Apoie com um cafezinho
Ol&aacute visitante!
Entrar Cadastre-se

Esqueci minha senha 14113k

  • sacola de compras

    sacola de compras 142f1e

    Sua sacola de compras est vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras 142f1e

    Sua sacola de compras est vazia.

Opinio 3pp3w

Sociedade do glamour e tica da verdade 1j344j

Anderson Clayton

O belo contagiante. Esta uma afirmao peremptria da sociedade do glamour. A finalidade psicolgica da exaltao da beleza produzir o encanto inebriante e, por que no dizer, a experincia com o fascinium. O objeto da esttica, segundo Hegel, o belo artstico criado pelo ser humano. S que, ao falarmos desta engenharia, no podemos ignorar o fato de que ele (o belo) uma produo sociocultural que revela o status dominante de uma preferncia socialmente imposta como valor de tendncia hegemnica. Por esta razo, possvel itirmos que os critrios de mensurao esttica de beleza podem ser quantificados. Na economia do belo se agrega valores estticos determinados por uma espcie de racionalidade capitalstica.

Neste sentido, a beleza acaba revelando -- a partir dos critrios desta racionalidade -- que a ontologia do perfeito tambm possui uma escala de gradao esttica quantificvel: do perfeito ao mais perfeito ainda. E sob o invlucro desta dialtica, a sociedade da opulncia exibe sua vocao glamourizante ao produzir encantos e sugestes atravs da poltica de uma moral consumista, preconizando, assim, por meio dela, a possibilidade que cada pessoa tem de romper os grilhes impostos historicamente pela cultura da represso (psicoeconmica).

A necessidade de se maximizar o capital esttico na sociedade do glamour, no entanto, produz suas anomalias, suas psicopatias. A ganncia (do grego pleonexia) para se viver sob o holofote da irao alheia (sndrome da holofotizao), bem como obter a apreciao esttica favorvel a todo custo tornam as pessoas muito mais vulnerveis do ponto de vista psicotico. A beleza um valor que pode ser normatizado culturalmente, tornando-se produto de consumo social altamente cotado na economia da racionalidade capitalstica. Nela, o ethos do bem deve produzir sua psicologia: o sentimento de gratificao imediata.

Assim sendo, a estrutura axiolgica (valores) de uma ordem sociocultural em que ela ramifica sua epifanicidade (existncia manifesta) pode gerar comportamento esquizofrnico. Pois nela, as pessoas podem lograr assimilar a lgica psquica de um comportamento moral que seja compatvel com o valor esttico que dela se espera. A beleza produz no somente um custo econmico, mas tambm um custo moral. Para ela (beleza) se projetam expectativas ticas que valorizem ainda mais seus traos arquitetnicos. Ela no tem apenas uma fisionomia anatmica, com cores, cheiro e traos estticos glamourizantes que agrega a irao como vantagem comparativa na relao com o outro: sua lgica esttica tem efeito moral capaz de produzir um senso neurtico de referencialidade autoinclusivo (produz senso de autosatisfao).

A moral da beleza tambm objeto de consumo social medida que nela a fome de autoexaltao (hybris) das pessoas -- fome esta que gera aceitao irrestrita na interatividade do eu-tu -- encontra seu potencial integrativo confirmado. No tapete vermelho de Hollywood, a beleza desfila a nobreza de um comportamento moral capaz de produzir encanto social, tornando as celebridades que nele desfilam objeto de desejo a ser consumido tanto esttica quanto moralmente. Saber se a fotografia que se consume no palco das celebridades tem conexo vital com o mundo real das pessoas que nele desfilam beleza ostensivamente uma preocupao que pouco afeta o imaginrio social.

No tapete do glamour, as expectativas que se projetam para as pessoas revestidas de beleza so aquelas que figuram um tipo de comportamento moral que seja compatvel com suas qualidades estticas, mesmo que estas escondam predicados morais pouco atrativos do ponto de vista de uma apreciao tica no glamourizante.

A gramtica da beleza possui a sua prpria lgica. A reivindicao moral que nasce do apelo tico da f crist parece ter produzido pouco ou quase nenhum impacto sobre ela. A no rara combinao das variveis valorizao esttica da beleza e a glamourizao dos ideais do impulso aquisitivo, presentes no capitalismo de consumo, produziu uma inverso axiolgica na ordem social vigente. As pessoas, em regra geral, parecem estar muito mais comprometidas com a forma arquitetnica da beleza do que com o contedo eticamente duvidoso que dela pode se desdobrar negativamente. A poltica de satisfao dos desejos parece querer transformar a beleza numa espcie de arqutipo comportamental que gera uma psicologia de expectativa social que jamais se sentir saciada com e na operacionalizao do impulso aquisitivo, usando as palavras Max Weber.

O que alimenta a psicologia do impulso aquisitivo numa sociedade do glamour?
provvel que a sociedade do glamour tenha produzido uma doena psicomoral incurvel no senso da coletividade social, a saber: uma psicologia de inadequao arquitetnica ao sempre novo arqutipo de beleza heteroimposto pelo capitalismo de consumo, o que acaba produzindo um distanciamento moral das autoidentidades (individuais) que cada pessoa tem de si mesma.

A meta autoimposta de atingir o ideal hegemnico de beleza socialmente modelada-comercializada pela cultura de massa acaba gerando uma autocompreenso distorcida e fortemente impregnada pelo complexo de autorrejeio. Quanto mais se busca adequar ao modelo preconizado no e pelo outro, tanto menos se valoriza os prprios predicados autoidentitrios. A tendncia, no geral, se torna patologiz-los. As pessoas se aceitam cada vez menos diante do modelo cultural hegemnico comercializado pela sociedade do glamour. E nela elas so condicionadas a se rejeitarem sempre mais quando comparadas ao modelo de tendncia sociocultural preconizado no outro.

Alm da pleonexia (ambio de querer sempre mais), a sndrome do consumismo (Zygmunt Bauman) tambm evidencia dois outros tipos de patologias sociomorais: a cobia (epithumia) e a inveja (ftnoi). O autodescontentamento sempre reflexo psicolgico da perfectibilidade ontolgica que se visibiliza no outro. A lgica desta psicologia aparece figurada no dilogo da serpente com a mulher na narrativa do Bereshit (Gnesis). O fruto do conhecimento do bem e do mal s cobivel para Eva porque lhe conferir algo do outro que faltava nela. Desta forma, ela deseja o que o outro tem (cobia) para se tornar como o outro (inveja).
primeira | anterior | Pgina: 1/2 | prxima | ltima

QUE BOM QUE VOC CHEGOU AT AQUI. 223i1k

Ultimato quer falar com voc.

A cada dia, mais de dez mil usurios navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, alm do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bblicos, devocionais dirias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, alm de artigos, notcias e servios que so atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Leia mais em Opinio 2l1v6s

Opinio do leitor 1t5dh

Para comentar necessrio estar logado no site. Clique aqui para fazer o ou o seu cadastro.
Escreva um artigo em resposta

Ainda no h artigos publicados na seo "Palavra do leitor" em resposta a este texto.