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Uma recepo diferente para os refugiados 124d6u

Por Helen Schmidt

Acabaram os mantimentos, mas h bales e um violo

Era alta madrugada. Naquele acampamento na Srvia, dirigido pela Unio Europeia, diversas organizaes humanitrias davam apoio e ajuda aos refugiados srios vtimas da guerra. A missionria Cludia Costa e sua colega de voluntariado ouviram alguns bocejos, palavras de despedida e discretos barulhos de zperes que fechavam a entrada das barracas de outros grupos de apoio naquele lugar. O dia havia sido intenso no socorro aos refugiados que aram seguindo viagem rumo Alemanha pas almejado pela maioria. O silncio e o frio intenso tomavam conta daquela regio. A calmaria era como um paradoxo ao estrondo ensurdecedor de bombas e rajadas, ao qual os ouvidos dos visitantes j estavam acostumados. Era hora de descanso e tudo indicava que no haveria mais nenhum atendimento a ser feito. Para Cludia e sua amiga, a chegada de mais algum refugiado quela hora era preocupante, pois o grande nmero de atendimentos do dia anterior as deixou quase sem nenhum mantimento a oferecer.

Peguei meu casaco e segui em direo ao ptio onde os nibus costumam estacionar. Orei baixinho pedindo que o Senhor nos abenoasse caso chegasse mais algum precisando de ajuda, pois tnhamos muito pouco a oferecer quela hora da madrugada. Enquanto caminhava avistei a chegada de um nibus. Fiquei apreensiva, pois eles vem lotados de refugiados, muitas vezes, agitados e carentes devido viagem longa e turbulenta. Senti meu corao acelerar quando outros nibus se aproximaram, eram dez! Sim! Dez nibus repletos de refugiados cansados e com fome, depois de viajarem cerca de dez horas vindo da Macednia at a Srvia. Parei, atnita, onde estava e como quem se prepara para pedir ajuda, respirei fundo e retornei correndo ao acampamento. Enquanto corria pensava: No sei quantos vem. No sei o que temos. Mas o Senhor ir prover!, relata a missionria.

Cludia contou que, ao chegar ao acampamento, tambm notou preocupao nos olhos de sua companheira de voluntariado. Foi ento que conferiram que a Kombi que armazenava os mantimentos estava realmente vazia. Ao olharem ao redor viram alguns bales e lembraram que podiam fazer algumas esculturas de bales para as crianas que chegassem. Em seguida, Cludia avistou seu violo e se props a tocar algumas canes para receb-los.

Foi o que fizemos. Eles foram se agrupando em frente nossa barraca e comeram o que tnhamos a oferecer. Algumas crianas chegaram chorando, os bales as distraram e os louvores que eu ia tocando no violo foram, aos poucos, acalmando aqueles coraes aflitos. Em poucos minutos alguns daqueles refugiados, que at pouco tempo estavam agitados e apreensivos, comearam a danar ao som dos meus singelos acordes. Horas se foram e para nossa surpresa ouvimos elogios quanto quela recepo. Que boas-vindas incrvel! Ainda no havamos sido recebidos assim at agora! , disseram eles, relatou a missionria com um sorriso feliz em seu rosto.

O louvor trouxe paz aos coraes

Para Cludia, foi prazeroso ver como Deus abenoou aquele momento. O pouco que tinham abenoou aquelas famlias e o louvor a Deus trouxe paz queles coraes. Fato que pde ser percebido at pelos policiais que presenciaram tudo e fizeram questo de agradec-las pela demonstrao de sensibilidade e amor a pessoas que elas nem conheciam e nunca mais veriam novamente. Segundo ela, ao contrrio do que se pensa, esses que conseguem sair da Sria para reconstruirem suas vidas no so pessoas de origem pobre, pois os que no possuem recursos nem sequer conseguem deixar o pas.

Na Europa, diversas igrejas tm oferecido apoio a esses que enfrentam travessias perigosas pela sobrevivncia e, mesmo com a ajuda de fazendeiros que abrem reas em suas propriedades para facilitar a travessia, existe um alto ndice de mortes. Em muitos casos, homens, mulheres e crianas so obrigados a dormir ao relento aguardando pelo momento de seguirem viagem.

Cludia natural de Minas Gerais e h 14 anos mora na Bsnia, pas que ainda vive as marcas da guerra ocorrida nos anos 90, que deixou cerca de 200 mil vtimas e mais de um milho de refugiados e exilados. Ela relembrou que triste ver como as sequelas emocionais aps conflitos armados so profundas e devastadoras em uma nao inteira. Vejo muitos bsnios jovens adultos que at hoje no conseguem integrar-se sociedade. Eles tm medo de que guerra volte e destrua o que resta, disse. Perguntada sobre a atuao da igreja na Europa em relao aos Srios, contou que tm no somente prestado o socorro imediato s vtimas, como desenvolvido projetos sustentveis, possibilitando oportunidades para que os refugiados srios se integrem sociedade, aprendendo uma nova lngua e um novo ofcio. Temos trabalhado tambm na unio de familiares, isso porque na primeira onda de grupos a deixarem a Sria vieram os homens. Depois eles contataram suas famlias para que viessem. Com isso, muitos se perderam e, como igreja, temos ajudado neste reecontro.

Deus usa quem est disposto a servir

Depois daquele episdio na Srvia, com os refugiados, Cludia retornou s suas funes na Bsnia. Meses se aram e um amigo, que tambm trabalha com refugiados em sua igreja na Holanda, lhe enviou um e-mail relatando suas experincias com aquelas famlias. Contou que em uma conversa com um homem srio perguntou como havia sido sua jornada at chegar ali, naquela igreja. A resposta surpreendeu, emocionando at mesmo aquela missionria experiente. Ele disse: ei pela Grcia, Macednia e cheguei at a Srvia. L, cansado e com medo de tudo o que viria pela frente, fui impactado com uma recepo diferente. Voz e violo entoando canes at ento desconhecidas por mim foram suficientes para aquietar profundamente meu corao aflito. E, para completar, ao chegar aqui, nesta igreja, fui surpreendido com os mesmos louvores a esse Deus. Como pode? S sei dizer que tudo isso trouxe muita paz ao meu corao.

Cludia sentiu-se muito encorajada ao ver como Deus usa quem est disposto a servir. Somos muitas vezes acomodados, como igreja, para chegarmos at eles, os refugiados srios, mas Deus est trazendo-os at ns!, celebrou. Aquela experincia na Srvia deixou claro que o pouco que se tem a oferecer pode ser multiplicado por Deus, e um simples gesto de oferecer louvores a Ele capaz de servir como alimento ao corao faminto. Talvez no sejamos ns a ver os frutos, mas plantando as sementes, eles certamente viro!.

Helen Schmidt jornalista e missionria. casada com Rafa Santino e me de Sophia, de cinco anos.

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