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Opinio 3pp3w

Viciados em morbidez 2g6in

Brulia Ribeiro

H um tempo, no programa Manhattan Connection, discutiu-se o crescimento das igrejas evanglicas neste momento de crise econmica. Aparentemente o grupo de frequentadores de igreja nos Estados Unidos aumentou a ponto de se tornar notcia na grande mdia americana. Os comentaristas do Manhattan tentavam entender o que representam os evanglicos no contexto cultural americano atual: o incentivo ao crescimento econmico proveniente das teologias de f e sucesso pregadas por muitas igrejas; a esperana produzida pela unio das pessoas em comunidades solidrias que servem de estmulo para novas iniciativas econmicas e para o desenvolvimento de indivduos e famlias; a recuperao de indivduos que antes eram um peso na sociedade e agora, com a ajuda da f, se tornam produtivos.

Foi muito esquisito aquilo, ouvir jornalistas falando bem da f evanglica e das igrejas que costumamos espinafrar: as igrejas da teologia da prosperidade. Apesar de estarem comentando sobre um fenmeno americano, o que eles diziam podia ser facilmente aplicado ao Brasil. Por mais que eu e muitos crticos do movimento neopentecostal no gostemos de itir, cada vez mais o crescimento das igrejas de f vai mudando positivamente o perfil da populao brasileira. At a Universal do Reino de Deus, a mais controversa das denominaes, onde dificilmente se reconhece algum princpio do evangelho, aporta uma contribuio positiva para o tecido socioeconmico brasileiro.

Apesar de todo o sincretismo, de todos os erros teolgicos, apesar dos escndalos das lideranas, dos abusos e absurdos que interpretaes equivocadas da f vm produzindo, o cristianismo sempre uma religio socialmente do "bem" e seus subprodutos tambm sero do bem. As distores tm efeitos colaterais negativos, mas o sintoma geral de cura. O que no me parece do "bem" hoje em dia a postura crtica dos prprios cristos. Disseminou-se entre os que so considerados cristos srios uma atitude de crtica constante, custica, cruel, muito mais cruel que as crticas externas. Nasceram at ministrios com a misso quase exclusiva de criticar, julgar, difamar por todos os meios possveis qualquer proposta neopentecostal ou neo-alguma coisa. Embates pessoais entre figuras do meio gospel, jornalistas e pastores viraram lugar comum. Algumas discusses so to rasteiras que no perdem pra briga de botequim.

Livros como "Porque Voc No quer Ir Mais Igreja", blogs que se especializam em divulgar o ridculo da cultura gospel e pregadores do anti-movimento posam de iconoclastas profticos propagando essa nova modalidade de "denominao" crist: a anti-igreja. Grande parte da energia desses novos crentes gasta em antagonizar propostas da religio instituda.

Infelizmente, de acordo com minha observao pessoal, essa postura no libera os membros desses novos movimentos para uma vida de f mais simples e produtiva. Teria sido interessante se no meio de tudo isto nascesse um grupo de cristos com mais tolerncia e corao aberto que entendesse o reino acima das propostas denominacionais e que fosse capaz de circular entre as mais diversas formas culturais de cristianismo, contribuindo com todas, com respeito, sem anuir aos erros. Mas no, a atitude desenvolvida pelos antagnicos a de completa intolerncia. Ao invs de encontrarem graa, a perdem. Se sentem acima do bem e do mal e se especializam em encontrar problemas e defeitos em tudo e em todos.

Ouvi um crtico outro dia dizer com sarcarsmo que a Sexxx Church o velho Jaime Kemp e seu moralismo sexual disfarado para o sculo 21. Me choquei com o comentrio custico, mas vazio. Jaime Kemp fez um bom trabalho na minha gerao, ensinando moral sexual e os valores familiares numa linguagem vel. A Sexx Church faz hoje a mesma coisa, contextualizando a forma e mantendo o significado; ou seja, mantendo os padres morais bblicos que nem eles nem o Jaime Kemp inventaram. Ser que os jovens de hoje no precisam de ensinos sobre uma sexualidade sadia? Propor um cristianismo que no estabelece limites morais, que no define padres para a sexualidade, negar uma parte essencial da proposta crist. Existem padres estabelecidos para a vivncia humana na terra que a ns cabe simplesmente aceitar. Contudo no vale-tudo anti-institucional vale at rejeitar a ideia de pecado, de submisso a um cdigo moral qualquer ainda que rotulado de cristo.

Cristos assim geralmente se tornam pastores de sua prpria denominao de um s membro. As marcas e feridas que trouxeram de suas experincias anteriores esto protegidas por uma elaborao racional que impede o processo de cura. A culpa sempre dos outros, do sistema, da intolerncia religiosa, dos pastores e lderes abusivos. Como vtima no sou chamada ao arrependimento, tenho razo para as minhas dores, no preciso repensar minhas atitudes ou reconhecer meus prprios erros. Jovens adeptos da neo-iconoclastia no aceitam mais padres de comportamento nem moralidade de qualquer espcie. Toda moralidade taxada de moralismo, toda "experincia" de vida supostamente tem o consentimento de um Deus que me entende.

Fico com a simplicidade da f e no com a morbidez da intelligentsia crist. A essncia Jesus pode ser embalada com muitas mentiras, e, infelizmente, acho que de uma maneira ou de outra nenhum de ns escapamos de equvocos, julgamentos culturais e ambies pessoais que deturpam sua palavra. Mas mesmo assim ele continua sendo Jesus, o caminho, a verdade e a vida; o Deus verdadeiro capaz de milagres, redenes e perdes impossveis, capaz de se comunicar com todos como o Deus vivo que .

Publicado originalmente na revista Eclsia.


Brulia Ribeiro, missionria em Porto Velho, RO, autora de Chamado Radical (Editora Ultimato). [email protected]

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