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Reforma Protestante: 500 anos depois 16t4k

Por Luiz Fernando dos Santos

Jesus foi considerado digno de maior glria do que Moiss, da mesma forma que o construtor de uma casa tem mais honra do que a prpria casa (Hb3.3).

Pois ele esperava a cidade que tem alicerces, cujo arquiteto e edificador Deus (Hb 11.10).

Estamos prximos da data referencial para as comemoraes dos quinhentos anos da Reforma Protestante. Desde aqueles dias longnquos de 31 de outubro de 1517 o mundo sofreu profundas transformaes. Deus serviu-se de muitos movimentos na filosofia, na poltica, na arte e na economia que j estavam em curso no sculo dezesseis, como o cenrio ideal para a Reforma de sua Igreja.

Inegavelmente, Martinho Lutero nunca teve a inteno de separar-se da Igreja ento estabelecida. Na verdade, um grande nmero de suas teses e durante certo perodo de suas contestaes, o monge alemo procurava isentar o papa de quaisquer erros, pecados ou cumplicidade com os desmandos que ele estava denunciando. Somente com o ar do tempo e com o desenrolar dos acontecimentos, Martinho Lutero deu-se conta de que a Igreja no estaria aberta ao dilogo e s suas possveis contribuies como telogo, professor e pregador das Escrituras.

Fundamentalmente o movimento da Reforma um evento de natureza religiosa e eclesistica. No era um movimento que visava reformar a estrutura governamental e poltica, no deseja criar novos dogmas ou novos cnones. Como disse, nem mesmo a autoridade do papa ou a legitimidade da sucesso episcopal foi questionada nos primeiros ventos reformadores. A reforma Protestante foi o desejo de se voltar o mais prximo possvel, na prxis, na tica, no culto e na vida da Igreja e dos cristos, ao padro encontrado nas Escrituras. Para tanto, nossos pais reformadores aram a testar no crivo das Escrituras todas as coisas que envolviam a dinmica da f. Aquilo que no pde sustentar-se diante da Palavra de Deus ou que no foi possvel provar como sendo diretamente ordenado pela Bblia ou que pela luz da natureza e prudncia crist, no encontrasse respaldo nas orientaes gerais inferidas da revelao bblica, deveria ser abandonado sem mais consideraes.

luz da Palavra de Deus, mesmo a tradio salutar e multissecular precisou ser avaliada, purificada e validada. Antes disso, para comprovar o seu valor a Bblia necessitava da autoridade dos pais da igreja e dos antigos doutores, com suas interpretaes, intuies e tratados. A Reforma inverteu essa lgica, desde ento, no importa quem tenha dito o qu, um pai da Igreja da envergadura de um Agostinho, um telogo da estatura de Toms de Aquino ou um clebre papa como Gregrio o Grande, esses s devem ser ouvidos se o que ensinam sobrevivem ao teste da Palavra de Deus. Se com ela se harmonizam e se subordinam, seria uma temeridade no ouvi-los e com eles aprender. Se o que ensinam, contradizem a palavra de Deus, seria loucura, pecado, dar-lhes ouvidos e imitar a sua vida e a f. Assim, da ctedra ao plpito, da sacristia ao altar, dos claustros parquia, liturgia, pregao e tica foram sofrendo profundas depuraes, correes, reformas e sendo adequadas e harmonizadas com a Palavra de Deus.

A consequncia disso tudo que o sculo dezesseis viu surgir um novo homem, o Homo Reformatus. Esse novo homem no menos religioso que o seu ancestral medieval, todavia a sua f mais racional, mais inteligvel, mais provada e alicerada. Sua experincia do sagrado no magiada, supersticiosa e refm do tremendo sobrenatural que era representado nas liturgias misteriosas e incompreensveis. O adorador reformado adora com a mente, com o entendimento, seu culto racional na medida em que uma resposta amorosa ao Deus que abre dilogo com ele mediante a clareza e simplicidade das Escrituras.

Esse novo homem forja tambm uma nova sociedade, uma nova cultura. Redescobre, a partir da Bblia, a sacralidade e a santidade do casamento. Redescobre o casamento como um meio natural e ordinrio para a santificao dos cristos. a a entender que os cnjuges so chamados mesma perfeio, s mesmas virtudes e ao mesmo estado de santidade do que aqueles que emitiam seus votos monsticos em uma ordem religiosa. O trabalho manual, a gerao de renda, a dignidade da pessoa humana, da mulher, da criana e a popularizao da alfabetizao so outras afirmaes originadas a partir de um novo entendimento da f, da relao com Deus com base no pacto de graa realizado exclusivamente por Cristo.

Quinhentos anos depois, o canteiro de obras da Reforma da Igreja permanece ativo, ainda, como sempre e infelizmente, os operrios so poucos, mas as demandas ainda esto a. Precisamos pedir a Deus que esse homem novo, o homem bblico, o homo reformatus, continue a ser gerado pela f a fim de que essa obra iniciada e tantas vezes interrompida, adiante os seus dias, para que de cada povo e nao, surja uma igreja fiel. E assim, esteja muito, muito perto, a volta gloriosa de Jesus e a, uma Igreja nova e acabada seja por Ele resgatada. Que a Reforma continue!

Luiz Fernando Ministro da Palavra na Igreja Presbiteriana Central de Itapira.

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Imagem: Photo by Igor Ovsyannykov on Unsplash.
Luiz Fernando dos Santos(1970-2022), foi ministro presbiteriano e era casado com Regina, pai da Talita e professor de teologia no Seminrio Presbiteriano do Sul e no Seminrio Teolgico Servo de Cristo.
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