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Uma conversa sobre imaginao bblica e f 6yw6t

Intrigado pelo Mestre de Nazar, Samuel, o judeu socorrido pelo famoso Bom Samaritano, vai em busca de encontros e histrias dos personagens que viram Jesus. essa a premissa da srie Sculo I, que j tem dois livros publicados por Ultimato: O Resgate e A Reconstruo.

Atravs de Samuel, o autor Cayo Csar Santos transporta o leitor para o primeiro sculo depois de Cristo, pela vivacidade contada em seus detalhes imaginativos, em uma fico fundamentada na narrativa bblica. sobre a importncia de histrias, da imaginao e suas inspiraes que conversamos com Cayo nesta entrevista.

O que te motivou a escrever histrias a partir de temas bblicos?

A motivao bsica decorre do meu interesse pelo texto sagrado. Sempre me fascinou pensar que, no contedo das escrituras, de algum modo misterioso, mas ao mesmo tempo vel, temos a mensagem direta de Deus para o homem.

Por outro lado, inerente ao ato de compartilhar histrias o poder de criar empatia e compreenso, elementos fundamentais para a boa comunicao, algo que Deus deseja ter com o homem. Conte-me a sua histria e eu poderei entender quem voc !

Essa troca proporciona, ainda, um processo de identificao e aprendizagem, pois percebemos, ao cabo, que somos iguais em dores e alegrias, na esperana e na desiluso, na morte e na vida. Dada a variedade dos relatos bblicos, uma razo adicional para a definio do cenrio: meu fascnio por Jesus, o desejo de conhec-lo melhor e de torn-lo mais conhecido para outras pessoas. Ento, no haveria lugar mais apropriado para desvendar os meandros do seu drama pessoal do que os evangelhos e todo o contedo bblico que, ao cabo, como bem sabemos, aponta para Cristo, do primeiro ao ltimo livro.

Assim, procurei transitar pelo universo bblico, interligando acontecimentos e experincias reveladoras do significado de Cristo para a vida humana. Quis fazer isto de modo ldico, uma tentativa de aproximar as pessoas de um Jesus bem mais vel, bem mais prximo do cho da nossa prpria histria, o homem de Nazar.

>> Sculo I - O Resgate <<

Como surgiu a ideia para os livros de Sculo I, com o judeu socorrido pelo Bom Samaritano como personagem principal, em busca dos rastros de Jesus?

Esta uma pergunta interessante que me faz lembrar do processo criativo inicial da srie. Para fazer uma obra de fico, como sempre foi a minha inteno, era necessrio um personagem central, em torno do qual toda a trama se desenvolveria.

Tendo refletido, durante muito tempo na escola dominical da IPP e em nosso pequeno grupo, sobre a vida de Jesus, ocorreu-me, em determinado momento, que o prprio Jesus havia utilizado, tantas e tantas vezes, o maravilhoso expediente da imaginao. Toda vez que ele contava uma parbola, estava, de fato, elaborando uma pea de fico, criando uma estria, com personagens imaginrios ou, quem sabe, inspirados na observao atenta que ele fazia das pessoas com quem convivia. Foi a que Samuel ganhou vida em minha imaginao.

Pensei comigo mesmo, por que no comear pegando emprestado um personagem criado pela mente imaginativa do prprio Jesus? O desafio seguinte era identificar um elemento de aproximao, o ponto de conexo entre as realidades do Sculo I e do leitor moderno, que muitas vezes conhece as narrativas bblicas, mas que nem sempre consegue se identificar emocionalmente com elas.

Foi quando, transferindo para Samuel o fascnio que sinto por Jesus, vislumbrei o crescimento, em seu corao, da profunda atrao que ele ou a experimentar desde que ouviu falar de Jesus e, ainda, do assombro que foi tomando conta de sua alma em face das descobertas sobre o que o mestre era capaz de dizer e realizar. Neste sentido, no seria exagero identificar um alter ego em Samuel.

Por fim, a impossibilidade de encontrar Jesus pessoalmente no decorrer da narrativa do livro revelou-se como o desafio que aproxima Samuel de todo ser humano que viveu aps o tempo limitado da encarnao, tornando-o um arqutipo de todos ns.

>> Sculo I - A Reconstruo <<

Quais so os maiores desafios ao escrever uma fico que envolve personagens e cenrios bblicos?

Os desafios so muitos. Eu destacaria trs. O primeiro se refere preocupao constante em manter o maior grau de fidelidade aos relatos bblicos, muitos dos quais so enormemente conhecidos, e ainda assim, estabelecer um componente de surpresa e irao, capaz de prender a ateno e curiosidade do leitor.

O segundo est relacionado necessidade de manter um elevado patamar de embasamento histrico, o qual deve permear no apenas aos aspectos geogrficos, mas tambm aos componentes culturais e temporais dos perfis atribudos aos personagens. Um agravante nesse exerccio de voltar ao contexto histrico e geogrfico exato do primeiro sculo, reside, especialmente, na descrio de lugares e costumes, pois, muitas vezes, me deparava com informaes que, conquanto corretas, j descreviam realidades que s comearam a existir sculos frente, a exemplo dos nomes dos prticos de Jerusalm, que tiveram substanciais mudanas, no sculo sexto.

Para enfrentar estes desafios, procurei ter o extremo cuidado de no reescrever nada que o texto bblico j tinha dito e de balizar a imaginao, com responsabilidade e coerncia histrica, onde o texto bblico deixava lacunas em sua narrao.

O terceiro desafio se relaciona ao manejo de um recurso criativo, qual seja, o de encadear os eventos narrados pela Bblia de maneira que eles no fossem simplesmente relatos ou repeties das escrituras, mas que evidenciassem o minucioso e abrangente plano de Deus para a humanidade.

Veja, neste sentido, que a trajetria de Samuel, narrada no primeiro livro (Sculo I - O Resgate), evidencia os dilemas e inquietaes experimentados pelos judeus diante dos conflitos entre as palavras e atitudes de Jesus, a forma como os religiosos interpretavam a lei judaica e as expectativas que muitos nutriam quanto ao perfil e misso do Messias prometido. Samuel, como um judeu zeloso, ou por um penoso processo de mudana na forma de enxergar, o que, em nossos dias atuais, corresponderia ao difcil exerccio de mudar de paradigma ou do famoso pensar fora da caixa.

No segundo livro (Sculo I - A Reconstruo), as descobertas que Samuel gradativamente foi fazendo revelam o propsito divino de reconstruir o homem, ferido de morte pelo pecado. Assim, os vnculos que estabeleci entre personagens e fatos, por vezes propositadamente marcados por sucessivas coincidncias, tm por objetivo levar o leitor, como se utilizssemos o efeito visual do zoom, a descobrir que ao curar cegos, coxos, surdos-mudos, escravos morais e mentais das foras do pecado, Jesus estava evidenciando que, no Reino de Deus, os nossos sentidos e capacidades so restaurados, para que possamos, num pequeno vislumbre da eternidade, saber enxergar, ouvir, agir e viver em plenitude, tal como imaginado por Deus no momento da Criao.

Um elemento dificultador no manejo deste recurso talvez seja decorrente da pouca familiaridade do pblico cristo com o gnero fictcio, que no pode se ater leitura literal que muitas vezes estamos acostumados a fazer.

>> A imaginao tem espao na leitura bblica? <<

Que papel a imaginao pode ter no fortalecimento da f?

Grande pergunta! Destaco que esta questo vem elaborada da maneira mais adequada, ou seja, ela relaciona a f com a imaginao de forma positiva quando pressupe, com propriedade, que uma pode fortalecer a outra. Na minha concepo exatamente isto!
A capacidade de imaginar a geografia da f. A imaginao se constitu, de certo modo, no espao para a construo de uma nova realidade e para que ousemos acolher as insondveis e misteriosas obras e aes do Senhor. O Deus Criador, para trazer existncia aquilo que no era, precisou usar de sua ilimitada imaginao criativa, j pensou nisto?

Somos imagem e semelhana deste mesmo Criador e, como tal, foi-nos legada a capacidade imaginativa, sabidamente cerceada pela ruptura advinda da queda mas, por certo, ainda presente em ns. Lembro-me das lies do professor Rikk Watts sobre o tema da imaginao, quando ele, sustentando o mais moderno modelo de aparelho celular em sua mo costumava afirmar: isto aqui s existe concretamente hoje, porque um dia, algum o imaginou exatamente assim!

Alguns textos bblicos nos ajudam a entender um pouco melhor o processo imaginativo em relao f. Destaco os seguintes: 1) quando o jovenzinho Davi est se preparando para enfrentar o gigante Golias, curiosamente, ele descreve ao seu inimigo cada um dos eventos que, conforme imagina, se sucedero na iminente e vitoriosa batalha, travada em nome do Senhor. E a vitria veio, exatamente como Davi anteviu...

2) quando o velho Abrao, j cansado de esperar pelo cumprimento da promessa divina de que lhe daria um filho, j idoso e perdendo a esperana, convidado por Deus para um eio ao luar, em sua conversa com o Criador, enquanto caminhava pelas areias do deserto, Abrao desafiado a contar estrelas e a contar os gros das areias sobre as quais pisava. Concluindo ser impossvel tal misso, lembrado por Deus que sua descendncia ser to incomensurvel como aquelas estrelas, to incontvel quanto aqueles gros de areia. E o velho patriarca volta para sua tenda com a mente gestada de novas percepes sobre a vida e sobre o que Deus capaz de fazer, com o corao fecundado por novas possibilidades, enfim, com sua f fortalecida, reforada, confirmada!

Lembro-me aqui, da preciosa lio do mestre Osmar Ludovico, que nos adverte para a importncia de meditar nas Escrituras a partir das lentes do corao, e no apenas da razo. A Palavra, que gera a f, deve ser acolhida sim, inicialmente, por nossa mente, mas no amadurecimento desta relao, h que se instalar nos coraes pela via do afeto e das emoes. Afinal, no custa lembrar a poesia cantada por Herbert Vianna: o cu de caro tem mais poesia que o de Galileu!

Imaginao ddiva direcionada exclusivamente ao ser humano, componente essencial da imagem e semelhana do Criador. Devemos us-la e, preferencialmente, us-la para alimentar a f no Filho de Deus.
  • Cayo Csar Santos casado com Jane e pai de Lucas, Felipe e Rafael. presbtero da Igreja Presbiteriana do Planalto e membro da diretoria do Centro Cristo de Estudos, em Braslia, DF. analista e assessor jurdico no Ministrio Pblico Federal.

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