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Opinio 3pp3w

Quem foi Joo Calvino, segundo C. S. Lewis 2l67p

Por Paulo F. Ribeiro
Em sua principal obra literria, Literatura Inglesa no Sculo Dezesseis (English Literature in the Sixteenth Century) (*), C. S. Lewis faz vrios comentrios sobre a importncia de Calvino e do calvinismo na literatura do sculo dezesseis, na Inglaterra e Europa. Lewis tambm comenta sobre o contexto do puritanismo e humanismo daquele perodo. Aqui sumarizo algumas citaes para informao daqueles que no tem o a essa grande obra do Lewis, ainda no traduzida para o portugus. Enfatizo aqui que as palavras deLewis foram escritas da perspectiva literria e sem nenhum juzo de valor do ponto de vista teolgico.
Entendendo o contexto da poca: puritanos e calvinistas

Por puritanos, os elisabetanos consideravam aqueles que desejavam abolir o episcopado e remodelar a Igreja da Inglaterra como Calvino tinha feito em Genebra. Os puritanos no eram separatistas ou (no sentido moderno) dissidentes. Eles geralmente permaneciam no sistema e desejavam a reforma de dentro. Havia, portanto, graus de puritanismo, e difcil traar uma linha exata e rpida. Vou usar a palavra para significar protestantismo ʽavanadoʼ ou ʽradicalʼ: as marcas de um puritano, no meu entendimento, so uma forte nfase na justificao pela f, uma insistncia na pregao como indispensvel, nos meios de graa, e uma atitude para com os bispos que varia de tolerncia relutante a hostilidade implacvel.
Calvino sobre usura e ofertas

Quando chegamos a Calvino, a situao reconhecidamente diferente, e encontramos uma tentativa real de reinterpretar a tica crist em relao a uma sociedade que no mais medieval. Deve-se, no entanto, ser lembrado que a sano de usura moderada no conseguiu a aprovao de muitos telogos protestantes. No dever de dar ofertas, e mesmo nas corrupes sutis de dar ofertas, poucos homens escreveram melhor do que o prprio Calvino. O limite de dar deve ser o limite de nossa capacidade de dar.
Sobre Serveto

Herdada desde a Idade Mdia, havia a suposio de que o homem cristo poderia viver apenas em uma poltica teocrtica que tinha o direito e o dever de impor a verdadeira religio por meio da perseguio. Aqueles que resistiam sua autoridade no o faziam porque pensaram que no tinham direito de impor doutrinas, mas, porque pensavam que estavam impondo as erradas. Aqueles que foram queimados como hereges estavam frequentemente (e, em suas premissas, logicamente) ansiosos para queimar outros sob a mesma acusao. Quando Calvino liderou o ataque contra Serveto, que acabou sendo queimado em Genebra, ele estava agindo sob princpios medievais aceitos".
NB: Calvino embora concordasse com a execuo de Serveto sugeriu a decapitao ao invs de ser queimado na fogueira.
Sobre o carisma de Calvino

Muitos se renderam; todos foram influenciados pela figura deslumbrante de Calvino. Deveria ser mais fcil para ns do que para o sculo XIX para entender sua atrao. Ele era um homem nascido para ser o dolo dos intelectuais revolucionrios; um doutrinrio sem hesitao, implacvel e eficiente em colocar sua doutrina em prtica. Embora educado como advogado, ele encontrou tempo antes dos trinta anos para produzir o primeiro texto das Institutas (1536) e nunca fez nenhuma modificao sria em sua teoria. Em 1537 ele j estava em Genebra e os cidados, j desfilavam diante dele em grupos de dez para jurar por seu sistema de doutrina.
Calvinismo: vida crist total

A perspectiva de Calvino da vida totalmente crist era menos hostil ao prazer e ao corpo do que a de Fisher; mas Calvino exigia que todo homem deveria ser feito para viver uma vida totalmente crist. No jargo acadmico, baixou o padro de honras e aboliu o grau de aprovao.
Com certeza, existem padres pelos quais os primeiros protestantes poderiam ser chamados de ʽpuritanosʼ; eles consideravam adultrio, fornicao, e perverso como pecados mortais. Da mesma forma o papa os considerava. Se isso puritanismo, toda a cristandade era ento puritana. Na medida em que havia alguma diferena sobre a moralidade sexual, a velha religio era a mais austera. A exaltao da virgindade um trao romano, a do casamento, um trao protestante.
Paralelos entre o calvinismo e o marxismo

Os paralelos modernos so sempre, at certo ponto, enganosos. Ainda, por um momento apenas, e para se proteger contra equvocos piores, pode ser til comparar a influncia de Calvino naquela poca com a influncia de Marx em nosso prprio tempo; pois, Calvino exps o novo sistema em teoria e o ps em prtica. Isso vai pelo menos servir para eliminar a ideia absurda de que os calvinistas elisabetanos eram de alguma forma grotescos, pessoas idosas, fora da principal corrente de vida. Em sua prpria poca, eles eram, claro, as ltimas novidades. A menos que possamos imaginar o frescor, a audcia, e (em seguida) a tendncia do calvinismo, ns erraremos em nossa imagem. Era o credo dos progressistas, mesmo de revolucionrios. O calvinismoapelou fortemente para aqueles temperamentos idnticos aos quais apelou os marxistas nos anos trinta. O feroz jovem professor, a senhora erudita, o corteso com inclinaes intelectuais, eram provavelmente calvinistas.
Calvino expande a prtica protestante

Nas Institutas, Calvino parte da experincia protestante original para construir um sistema, para extrapolar, para levantar todas as questes obscuras e dar, sem vacilar, respostas sombrias. , no entanto, uma obra-prima da forma literria; e podemos suspeitar que aqueles que leem com mais aprovao foram perturbados pelo destino dos predestinados a vasos de ira quase tanto quanto os jovens marxistas em nosso prprio tempo esto preocupados com a liquidao que se aproxima da burguesia.
O impacto nos jovens e na criao de universidades

O perverso bispo de Ditrefes reclama que universidades ʽpuritanas [calvinistas] comeam todos os diasʼ. Travers escreveu seu Explicatio quando tinha vinte e seis anos, e Penry e John Udall tinham vinte e oito anos quando aquele escreveu seu Tratado Rainha.
A juventude a acusao comumente trazida contra os lderes puritanos por seus oponentes: juventude e presuno. Quando reconhecemos isso comeamos, talvez, a nos perguntar menos como um trabalho como As Institutas foram recebidos com tanto entusiasmo.
[ importante lembrar que trs grandes universidades americanas, Harvard, Yale e Princeton foram fundadas por protestantes calvinistas.]
Diferena entre puritanos e calvinistas

claro que nem todos os calvinistas eram puritanos. Nem estou sugerindo que os grandes lutadores puritanos que corriam o risco de runa e tortura em seus ataques aos bispos estavam apenas se conformando com a moda. Devemos distinguir um ncleo duro de puritanos e um crculo muito mais amplo daqueles que foram, em vrios nveis, afetados pelo calvinismo. Mas uma certa severidade (por mais srio que possamos pensar) foi difundida at mesmo por aquele crculo mais amplo, no sentido de que a denncia do vcio ou a fazer parte do estoque de escritores da moda e at frvolos.
Calvinismo na Esccia

Na Esccia, Knox estava preparado para estabelecer o calvinismo por uma revoluo armada. Os puritanos ingleses eram no incio mais suaves: mas Udall em sua Demonstrao (1588) j estava dizendo que, uma vez que os mtodos pacficos falharem, ʽse vier por aes que causem seus coraes doerem, culpe-os.
A psicologia do puritano propriamente dita no era to facilmente determinada como o da linha meramente calvinista: assim como, em nosso prprio tempo, sabemos muito bem que esses tipos de pessoas estaro prximos da esquerda, mas no querem se identificar como comunistas de verdade. Como em toda a profunda convico, h algo que atravessa as divises comuns de idade, sexo, classe e cultura.

Uma viso geral do contexto teolgico da poca: puritanos, humanistas e calvinistas

Em 1569, Spenser ingressou no Pembroke Hall em Cambridge. O mais interessante em sua carreira universitria que ou por ela sem se apegar a nenhum dos dois movimentos intelectuais pelos quais Cambridge foi ento agitada. No podemos deixar de cham-los de ʽpuritanismoʼ e ʽhumanismoʼ, mas nenhuma das palavras significava o mesmo que hoje. Por pureza, o puritano elisabetano no significava castidade, mas teologia ʽpuraʼ e, ainda mais, disciplina da igreja ʽpuraʼ. Ou seja, ele queria uma igreja presbiteriana toda poderosa, uma igreja mais forte que o estado, estabelecida na Inglaterra, no modelo da igreja de Calvino em Genebra. Knox, na Esccia, exigiu em voz alta, e pelo menos um puritano ingls insinuou, que isso deveria ser feito por uma revoluo armada. Calvino, o grande doutrinrio de sucesso que realmente estabeleceu a ʽnova ordemʼ, foi o homem que deslumbrou a todos. Devemos imaginar esses puritanos como o oposto daqueles que levam esse nome hoje: como jovens, ferozes, intelectuais progressistas, muito na moda e atualizados. Eles no eram abstmios; os bispos, no a cerveja, eram sua averso especial.
Finalmente, Lewis nos alerta a termos cuidado em interpretar o ado

O ponto que nunca podemos conhecer esse contedo [completamente]. A maior parte da vida realmente vivida em qualquer sculo, semana ou dia, consiste de detalhes minuciosos e no comunicados, at mesmo incomunicveis, de experincias que escapam a todo registro. O que sobrevive, sobrevive em grande parte por acaso. Com base nisso, parece-me impossvel alcanar o tipo de conhecimento que est implcito na prpria ideia de uma ʽfilosofia da histriaʼ. Isso tambm h de ser dito sobre todos os ʽespritosʼ, ʽsignificadosʼ ou ʽqualidadesʼ atribudos a perodos histricos; eles so sempre mais visveis nos perodos em que estudamos menos. Os ʽcanaisʼ em Marte desapareceram quando obtivemos lentes mais fortes.
Examinai tudo. Retende o bem. 1 Tessalonicenses 5:21
(*) Obras citadas:
1 - English Literature in the Sixteenth Century Excluding Drama, Oxford University Press, 1954. Lewis era Professor em Oxford quando escreveu esse livro que foi publicado em 1954, mesmo ano em que Cambridge criou a cadeira de Literatura Medieval e Renascentista para Lewis.
2 - Studies in Medieval and Renaissance Literature, Cambridge University Press, 1966.

Doutor em Engenharia Eltrica pela Universidade de Manchester, na Inglaterra, foi Professor em Universidades nos Estados Unidos, Nova Zelndia e Holanda, e Pesquisador em Centros de Pesquisa (EPRI, NASA). Atualmente Professor Titular Livre na Universidade Federal de Itajub, MG. originrio do Vale do Paje e torcedor do Santa Cruz.
>> http://lattes.cnpq.br/2049448948386214
>> https://scholar.google.com/citations?=38c88BoAAAAJ&hl=en&oi=ao

Pesquisa publicada recentemente aponta os cientistas destacados entre o top 2% dos pesquisadores de maior influncia no mundo, nas diversas reas do conhecimento. Destes, 600 cientistas so de Instituies Brasileiras. O Professor Paulo F. Ribeiro foi includo nesta lista relacionado a rea de Engenharia Eltrica.
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