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As mulheres cresceram
Ai, meu Deus, como cresceram
Em toda parte
Com arte, com graa.
Cresci,
Ai, meu Pai, como cresci
E ainda tenho medo,
Mas creso
Apareo
amos nosso crescimento
E toda a dor
Ai, meu Cristo, amos
amos toda a dor do crescimento.
E nossos homens ficaram perplexos
Ai, Senhor, como ficaram
E ainda esto.
Tiraram seus limites, suas fronteiras
Nossos limites, nossas fronteiras
Iaram nossas ncoras
Como iaram...
Ai, Jesus, como iaram...
A desmargem ficou
Ficou a expanso
Gritou a desseparao
E agora, Jos?
E agora, Maria?
O papel se foi
O encaixe ruiu
O deslocamento se fez
E se faz
Sempre e ainda
No divises
Nem subtraes
H somas
Multiplicidade
Destotalidade
Maria se refez, se refaz
E Jos?
Jos anda perdido
Como se quisesse achar
Ai, Santssimo, como anda perdido
No entendeu
Que no h o que achar
H de apenas ser
O que for possvel
E as mulheres perguntam
Ai, Altssimo, como perguntam
Se valeu a pena
Valeu a pena
Mas se sentem ss
Ai, meu Deus, como se sentem ss
E ainda crescem
Com arte, com graa.
Eu me sinto s,
Ai, como me sinto s.

Nota:
Esta poema faz parte do livro Femear (publicao independente). Para adquirir o livro, faa contato diretamente com Silvana Pinheiro ([email protected]).


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