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10 de junho de 2019
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Voc chamado por Deus para partilhar a f 4o31c
Por Ronaldo Lidrio
Somos chamados a crer e, no mesmo movimento, enviados a partilhar a nossa f. A comunicao do evangelho , assim, um chamado de Deus para todos os salvos em Cristo Jesus.
Na perspectiva do apstolo Paulo, especialmente em suas cartas aos glatas, corntios, efsios e nas duas cartas dirigidas a Timteo, h sete prticas espirituais que resumem a vivncia crist: Palavra, adorao, comunho, orao, santidade, boas obras e evangelizao. Partilhar o evangelho misso de todo aquele que cr, no um chamado para um grupo de especialistas.
H uma significativa correlao entre quem somos em Cristo Jesus (nossa identidade) e o que somos chamados a fazer (nossa misso). O apstolo Pedro relacionou identidade e misso ao afirmar que somos raa eleita, sacerdcio real, nao santa, povo de propriedade exclusiva de Deus com um propsito: A fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1Pe 2.9). O Senhor Jesus fez o mesmo ao declarar que somos sal da terra e luz do mundo, alertando-nos que nossa identidade (sal e luz) deve estar associada nossa misso, sob o risco de nos tornarmos um sal sem sabor e uma luz que no brilha. Ele conclui com uma ordem: Assim brilhe tambm a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que est nos cus (Mt 5.13-16).
Entretanto, se anunciar o evangelho um dos nossos maiores privilgios, tambm um dos maiores desafios. H graves barreiras evangelizao.
A primeira a m compreenso da natureza do evangelho. Sob a influncia liberal na segunda metade do sculo ado, o evangelho foi relido a partir de lentes mais sociolgicas do que teolgicas. Uma das nocivas consequncias foi igualar o evangelho igreja e, assim, evangelizar tornou-se proclamar a igreja os redimidos , e no Cristo o Redentor. ou-se a falar mais dos cristos e menos de Cristo; apresentar mais a obra da igreja do que a obra de Cristo; exaltar mais os heris da igreja do que o Nome acima de todo nome; levantar mais alto a bandeira eclesistica do que a bandeira do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Precisamos resgatar a compreenso bblica de que o evangelho Jesus Cristo. Se lhe forem dados apenas cinco minutos para partilhar o evangelho, conte a histria de Jesus.
A segunda barreira evangelizao a falta de santidade. No Salmo 51, o salmista clama a Deus para que tenha misericrdia e apague as suas transgresses. Pede para ser lavado da iniquidade e purificado do seu pecado. Confessa que pecou e cr no perdo, que limpa e purifica, santificando a vida. No auge do seu clamor, ele pede que Deus lhe d um corao puro e suplica que seja mantido na presena do Senhor, sendo restituda a alegria da salvao. Logo depois, afirma uma das consequncias da santidade: Ento ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se convertero a ti (v.13). A santidade realinha, entre outras coisas, a nossa cosmoviso: o modo como vemos o mundo e nos vemos nesse mundo. Ela nos impulsiona a priorizar o que prioridade para Deus e torna a nossa vida um testemunho vivo e perceptvel da mensagem que falada. No h verdadeira evangelizao sem uma vida compatvel com a f.
A terceira barreira evangelizao a timidez espiritual. Curiosamente, a falta de audcia na evangelizao no est ligada ao tipo de temperamento ou perfil pessoal. Devemos ser lembrados que nossa luta no contra carne e sangue, mas contra principados e potestades. A batalha no essencialmente travada contra estruturas polticas, sistemas sociais ou limitaes humanas, mas contra o maligno que possui uma declarada misso entre os homens: roubar, matar e destruir (Jo 10.10). Perante a fragilidade do nosso corao, a astcia do mundo e as foras espirituais do mal, precisamos de audcia para viver e pregar o evangelho. Guiado por esse entendimento, o apstolo Paulo, no fim de sua carta aos Efsios, pede que orem para que lhe seja dada coragem para a pregao do evangelho (Ef 6.19). O maior plantador de igrejas e destemido pregador do evangelho pede orao para que tenha ousadia para evangelizar. Deixa claro que tal coragem no procede de preparo teolgico ou experincia de vida, mas de Deus. Precisamos orar mais para evangelizar mais.
Comunicar o evangelho de Jesus Cristo um grande privilgio e um grande desafio. Envolve palavras e tambm vida, proclamao e testemunho. Devemos falar das alegrias de Cristo enquanto choramos com os que choram e abraamos o aflito. no encontro entre o evangelho falado e o evangelho vivido que se d a verdadeira evangelizao.
Lembremos, porm, que toda transformao de vida resultado puramente do desejo e da iniciativa de Deus. Nenhum esforo evangelstico, por mais elaborado que seja, conseguiria provocar uma verdadeira transformao. Deus, entretanto, decidiu usar as palavras humanas para que o evangelho dos cus seja transmitido. O reformador Joo Calvino, explicando a soberania de Deus e a evangelizao, diz que [] embora Deus seja capaz de realizar a obra secreta de seu Santo Esprito sem quaisquer meios ou assistncia, ele tambm ordenou a pregao externa (pblica), para ser usada como um meio. Mas para torn-la um meio efetivo e frutfero, ele escreve com seu prprio dedo em nossos coraes aquelas palavras que ele fala em nossos ouvidos pela boca de um ser humano.1
Lancemos todas as sementes, pois no sabemos qual germinar! Distribua literatura bblica, introduza sua convico e f nas conversaes, convide algum para visitar a igreja, envie mensagens eletrnicas que levem reflexo espiritual, tenha uma vida compatvel com sua f, ame ao ponto de se envolver com o aflito, v para praas, ruas, matas e desertos e fale sobre a nica verdade sobre a qual no podemos nos calar: Jesus Cristo!
Ronaldo Lidrio telogo e antroplogo, missionrio (APMT e WEC) entre grupos pouco ou no evangelizados. organizador de Indgenas do Brasil Avaliando a misso da igreja e A Questo Indgena Uma luta desigual.
Nota
1. CALVIN, John. The bondage and liberation of the will; a defence of the orthodox doctrine of human choice against pighius. Baker Academic, 2002.
Leia mais:
O evangelho Jesus

Na perspectiva do apstolo Paulo, especialmente em suas cartas aos glatas, corntios, efsios e nas duas cartas dirigidas a Timteo, h sete prticas espirituais que resumem a vivncia crist: Palavra, adorao, comunho, orao, santidade, boas obras e evangelizao. Partilhar o evangelho misso de todo aquele que cr, no um chamado para um grupo de especialistas.
H uma significativa correlao entre quem somos em Cristo Jesus (nossa identidade) e o que somos chamados a fazer (nossa misso). O apstolo Pedro relacionou identidade e misso ao afirmar que somos raa eleita, sacerdcio real, nao santa, povo de propriedade exclusiva de Deus com um propsito: A fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1Pe 2.9). O Senhor Jesus fez o mesmo ao declarar que somos sal da terra e luz do mundo, alertando-nos que nossa identidade (sal e luz) deve estar associada nossa misso, sob o risco de nos tornarmos um sal sem sabor e uma luz que no brilha. Ele conclui com uma ordem: Assim brilhe tambm a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que est nos cus (Mt 5.13-16).
Entretanto, se anunciar o evangelho um dos nossos maiores privilgios, tambm um dos maiores desafios. H graves barreiras evangelizao.
A primeira a m compreenso da natureza do evangelho. Sob a influncia liberal na segunda metade do sculo ado, o evangelho foi relido a partir de lentes mais sociolgicas do que teolgicas. Uma das nocivas consequncias foi igualar o evangelho igreja e, assim, evangelizar tornou-se proclamar a igreja os redimidos , e no Cristo o Redentor. ou-se a falar mais dos cristos e menos de Cristo; apresentar mais a obra da igreja do que a obra de Cristo; exaltar mais os heris da igreja do que o Nome acima de todo nome; levantar mais alto a bandeira eclesistica do que a bandeira do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Precisamos resgatar a compreenso bblica de que o evangelho Jesus Cristo. Se lhe forem dados apenas cinco minutos para partilhar o evangelho, conte a histria de Jesus.
A segunda barreira evangelizao a falta de santidade. No Salmo 51, o salmista clama a Deus para que tenha misericrdia e apague as suas transgresses. Pede para ser lavado da iniquidade e purificado do seu pecado. Confessa que pecou e cr no perdo, que limpa e purifica, santificando a vida. No auge do seu clamor, ele pede que Deus lhe d um corao puro e suplica que seja mantido na presena do Senhor, sendo restituda a alegria da salvao. Logo depois, afirma uma das consequncias da santidade: Ento ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se convertero a ti (v.13). A santidade realinha, entre outras coisas, a nossa cosmoviso: o modo como vemos o mundo e nos vemos nesse mundo. Ela nos impulsiona a priorizar o que prioridade para Deus e torna a nossa vida um testemunho vivo e perceptvel da mensagem que falada. No h verdadeira evangelizao sem uma vida compatvel com a f.
A terceira barreira evangelizao a timidez espiritual. Curiosamente, a falta de audcia na evangelizao no est ligada ao tipo de temperamento ou perfil pessoal. Devemos ser lembrados que nossa luta no contra carne e sangue, mas contra principados e potestades. A batalha no essencialmente travada contra estruturas polticas, sistemas sociais ou limitaes humanas, mas contra o maligno que possui uma declarada misso entre os homens: roubar, matar e destruir (Jo 10.10). Perante a fragilidade do nosso corao, a astcia do mundo e as foras espirituais do mal, precisamos de audcia para viver e pregar o evangelho. Guiado por esse entendimento, o apstolo Paulo, no fim de sua carta aos Efsios, pede que orem para que lhe seja dada coragem para a pregao do evangelho (Ef 6.19). O maior plantador de igrejas e destemido pregador do evangelho pede orao para que tenha ousadia para evangelizar. Deixa claro que tal coragem no procede de preparo teolgico ou experincia de vida, mas de Deus. Precisamos orar mais para evangelizar mais.
Comunicar o evangelho de Jesus Cristo um grande privilgio e um grande desafio. Envolve palavras e tambm vida, proclamao e testemunho. Devemos falar das alegrias de Cristo enquanto choramos com os que choram e abraamos o aflito. no encontro entre o evangelho falado e o evangelho vivido que se d a verdadeira evangelizao.
Lembremos, porm, que toda transformao de vida resultado puramente do desejo e da iniciativa de Deus. Nenhum esforo evangelstico, por mais elaborado que seja, conseguiria provocar uma verdadeira transformao. Deus, entretanto, decidiu usar as palavras humanas para que o evangelho dos cus seja transmitido. O reformador Joo Calvino, explicando a soberania de Deus e a evangelizao, diz que [] embora Deus seja capaz de realizar a obra secreta de seu Santo Esprito sem quaisquer meios ou assistncia, ele tambm ordenou a pregao externa (pblica), para ser usada como um meio. Mas para torn-la um meio efetivo e frutfero, ele escreve com seu prprio dedo em nossos coraes aquelas palavras que ele fala em nossos ouvidos pela boca de um ser humano.1
Lancemos todas as sementes, pois no sabemos qual germinar! Distribua literatura bblica, introduza sua convico e f nas conversaes, convide algum para visitar a igreja, envie mensagens eletrnicas que levem reflexo espiritual, tenha uma vida compatvel com sua f, ame ao ponto de se envolver com o aflito, v para praas, ruas, matas e desertos e fale sobre a nica verdade sobre a qual no podemos nos calar: Jesus Cristo!
Ronaldo Lidrio telogo e antroplogo, missionrio (APMT e WEC) entre grupos pouco ou no evangelizados. organizador de Indgenas do Brasil Avaliando a misso da igreja e A Questo Indgena Uma luta desigual.
Nota
1. CALVIN, John. The bondage and liberation of the will; a defence of the orthodox doctrine of human choice against pighius. Baker Academic, 2002.
Leia mais:
O evangelho Jesus
Ronaldo Lidrio telogo e antroplogo, missionrio (APMT e WEC) entre grupos pouco ou no evangelizados. organizador de Indgenas do Brasil -- avaliando a misso da igreja e A Questo Indgena -- Uma Luta Desigual.
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