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11 de janeiro de 2024
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O trilema de C.S.Lewis - Jesus: luntico, mentiroso ou senhor? 2x521t
Por Levi Elias de Almeida Ceccato

Sobre Histrias e a Alegoria do Amor
Por vezes, os contos de fadas podem dizer melhor o que deve ser dito.
Por vezes, os contos de fadas podem dizer melhor o que deve ser dito.
H alguns que dizem que uma das formas para tentar entender um pouco a apologtica do poeta, filsofo, escritor, professor e crtico literrio C. S. Lewis (1898-1963), lendo The Chronicles of Narnia(As Crnicas de Nrnia), essa forma de compreenso funcionaria como uma espcie de chave hermenutica para tentar extrair um pouco daquilo que Lewis quis dizer em seus livros que tratam da defesa do evangelho, filosofia, tica e moral, fico cientfica, ensaios sobre cultura e etc, por assim dizer.
Outros tambm dizem que um dos livros mais difceis de compreenso o The abolition of man(Abolio do Homem). Portanto, levando em considerao o que citei anteriormente, ler As Crnicas de Nrnia antes de Abolio do Homem, seria se utilizar de uma chave hermenutica para tal compreenso. Mas, acredito que a melhor forma de se pensar que a leitura primria das crnicas, pode lanar luz na leitura dos demais livros; sim te levar a uma melhor compreenso dos escritos mais difceis. Seria como acender uma lareira numa fria e sombria noite, em uma casa onde no h luz eltrica, a qual no nos fornecer somente luz, mas tambm calor diga-se de agem que se tentarmos utilizar as crnicas como chave hermenutica principalmente para compreenso apologtica crist desse Dinossauro de Oxford - C. S. Lewis, ao meu ver, corremos o risco de ficarmos procurando teologia em Nrnia e cairmos na falsa acusao da alegoria, ou seja, no um conto para voc ficar procurando doutrina, teologia ou filosofia ao ler, mas para deleitar-se na leitura dele como um conto primeiro.
Apreciar o conto como conto, a magia est a, ao ler, realmente acender uma chama. Deixe ela cair na lareira do seu corao e queimar os duros pedaos de troncos de preocupaes, dores e sofrimentos da realidade que pesam nele; alm de luz, manter seu corao aquecido. Aproveite a leitura ao redor dela, tomando uma saborosa xcara de ch ou caf, far todo sentido. Ao amanhecer poder encontrar as cinzas das tristezas, transformadas em brasas de alegria, que podero acender sempre a lareira.
A fantasia tem esse poder de nos transportar para um mundo imaginrio e, vivermos situaes naquele universo que gostaramos de viver aqui, onde podemos encontrar, por exemplo, uma fenix que derrama lgrimas de cura e no final da vida aps entoar uma melodia triste, queima-se e, volta a ressurgir das cinzas um triunfo da vida sobre a morte. E isso j no aconteceu neste mundo? Aquele que chorou lgrimas de sangue, cantou na ltima ceia, triunfou sobre a morte!?
Se voc chegou at aqui, provavelmente j percebeu que comecei defendendo Lewis da acusao de As Crnicas de Nrnia, serem uma alegoria do cristianismo, ou ainda, uma chave hermenutica para suas demais obras apologticas ou no. Mas, neste momento, quero dar voz ao prprio autor. Na sua coleo de ensaios Sobre Histrias, publicada em portugus em 2018, em uma edio especial, cujo titulo original On Stories: And Other Essays on Literature (Sobre histrias: e outros ensaios sobre literatura), Lewis faz sua auto-defesa quanto a essa acusao, em suas palavras:
Deixe-me agora aplicar isso a meus prprios contos de fadas. Algumas pessoas parecem pensar que comecei me perguntando como poderia dizer algo sobre o cristianismo s crianas; ento, defini o conto de fadas como instrumento; a seguir, recolhi informaes sobre psicologia infantil e decidi para qual faixa etria escreveria; depois, elaborei uma lista de verdades crists bsicas e moldei "alegorias" para incorpor-las. Isso tudo pura bobagem. Eu no conseguiria escrever dessa maneira. Tudo comeou com imagens: um fauno carregando um guarda-chuva, uma rainha em um tren, um magnfico leo. No comeo nem havia nada de cristo sobre eles; esse elemento apareceu por vontade prpria. Fazia parte da ebulio.2
Como bem disse meu amigo narniano Igor Gaspar, no seu artigo: Quando o amor aparece: Alegoria do Amor, de C. S. Lewis: [...] De forma simples, a alegoria nada mais que personificar o abstrato como o amor que imaterial, mas aparece de forma material no Romance da Rosa como Lewis escreve: A alegoria consiste em dar um corpo imaginrio ao imaterial [...].3 Assim, embora As Crnicas de Nrnia, apontam para algo transcendente (o que me chama muito ateno tambm na mitologia muitos mitos apontam para o transcendente), e ainda conter reflexes filosficas e teolgicas, sombras, imagens e experincias da prpria vida do autor, fato que a obra est na categoria literria de um conto fantstico, uma fantasia propriamente dita e, no de alegoria expressa e material do cristianismo Aslan no Jesus e o pas dele no o cu. Como bem disse Lewis: isso tudo bobagem...No comeo nem havia nada de cristo sobre eles; esse elemento apareceu por vontade prpria.
Deixo uma dica valiosa, oua o imperdvel episdio do nosso PodCast Coram Deo As Crnicas de Nrnia | CDCast 014.4 Tive o privilgio de receber o Guilherme Iamarino (Projeto Sola), a Gabriela Bevenuto e o Igor Gaspar (autor de "Os Inklings"), onde batemos um papo sobre Nrnia e, dentre tanto insights literalmente fantsticos, fizemos uma pequena introduo vida de Lewis e, falamos sobre a produo das estrias de Nrnia e, muito mais como: O que dizem as estrias? Qual a influncia delas?


Lcia, a Destemida: O Trilema Narniano
Outra vez do lado de c.
Porm, minha inteno a seguir apenas e justamente lanar luz ao tema deste artigo o Trilema de C. S. Lewis e, para isso me utilizo de um trecho das crnicas, para ajudar na compreenso do trilema e no como chave hermenutica, haja vista que as crnicas foram escritas entre os anos 1949 e 1954, ou seja, bem depois do livro Mere Christianity (Cristianismo Puro e Simples), que uma adaptao de uma srie de conversas de rdio levadas ao ar pela BBC entre 1941 e 1944, quando Lewis estava em Oxford, durante a Segunda Guerra Mundial, no qual contm expressamente o trilema.
No livro mais conhecido das crnicas The Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe (As Crnicas de Nrnia: O Leo, a Feiticeira e o Guarda-roupa), o primeiro em ordem de publicao (1950), mas o segundo na ordem dos livros alis minha sugesto para quem nunca leu as crnicas comear por ele creio ser a porta de entrada no universo narniano; se gostar dele, em minha opinio, gostar da saga toda. A narrativa comea durante a Segunda Guerra Mundial, quando quatro crianas (Pedro, Lcia, Edmundo e Susana), so foradas a deixar Londres devido aos bombardeios. A me delas as envia para a casa de conhecidos em uma pequena cidade na Inglaterra, onde vivia um professor solteiro de meia-idade (Digory Kirke).
No captulo V Outra vez do lado de c, aps a brincadeira de pique-esconde, na manh seguinte, os irmos mais velhos Pedro e Suzana, comearam a convencer-se de que Lcia no estava em seu perfeito juzo, aps ela reafirmar por vrias vezes nos dias anteriores, que atravs do guarda-roupa da sala vazia, havia ado um pas fantstico chamado Nrnia, onde encontrou um bosque com um lampio e em seguida um fauno com uma sombrinha branca e cachecol vermelho, com vrios embrulhos de papel pardo e foi at sua caverna. Disse tambm que Edmundo, seu irmo, adentrou em Nrnia e conheceu o ano e a feiticeira branca, mas o mesmo negou.
Durante alguns dias, ela sentiu-se infeliz e, poderia resolver a questo num instante, bastando dizer que tinha inventado toda aquela histria, mas como escreveu, nosso querido Jack, o C. S. Lewis, como assim, preferia ser chamado, a pequena Lcia gostava de falar a verdade. Resolveram contar tudo ao professor, dono da casa onde estavam hospedados, o qual escutou com ateno toda histria. E no final disse algo inesperado pra eles:
E quem disse que a histria no verdadeira?
O dilogo prosseguiu, e ele perguntou novamente:
Acham que ela est louca?
[...] Lgica! disse o professor para si mesmo.
Por que no ensinam mais lgica nas escolas">At que Tenhamos Rostos, C. S. Lewis
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