de Milo. Na carta mais antiga do Novo Testamento, Tiago j alertava os primeiros cristos sobre o perigo de uma f rasa, apenas de superfcie e sem nenhum contedo essencial (Tg 2.15-19). Para os ouvintes de Tiago, f era simplesmente a adeso a um determinado grupo religioso sem necessariamente uma mudana de vida.
Paulo tambm enfrentou problemas assim com igrejas que ele havia fundado. Em Corinto havia o problema de imoralidade sexual, em conjunto com uma grande soberba espiritual (1 Co 5). Em outras comunidades, como a dos efsios, ele enfrentou problemas com doutrinas que no condiziam com aquilo que a Palavra ensina (Ef 4.14).
Por fim, Joo enfrentou problemas com os pr-gnsticos, que infiltraram-se na igreja e ensinavam coisas perniciosas, como, por exemplo, a negativa da encarnao de Jesus (1 Jo 4.2-3; 2 Jo 7).
Resposta f no-catlica
A grande tragdia de hoje a mesma do perodo da Reforma Protestante deflagrada justamente por falta de conhecimento das Escrituras. Martinho Lutero indignava-se com a cobrana das indulgncias, em especial com Joo Tetzel, que anunciava: Quando a moeda cair no fundo do ba, uma alma sair do purgatrio. O que atormentava Lutero era a questo da salvao. Mas ao ler Romanos 1.17 (o justo viver por f) seus medos se foram. Baseado naquilo que a Palavra lhe mostrou (a salvao por meio da graa), ele pde questionar os mtodos romanos medievais.
O grande desafio missionrio da Igreja frente f no-catlica trazer novamente luz o ensinamento da Palavra como relevante para a vida hoje. A Palavra antdoto para todo tipo de falsificao da f e da vida crist. Em suma, devemos estar atrelados Palavra, confiantes de que aquele que nos chamou a esta obra suficiente para nos capacitar e para mudar mentes, coraes e intenes.
Rodrigo de Lima Ferreira, casado, duas filhas, pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil desde 1997. Graduado em teologia e ps-graduando em misses urbanas, hoje pastoreia a IPI de Serranpolis, GO.
Casado, duas filhas, pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil desde 1997. Graduado em teologia e mestre em misses urbanas pela FTSA, autor de "Princpios Esquecidos" (Editora AGBooks).
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