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05 de dezembro de 2022
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O que torna a teologia teolgica? 1p5i63
Por John Bainbridge Webster
Resumo:

Uma compreenso da natureza da teologia envolve um relato de seu objeto, seus princpios cognitivos, seus fins e seus praticantes. O objeto da teologia duplo: primariamente Deus, a Santssima Trindade, e de modo derivativo todas as coisas em relao a Deus. Deus primeiro considerado absolutamente, depois relativamente; todas as outras coisas so tratadas em relao a Deus, sob o aspecto da criaturidade. O princpio cognitivo objetivo da teologia o conhecimento infinito de Deus, do qual Deus comunica uma poro adequada s criaturas; o princpio cognitivo subjetivo da teologia o intelecto humano regenerado. Os fins da teologia so cientficos (adquirir o conhecimento da matria que apropriado s criaturas), contemplativos (ateno concentrada a Deus, a causa de todas as coisas) e prticos (regulamentao do viver humano). Os praticantes da teologia so pessoas regeneradas na igreja de Cristo, cujo intelecto criado instrudo por Deus e cujas obras so acompanhadas pelas prticas da religio.
I.
Determinamos se ou em que medida um ato intelectual especfico, ou prtica intelectual, ou domnio de estudo teolgico com base em uma compreenso da natureza da teologia. Uma compreenso da natureza da teologia envolve, entre outras coisas, um relato do objeto da teologia, seus princpios cognitivos, seus fins e as virtudes de seus praticantes. Atos do intelecto criado so teolgicos na medida em que so dirigidos a esse objeto, operam com base nesses princpios cognitivos, buscam esses fins e so realizados por pessoas em quem essas virtudes podem ser identificadas. Alm disso, os diversos estudos histrico, literrio, especulativo e moral-prtico que se encontram no currculo teolgico no so investigaes dspares, sem gnero comum; eles so elementos de uma cincia unificada e seu propsito, escopo e mbito so determinados por referncia ao seu lugar na enciclopdia teolgica, o ambiente de estudo e instruo teolgica.
II.
O objeto da teologia crist duplo: Deus, a Santssima Trindade, e todas as coisas em relao a Deus.
1. O principal objeto ou assunto da teologia crist Deus. Esse assunto tratado sob dois aspectos. Primeiro, a teologia crist considera Deus absolutamente, isso , Deus em si mesmo em sua perfeio, integridade, plenitude e simplicidade auto existente como Pai, Filho e Esprito, anterior a e parte de qualquer relao com as criaturas. O primeiro objeto da teologia a essncia divina e suas propriedades, bem como as pessoas da divindade em seus especficos modos de ser e suas eternas procisses. O prprio ser divino a primeira razo formal, fundamento e objeto de toda religio, diz John Owen (1965-44) e podemos tambm dizer a primeira razo formal, fundamento e objeto da teologia crist. Esse objeto invisvel, excedendo completamente nossa compreenso e ainda assim possuindo infinita plenitude de realidade o primeiro e ltimo assunto ao qual todos os estudos teolgicos so direcionados em suas diferentes maneiras e com variados nveis de explicitao. medida que a inteligncia teolgica se volta para esse objeto, ela necessariamente direciona sua ateno a questes transitrias e intermedirias: a sintaxe grega, a escatologia de Paulo, a histria poltica da Reforma Gregoriana, as prticas da presidncia eucarstica. Mas, por mais fascinantes que sejam, tais estudos so preparatrios, contributivos e diretivos, servindo para conduzir a mente contemplao da infinita excelncia do ser divino. A atividade intelectual teolgica se direcionada a essa contemplao.
Em segundo lugar, a teologia considera Deus relativamente, isso , Deus em suas obras em direo s criaturas. A teologia trata essas obras transitivas primeiro em relao sua fonte na bondade e sabedoria da natureza e conselho divino, e ento considera suas manifestaes externas nas obras divinas da natureza e da graa, que, sob a direo da sabedoria divina, comunicam a bondade divina por meio da criao, preservao e aperfeioamento da realidade criada. Deus considerado relativamente, ao invs de absolutamente, um elemento derivado da ateno da teologia ao seu assunto principal; no a cincia primeira e no autossuficiente. A natureza das obras de Deus ad extra no pode ser compreendida sem referncia imediata autossatisfao intrnseca de Deus, que seu princpio e fundamento; em outras palavras: as misses divinas temporais so inteligveis apenas como aes derivadas das procisses divinas eternas. A comunicao externa no natural ou necessria para Deus, mas gratuita. No entanto, uma vez que Deus de tal maneira agiu porque de seus atos pessoais internos fluem suas operaes externas a ateno teolgica direcionada a Deus em seu ser absoluto deve ser acompanhada pela considerao daqueles atos nos quais Deus graciosamente se coloca em relao a outros seres como sua causa primeira e seu fim ltimo.
2. O segundo elemento do objeto duplo da teologia crist todas as coisas em relao a Deus. Trs pontos devem ser observados aqui. Primeiro, ateno a coisas no-divinas uma necessidade para a teologia, cujo cumprimento de sua tarefa permanece incompleto, a menos que ela se dirija tambm a essas realidades. Isso no se d, no entanto, porque coisas no-divinas tenham qualquer reivindicao intrnseca ateno teolgica, tampouco porque se acredita que elas possuem uma densidade e presena imediatas que obrigam a teologia a consider-las. Em vez disso, a teologia considera coisas no-divinas porque primeiro considera Deus em si mesmo, e ento Deus, o criador dos cus e da terra. A teologia trata sobre coisas alm de Deus, no porque existe um mundo, mas porque existe Deus e existe uma criao. Segundo, correspondentemente, o tratamento de coisas no-divinas por parte da teologia derivado do tratamento de seu objeto principal; uma extenso da contemplao de Deus. Quando a teologia a a considerar coisas no-divinas, ela no suspende seu falar sobre Deus, como se estivesse se direcionando a guas menos turbulentas onde pode contar com sua prpria competncia para lidar com coisas mais veis e menos exigentes. Ao falar sobre coisas no-divinas, a teologia fala sobre os efeitos de Deus, e o faz como uma ampliao de sua considerao das obras externas de Deus, a origem e a causa de todo ser. Consequentemente, em terceiro lugar, a teologia trata de coisas no-divinas com um interesse em particular, a saber, em relao a Deus. A teologia uma cincia abrangente, uma cincia de tudo. Mas no uma cincia de tudo sobre tudo, antes uma cincia sobre Deus e todas as outras coisas sob o aspecto da criaturidade. Ela considera as criaturas no de maneira absoluta, mas relativa, como causadas e como causas causadas, como realidades que vivem, se movem e existem em Deus.
Resumindo o que vimos at agora, ento: o assunto duplo da teologia crist Deus e as coisas criadas; os atos intelectuais dos diferentes domnios do trabalho teolgico so verdadeiramente teolgicos na medida em que tencionam esse assunto. Na medida em que a inteligncia teolgica realiza seu trabalho, necessrio estar atento ordem e proporo adequadas em suas investigaes. A ordem material Deus em si mesmo, as obras externas de Deus, coisas criadas irreversvel, pois as realidades criadas so compreensveis apenas como efeitos das operaes externas de Deus, e essas operaes so, por sua vez, compreensveis apenas quando vistas como fluindo da bem-aventurana e simplicidade perfeitas de Deus. Essa ordem material, claro, no necessariamente a ordem de descoberta ou instruo, na qual, por razes prudenciais, podemos legitimamente comear pelas criaturas; o que importa no primariamente a sequncia cognitiva ou pedaggica, mas sim que o que descoberto e ensinado se manifeste em suas disposies e arranjos inerentes.
Essa disposio interna deve ser refletida nas propores adotadas no trabalho teolgico, ou seja, nas decises sobre o que exige a mais ampla considerao, o que pode seguramente ser tratado de maneira menos completa e nas expectativas sobre quais elementos do assunto da teologia carregam o maior peso. Aqui a teologia se encontra em um dilema permanente. O que primeiro na ordem material e possui a maior proporo material Deus em si mesmo excede infinitamente nossa compreenso: sobre esse assunto supremo, portanto, a teologia tem muito pouco a dizer. Diante dessa restrio, a tentao esquivar-se de sua tarefa ando apressadamente a considerar outras coisas as obras de Deus na economia ou as criaturas, realidades supostamente mais istrveis. Como herdeiros de uma longa histria na qual a ordem do conhecimento das criaturas a Deus foi projetado na ordem do ser, de tal maneira que Deus em si mesmo deslocado para periferia da preocupao teolgica, podemos estar mais inclinados a tomar tal direo. A histria cultural dessa negligncia a histria do naturalismo ou do fenomenalismo e suas variantes teolgicas complexa e est alm do meu escopo aqui. No se deve esquecer, entretanto, que h tambm uma histria espiritual dessa negligncia: satisfao complacente com a considerao das criaturas e da histria criacional parte de sua causa; preferncia por superfcies em vez de origens; relutncia em permitir que o intelecto siga as instrues divinas e seja conduzido a Deus. Tais deficincias impedem a investigao teolgica e, em alguns casos, a destroem por completo. Elas podem ser corrigidas somente atravs da conversio ad rem, que a obra principal do Esprito na santificao da inteligncia teolgica. A teologia se torna teolgica.


III.
A seguir, voltamo-nos para os princpios do conhecimento teolgico. O trabalho teolgico envolve uma srie de atos intelectuais atos de leitura e interpretao, atos de investigao histrica, de abstrao conceitual, de julgamento prtico. Todos esses diferentes atos sero considerados teolgicos na medida em que forem realizados de acordo com os princpios cognitivos da teologia, os quais podem ser assim enunciados: o princpio cognitivo objetivo da teologia crist o conhecimento infinito de Deus de si mesmo e de todas as coisas, do qual Deus comunica uma poro s criaturas; o princpio cognitivo subjetivo da teologia crist o intelecto humano regenerado.
1. A reflexo sobre os princpios cognitivos da teologia comea com a doutrina de Deus, ou seja, no com uma investigao das capacidades, incapacidades e operaes dos conhecedores humanos, mas com a contemplao do Senhor que um Deus de conhecimento (1 Sm 2.3). Comeando dessa maneira, a teologia continua sua conversio ad rem voltando-se para um conhecedor e um conhecimento que objetivo, extrnseco prpria teologia. A teologia faz isso em repetio de sua condio como criatura e, portanto, em genuna normalidade (bem como, talvez, em alegre ou apreensivo desafio a seus vizinhos idealistas). O que dizer do conhecimento divino no qual a teologia se baseia?
O conhecimento de Deus de si mesmo e de todas as coisas no se pode medir (Sl 147.5). infinitamente extenso e exaustivo: Deus conhece todas as coisas e todas as coisas sobre todas as coisas. Alm disso, a perfeio do conhecimento de Deus inclui sua completa autossuficincia. No h uma causa interna ou externa, porque Deus conhece todas as coisas por seu prprio ser e no possui qualquer necessidade de um instrutor (Is 40.13). O conhecimento de Deus no adquirido: ele desde sempre, como coloca Agostinho, infinitamente amplo (City of God XII.17), impossvel de ser expandido; no , portanto, dedutivo, mas imediato, eterno e no composto. O conhecimento de Deus um ato simples e singular de intuio de alcance ir.
Esse conhecimento divino infinito no meramente o pano de fundo remoto e inerte contra o qual os atos cognitivos criados aparecem em relevo. Antes, um princpio cognitivo operante, a nica realidade que torna possvel, forma e garante o conhecimento das criaturas. Todo ato da inteligncia teolgica deve ser acompanhado pelo reconhecimento e apelo a supereminente scientia divina, pois tal ato no antes de tudo uma causa, mas um efeito do conhecimento. Apenas nessa posio subalterna nessa referncia a Deus um ato da inteligncia teolgica tambm uma causa da aquisio de conhecimento. Sem dvida, essa referncia ao conhecimento de Deus um elemento no pathos da teologia, porque uma referncia quilo que transcende a demonstrao visvel, e, portanto, pode despertar certa desonra na mente de nossos semelhantes e consternao nas nossas prprias mentes. Mas subalternao no primariamente uma posio negativa, uma embaraosa ausncia de fundamentos intrnsecos para o conhecimento. , antes de tudo, uma afirmao de que um movimento de amor aconteceu e continua a acontecer: Deus condescendentemente comunica s criaturas uma parte de seu prprio conhecimento e as convida a uma comunho racional.
Em um certo sentido, claro, o conhecimento de Deus apropriado apenas a ele e, assim, incomunicvel as criaturas: Assim, tambm as coisas de Deus, ningum as conhece, seno o Esprito de Deus (1 Co 2.11). Ainda assim: o que nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em corao humano Deus no-lo revelou pelo Esprito (1 Co 2.9-10). A teologia possvel como um trabalho bem fundamentado da inteligncia criada porque englobada e ativada pelo trabalho divino, em virtude do qual as criaturas am a conhecer. Sobre essa obra de Deus, podemos dizer: (1) uma obra de originalidade divina, que se realiza nas misses revelatrias do Filho e do Esprito. Ningum conhece o Pai, seno o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar (Mt 11.27) o e aqui no significa um mero acmulo de outros sujeitos cognitivos, mas o ministrio do Filho de eleio e revelao. Temos recebido o Esprito que vem de Deus, para que conheamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente (2 Co 2.12) aqui, como em outros lugares em 1 Corntios, que vem de Deus significa a infinita profundeza divina de onde o dom do entendimento emerge. (2) Essa obra divina uma manifestao externa da generosidade de Deus, na qual ele cumpre sua inteno de fazer as criaturas florescerem por meio do conhecimento e, assim, alcanarem a plenitude de sua natureza. (3) uma obra de revelao ou instruo na qual Deus condescende para estabelecer uma comunho inteligente com criaturas racionais, tomando a iniciativa de anular e superar nossa incapacidade, relutncia e resistncia. Nosso educador divino, Clemente nos diz, no simplesmente nos acompanha, mas nos mostra o caminho (Christ the Educator I.1).
Essa obra divina no desprovida de forma e extenso criacional. Direcionada s criaturas e convocando-as a atos de conhecimento, tambm um elemento criado. A instruo divina no imediata, mas mediada, comunicada atravs de mediadores criados e acomodando-se s formas da inteligncia criatural. Esses mediadores so, principalmente, os profetas e apstolos e, secundariamente, outros professores humanos que repetem e aplicam a doutrina celestial que receberam de seus embaixadores profticos e apostlicos. Com essas embaixadas, as misses revelacionais do Filho e do Esprito alcanam seu objetivo humano.
Tudo isso significa que a teologia possvel. No h apenas theologia in se, o conhecimento arquetpico do prprio Deus; h tambm theologia nostra, teologia etpica. A possibilidade de atos intelectuais humanos genuinamente teolgicos discernida no, em primeiro lugar, enumerando as capacidades humanas, mas atendendo plenitude da prpria vida e conhecimento de Deus e acompanhando as obras externas do amor de Deus. Mirabile dictu: ns recebemos o Esprito, ns temos a mente de Cristo.
O princpio cognitivo subjetivo da teologia a inteligncia humana regenerada.
A revelao divina no uma manifestao tout court; antes, um ensinamento que intenciona a recepo e efetua o aprendizado. O ensino divino no condicionado sua recepo, mas intencional e seu telos no alcanado sem a ativao do trabalho do intelecto criado. Muita energia pode ser gasta afastando a teologia de alguns instintos profundos da cultura intelectual moderna, que removem a inteligncia humana da economia da criao e regenerao, e a consideram como uma capacidade para juzos transcendentes. Mas a correo de tal pretenso cognitiva, por mais que seja ressonante com alguns temas da teologia do pecado e da graa, no isenta de riscos. Imprudentemente desenvolvida, ela pode ameaar eliminar o conhecedor humano; essa ameaa ser maior na ausncia de uma teologia da criao bem formulada. Excluir o intelecto criado no engrandece a revelao divina, mas a restringe e a tornada ineficaz. Sendo assim, o que a teologia crist deve dizer sobre a coordenao criacional ao conhecimento infinito de Deus e aos seus atos amorosos de instruo?
(1) A inteligncia criada um conjunto de capacidades concedidas e preservadas por Deus. Tendo essas capacidades, as criaturas exercem a inteligncia para apreender e compreender a realidade em mais do que sua mera presena fenomenal, para chegar a julgamentos sobre a realidade e para direcionar a conduta em relao realidade. O exerccio da inteligncia um movimento movido: inalienavelmente nosso, mas apenas por ser intrinsecamente movido por Deus e, portanto, nem totalmente espontneo nem desprovido da dignidade de um ato que nos prprio. Ao se colocar diante da inteligncia criada, Deus no a atordoa, mas a faz viver e se mover.
(2) A inteligncia criada finita, nem intuitiva nem abrangente. Ela discursiva e laboriosa, operativa no processo de vir-a-conhecer ao longo do tempo e, embora haja genuna aquisio e acmulo de conhecimento, a inteligncia criatural permanece sempre in via, nunca plenamente realizada.
(3) A inteligncia criada cada e regenerada. Separados de Deus, nossos atos intelectuais se tornam parte da degradao e enfraquecimento de nossa natureza provocado pela queda. As operaes do intelecto so prejudicadas pela paixo pecaminosa e se tornam inclinadas idolatria e fascinao com realidades enganosas e superficiais. Entretanto, mesmo aqui devemos ser cautelosos: a teologia s vezes pode dar ateno desproporcional depravao intelectual, especialmente quando assume a forma de uma crtica indiferenciada altamente carregada dos regimes cognitivos da cultura intelectual moderna. A reprovao de tais pretenses pode ser realizada por meio da aplicao da teologia do pecado e da justia externa; mas, desenvolvida de forma imprudente, pode ameaar diminuir a importncia do intelecto criado e pode refletir uma malformao ou restrio tanto da teologia da criao quanto da regenerao. A inteligncia criada capturada pela realidade da regenerao na qual os poderes criados renascem, so ordenados aos objetos corretos, libertados da autossuficincia e liberados para comearem a operar em sua extenso mxima.
Em resumo: uma teologia propriamente teolgica operar em conformidade com esses princpios cognitivos, os quais fornecero tanto orientao em determinados domnios da disciplina teolgica quanto normas pelas quais as operaes intelectuais sero ordenadas, os procedimentos sero deliberados e o sucesso ser avaliado.
IV.
1. A teologia crist no uma atividade arbitrria, mas uma atividade governada por e direcionada a fins que precedem telogos especficos ou atos teolgicos particulares. O que dizer sobre os fins da teologia?
Fins no so a mesma coisa que propsitos. Um propsito uma inteno humana, algo que determinado agente deseja e para cuja aquisio esse agente atua. Um fim, em contrapartida, no intencional, mas natural, algo que pertence natureza da coisa em si e independente do desejo humano. Falar sobre o fim de uma coisa indicar a completude ou perfeio que ela vem a ter quando sua natureza plenamente realizada, quando ela o que em seu grau mximo. Coisas inanimadas e animadas, animais e seres humanos, atos humanos e seus produtos (incluindo as artes da mente) todos possuem seus fins prprios nos quais suas vrias naturezas so levadas plenitude.
Nas criaturas humanas, fins e propsitos no so facilmente distinguidos, pois como seres morais e racionais, realizamos nossa natureza de forma intencional. Nossa natureza se apresenta a ns como uma vocao. No realizamos nossa natureza instintivamente, mas atravs de processos de deliberao e escolha: ns nos apropriamos de nossa natureza e seus fins, e fazemos desses fins nossos propsitos.
Em nosso estado atual de deformao moral e espiritual, no qual a restaurao de nossa natureza j comeou mas permanece incompleta, frequentemente encontramos dificuldades em manter a distino entre fins e propsitos, e em permitir que os fins governem nossos propsitos. Isso porque nossos propsitos so guiados s vezes de forma esmagadora por nossos desejos, e nossos desejos podem ser inadequadamente formados, imoderados ou viciosos. Alm disso, nossa absoro em ns mesmos e nosso desejo pelo autogoverno podem nos subjugar de tal maneira que os propsitos que estabelecemos para ns mesmos acabam eclipsando ou substituindo os fins prprios de nossa natureza e que sustentam nosso bem. Portanto, em todos os domnios da existncia e atividade humana precisamos exercer vigilncia e conformar propsitos a fins.
A teologia crist uma atividade intelectual com fins que derivam de nossa natureza, visto que essa natureza se torna parte da histria da criao, revelao e redeno. Esses fins so cientficos, contemplativos e prticos; a teologia ser teolgica quando transformar esses fins em seus propsitos, dirigindo e moderando suas atividades em conformidade com eles.
2. A teologia crist busca fins cientficos, isso , a aquisio do conhecimento de sua matria que apropriado s criaturas, de acordo com seus princpios cognitivos. A busca de fins cientficos um elemento da realizao de nossa natureza intelectual, e um bem criacional. Humanos so, por natureza, seres estudiosos. Temos um apetite para adquirir conhecimento que ultraa o que necessrio para a realizao imediata de nossa natureza animal e possumos poderes intelectuais que aplicamos para satisfazer esse apetite. A estudiosidade1 moderada e bem ordenada no autossuficiente ou totalmente espontnea; ela uma expresso criacional, o exerccio de poderes que foram doados e so movidos, preservados e fortalecidos por um movimento alm de si mesmos. A estudiosidade a rdua aplicao desses poderes: no indolente ou casual, mas concentrada, determinada, meticulosa e resistente a concluses prematuras.
Toda atividade teolgica requer esse tipo de busca proposital de fins cientficos: a revelao desperta a cincia teolgica. atravs do estudo que Deus se torna realmente inteligvel, e deficincias na aquisio e no exerccio da estudiosidade ameaam a obteno de outros fins na teologia. Contudo, a busca de fins cientficos instrumental e intermediria: necessria, mas no suficiente ou final. O esquecimento do status instrumental dos fins cientficos surge de uma inteno desordenada: nossos propsitos para essa atividade no coincidem com seus fins intrnsecos, e a devoo excessiva aos fins cientficos inibe a realizao dos verdadeiros fins da inteligncia teolgica. Muito dano teologia feito por esse tipo de propsito desordenado. O objeto da teologia se torna um objeto que devemos apropriar ou dominar pela scientia; seus princpios cognitivos se tornam naturalizados e a dependncia da teologia da instruo divina negligenciada. Alguns tipos de ambientes institucionais no qual a teologia empreendida podem proporcionar oportunidades para que tais distores floresam, mas sua causa principal a corrupo e a futilidade de nossa natureza intelectual aps a queda. Somente com a restaurao e regenerao dessa natureza, nossos propsitos podem ser ensinados a se direcionar para fins adequados; a teologia ser teolgica na medida em que envolvida nesta renovao.
3. A teologia crist tambm busca fins contemplativos. A contemplao o que Toms de Aquino chama de a simples intuio da verdade (S. Th., IIaIIae, q. 180, a. 3, ad. 1) requer que a mente se mova atravs das coisas criadas para a realidade divina, de cuja auto comunicao elas so sinais e portadoras. Contemplao a ateno concentrada para Deus, a causa de todas as coisas, ao invs de para as coisas das quais ele a causa. Na contemplao o Princpio, que Deus, o objeto que buscamos (Gregrio, o Grande, Morals on the Book of Job VI.61). Esse fim contemplativo da teologia expressa uma certa teleologia da natureza humana, segundo a qual essa natureza se completa no conhecimento de Deus. Essa contemplao [de Deus] -nos prometida como trmino de todos os nossos trabalhos e perfeita plenitude da alegria (Santo Agostinho, A Trindade, I.8).
No exagero afirmar que uma grande parte da teologia moderna tem sido relutante em considerar a contemplao como um fim da inteligncia teolgica. As marcas dessa relutncia no so difceis de encontrar. Podem ser vistas, por exemplo, no notvel prestgio desfrutada pela cincia histrico-literria no estudo da Escritura Sagrada; ou nas apresentaes da doutrina crist que so desprovidas de ambio metafsica e tratam o dogma como rio cincia da prtica crist, que a teologia primeira. O pressuposto (algumas vezes a convico explicitamente articulada) em ambos os casos que apenas o histrico real, que o intelecto no pode se estender alm da esfera da economia dos textos ou das prticas morais. um pressuposto impaciente, mas que se provou extremamente hbil em moldar os propsitos com os quais o estudo teolgico realizado. Sua eliminao do contemplativo uma inibio do carter teolgico da teologia.
4. A teologia crist busca fins prticos. A verdade contemplada forma e governa nosso viver, porque essa verdade nos apresenta a lei de nossa existncia. Em uma notvel linha de pensamento, Toms pondera se o dom do entendimento apenas contemplativo. Ele comea observando que esse parece ser exatamente o caso, pois o entendimento penetra as realidades mais altas enquanto o objeto do intelecto prtico no so as coisas altas, mas as nfimas, isso , as singulares que so a matria de nossos atos (S. Th., IIaIIae, q. 8, a. 3, obj. 1). De novo, o intelecto prtico no versa sobre o necessrio, mas sobre as coisas contingentes que podem dar-se de outra maneira, e que podem ser objeto da ao humana (IIaIIae, q. 8, a. 3, obj. 2). Ele claramente sente a atrao dessas consideraes, mas no fim as considera restritivas. [O] dom da inteligncia aplica-se no somente ao que pertence f a ttulo primrio e principal, mas tambm a tudo aquilo que a ela se ordena. Ora, as boas aes, de certo modo, se ordenam para a f (q. 8, a.3, resp). Ou ainda, em resposta segunda objeo: deve-se dizer que cabe dignidade do dom, que a inteligncia, considerar as realidades inteligveis que so eternas ou necessrias, no somente como elas so em si mesmas, mas tambm enquanto elas so regras para os atos humanos (IIaIIae q. 8, a.3, ad. 2). No h nenhuma moralizao da teologia aqui, nenhuma elevao do prtico sobre o intelecto especulativo. Ao invs disso, h o senso de que os fins para os quais a inteligncia teolgica direcionada no se esgotam na contemplao. Primariamente e principalmente, a inteligncia teolgica almeja as verdades eternas e necessrias, pelo dom de Deus penetrando at suas profundezas. Mas, por derivao, essas verdades so reguladoras, e a inteligncia teolgica teria uma viso muito estreita dos interesses da f se no considerasse tambm o reino da conduta humana.
Esses so alguns dos fins do intelecto teolgico. A objetividade desses fins torna os atos do intelecto teolgico ocasies para a extenso, at mesmo a transcendncia, de si mesmo. Ou seja, esses fins nos colocam em uma situao e estabelecem uma vocao no inventada por ns, qual somos convocados, com a ajuda divina, a nos conformar e que devemos aprender a amar e carregar intencionalmente. Alm disso, porque os fins apresentam a lei natural do intelecto aquilo que o intelecto tem que ser, as maneiras pelas quais ele deve agir se sua natureza deve ser completa eles fornecem a base para ordenar e classificar tarefas intelectuais especficas e determinar a validade ou utilidade de procedimentos intelectuais especficos. As anlises dos discursos de poder iluminam o ascetismo cristo primitivo? Nossa resposta depender em grande parte do que consideramos como os fins da teologia. Mas os fins s podem desempenhar essa funo discriminativa medida que so apropriados. E, na teologia crist, a apropriao dos fins no pode ocorrer sem mortificao e vivificao, a repetio na vida da mente do padro batismal de toda a existncia crist. Com isso, amos a considerar as virtudes do telogo como um quarto elemento no que torna a teologia teolgica.
V.
Uma compreenso do carter teolgico do intelecto teolgico cristo requer, por fim, alguma ateno a seus praticantes e suas obrigaes de exercitar certas virtudes. Tanto a objetividade racional quanto o senso comum cristo nos impedem de falar muito cedo algo sobre a subjetividade do telogo, que s entra em considerao depois de termos tratado do objeto, dos princpios cognitivos e dos fins da teologia. No entanto, eu seu devido lugar, um modesto esboo da graa pessoal que o telogo deve manifestar uma extenso necessria de um relato do intelecto teolgico no reino da regenerao. O telos dessa obra divina nossa santificao: a limpeza e enriquecimento de nossa pobre e corrupta natureza pelo Esprito Santo, no qual nossa vida, incluindo nossa vida intelectual, renovada. A renovao, comunicada no batismo e continuamente reiterada no despojar-se da velha natureza e no revestir-se da nova, inclui a renovao do esprito da mente (Ef 4.22-24). Essa renovao tanto uma condio quanto uma vocao, o dom de uma nova histria moral e intelectual da qual o trabalho da teologia igualmente um episdio. O que mais pode ser dito dessa histria?
Deus o criador e o instrutor do intelecto criado, criando, preservando e se dirigindo a ns. Nosso intelecto , portanto, possudo por ns como criaturas. Ter intelecto estar em relao a Deus, seu doador; como propriedade de nossa natureza criada, ele permanece sendo um dom e, em possu-lo, somos, como Calvino coloca, vestidos e adornados por excelentes dons de Deus (A Instituio da Religio Crist II.ii.15). No exerccio desse dom, exercemos nossa condio de criatura, porque esse exerccio um auto movimento, o qual movido por Deus que, continua Calvino, preenche, move, vivifica, pela virtude do mesmo Esprito, e isso segundo a natureza de cada um, atribuda pela lei da criao (II.ii.16).
Ainda assim, o desempenho de nossa natureza intelectual distorcido pela queda. A depravao do intelecto no tal que nossa natureza intelectual totalmente destruda: algum resduo da inteligncia e do juzo permanece (II.ii.12). Mas por conta da queda, nosso intelecto no mais bem-direcionado; ele no se move mais agilmente em direo a seu objetivo, mas dispersado. [O] amor pela verdade definha antes de iniciar seu caminho, uma vez que logo cai na vaidade. Pois a mente do homem, diante do obscurecimento, no quer seguir a reta vida da investigao do verdadeiro, mas vagueia por vrios erros, e tal como tantas vezes afunda tateando nas trevas at que desaparea finalmente dispersa. Assim, ao buscar a verdade, revela o quo inepta para busc-la e encontr-la (II.ii.12). O intelecto cado ftil (Rm 1.21; Ef 4.17f).
Nesse estado de futilidade, a estudiosidade distorcida em curiosidade. Curiosidade a desordem do apetite intelectual, na qual os poderes intelectuais criados so aplicados a objetos imprprios de novos conhecimentos. A curiosidade busca conhecer realidades criadas sem referncia a seu criador como fenmenos, no como coisas criadas e o processo de vir-a-conhecer acontece de forma desordenada, indiscriminada e orgulhosa. O batismo pe um fim curiosidade, mas no a elimina. Ela continua nos assediando, mesmo no trabalho do intelecto teolgico. Como a curiosidade entra na teologia?
A curiosidade entra quando a teologia negligencia seu objeto particular e se entrega promiscuamente a quaisquer fontes de fascnio que se apresentem, especialmente se forem inovadoras, tornando-se, assim, inquieta e instvel. A curiosidade entra quando a teologia ignora ou se desvincula de sua localizao na esfera da instruo divina e a a se considerar espontnea e quodlibetal2, ocupada na aquisio de todo tipo de novo conhecimento, mas no mais moldada pelo currculo da escola da revelao. A curiosidade entra quando a teologia se esgota nas superfcies, falhando em completar o curso do intelecto em direo a Deus. Absorvido pelas propriedades histricas naturais dos vrios assuntos com que se ocupa, no segue suas indicaes, no se deixa conduzir por eles verdade divina. A curiosidade entra quando a teologia distorce seus prprios fins, apegando-se to intensa e exclusivamente aos fins da cincia que a contemplao e a formao da conduta atrofiam.
A curiosidade absurda, a manifestao espria de uma natureza que no existe, o fracasso em manifestar a natureza que realmente existe. Pois funo do Filho eterno acabar com a natureza corrupta e em seu lugar criar uma nova natureza; e funo do Esprito Santo tornar essa nova natureza real e operativa na conduta das criaturas. Por meio do trabalho fsico do Esprito, a nova natureza transmitida e seu curso governado, de modo que o esprito da mente realmente renovado. A teologia crist uma instncia dessa renovao, e sua busca nos convoca a empreender suas tarefas de maneiras que demonstrem a justia e a santidade da nova natureza. Alguns exemplos
Na atividade teolgica regenerada, a cobia intelectual substituda pela fome de instruo divina. Meditarei nos teus preceitos e s tuas veredas terei respeito teus testemunhos so o meu prazer, so os meus conselheiros Ensina-me bom juzo e conhecimento, pois creio nos teus mandamentos (Sl 119.15, 24, 66). H uma tica e metafsica do intelecto no que o salmista diz: a confiana de que seus empreendimentos podem florescer porque h conselho divino; uma sensao da infinita beleza do ensino divino; uma avidez em dar ateno irrestrita instruo de Deus; um apelo confiante a Deus para continuar a conceder conhecimento.
Na atividade teolgica regenerada, a ateno direcionada a um assunto singular com um interesse definido. A teologia crist uma cincia abrangente que trata de Deus e de todas as coisas. Mas, apesar de todo o seu escopo, a teologia crist um exerccio de concentrao que requer um olhar fixo no em tudo, mas nos caminhos de Deus (Sl 119.15); somente em conformidade com essa restrio a teologia descobrir que tem algo a dizer sobre todas as coisas.
A atividade teolgica regenerada ser acompanhada em cada momento pelas prticas da religio. A religio a condio de estar ligado a Deus; denota, como coloca Toms, uma orientao para Deus. A Ele principalmente nos devemos ligar, como a infalvel princpio. A quem tambm a nossa atenta eleio se deve dirigir, como para o ltimo fim do qual nos desviamos pelo pecado e, crendo e protestando a f, deveremos a ele voltar (S. Th., IIaIIae, q. 81, a. 1, corp). As prticas da religio so aqueles atos que expressam adequadamente a condio de comunho com Deus na qual, aps o longo exlio do pecado, fomos novamente introduzidos por meio das misses reconciliadoras do Filho e do Esprito. A comunho com Deus e a religio a que ela d origem o contexto no qual toda a vida regenerada acontece: suas dimenses domsticas, civis, prticas e intelectuais. Na ausncia da religio, a teologia no consegue manter seu carter teolgico por muito tempo. Se no for intencionalmente baseada na Sagrada Escritura, se no clamar pela benevolncia de Deus em orao, se no mortificar a distrao pelo uso correto do corpo e abandonar o tipo de desprendimento irnico de seu objeto, a teologia ser, na melhor das hipteses, de valor indiferente e, na pior das hipteses, uma estranha figura no reino da bondade divina.
VI.
Essas observaes preliminares nem mesmo comeam a abordar a histria cultural e religiosa em cuja ltima extremidade nos encontramos, no decurso da qual essa compreenso da natureza da teologia crist em grande parte desapareceu. Em particular, elas no abordam a fragmentao da teologia ao longo do sculo XVIII, sua disperso em um conjunto diverso de investigaes em objetos religiosos culturais estudados por diferentes mtodos e as tentativas da enciclopdia teolgica de recuperar a teologia como uma cincia unificada. Nem do ateno naturalizao tanto dos objetos quanto das operaes do intelecto teolgico. Tampouco dizem qualquer coisa sobre o efeito desses processos nos vrios ambientes em que a teologia exercida, ou nos currculos estabelecidos em tais ambientes. Se ao menos tivssemos tempo e mundo suficiente3
Quando a teologia teolgica? No quando se considera uma contribuinte educada, embora um tanto anuente, para as discusses acadmicas mais amplas, inserindo seu conjunto de valores em uma agenda estranha a si mesma e se descobrindo muitas vezes lendo um roteiro escrito por outra pessoa: isso simplesmente o triunfo da faculdade filosfica que Kant considerava o destino da teologia na era crtica. Tampouco quando a teologia tenta dar alguma coerncia a suas atividades atravs do dilogo entre subdisciplinas: teologia e estudos bblicos e afins. Tais dilogos, por mais agradveis e instrutivos que sejam, geralmente assumem que, embora a famlia tenha se rompido e seus membros tenham seguido caminhos separados, no h porque no ter uma reunio ocasional. Algo mais abrangente requerido de ns: uma recuperao da sacra doutrina em seu sentido pleno e suas noes correspondentes de instruo divina, igreja, santidade e assim por diante. Se instituies teolgicas possuem a disposio e a capacidade para tal recuperao ainda no est claro. Mas uma teologia propriamente teolgica no tem nenhuma razo para se trancar em lamento, antes possui todos os motivos para expressar aquela magnanimidade com que nos debruamos sobre os grandes assuntos. No fosse a tua lei ter sido o meu prazer, h muito j teria eu perecido na minha angstia (Sl 119.92); mas: Para sempre, Senhor, est firmada a tua palavra no cu (Sl 119.89), e, portanto, a teologia teolgica possvel.
- John Bainbridge Webster (19552016) foi um clrigo e telogo anglicano ingls que escreveu nas reas de teologia sistemtica, histrica e moral. Nasceu em Mansfield, Inglaterra, em 20 de junho de 1955, e foi educado na Bradford Grammar School e na Universidade de Cambridge. Aps uma distinta carreira, ele faleceu em sua casa na Esccia em 25 de maio de 2016 com a idade de 60 anos. No momento de sua morte, ele era o Chair of Divinity no St. Marys College, University of St Andrews, Esccia.
Referncias bibliogrficas
AQUINO, Toms de. Suma teolgica. Trad de G. C Galache et al. So Paulo: Loyola, 2001-2006. 9 vols.
AGOSTINHO, Santo. A Cidade de Deus. Trad. Oscar Paes Leme. Petrpolis, Rio de Janeiro: Vozes. Parte I e II.
_________________. A Trindade. So Paulo: Paulus, 1995.
CALVINO, Joo. A Instituio da Religio Crist. Trad. Carlos Eduardo de Olivera et al. So Paulo: Editora UNESP, 2008-2009. Tomo I e II.
Clement of Alexandria. 1954. Christ the Educator. Fathers of the Church. Washington: Catholic University of America Press.
Gregory the Great. 1844. Morals on the Book of Job. Parker: Oxford.
Notas
1. N. T.: Termo tpico da teologia de Toms de Aquino. Cf. S. Th., IIaIIae, q. 166.
1. N. T.: Termo tpico da teologia de Toms de Aquino. Cf. S. Th., IIaIIae, q. 166.
2. N. T.: Termo latino que se refere a um tipo de discusso e mtodo pedaggico comum na Idade Medieval. A disputatio quodlibetal ou quaestiones quodlibetales eram discusses onde eram disputadas questes aleatrias e de gneros variados. Como coloca Alain de Libera em A Filosofia Medieval, a literatura quodlibetal eram as questes disputadas sobre qualquer assunto. Cf. tambm a definio em J. Ferrater Mora, Dicionrio de Filosofia, Tomo 1- A-D (So Paulo: Edies Loylola, 2000), p. 756: Durante o sculo XIII destacou-se outro gnero, ainda mais independente: a disputatio. Como o que se disputava ou discutia era, contudo, uma questo, nasceu a forma denominada quaestio disputata, da qual temos tantos exemplos na escolstica dos sculos XIII e XIV. A disputa podia ser verbal ou escrita. Como subgnero, logo surgiu a chamada disputatio quodlibetal, disputao quodlibtica ou quodlibetal. Sua origem deve se ao fato de que em certos dias se permitia aos ouvintes escolher uma ou vrias questes de qualquer tipo. Estabeleceu-se assim a diferena entre as quaestiones disputatae e as quaestiones quodlibetales ou de quolibet ad voluntatem cuiuslibet. Exemplo das primeiras so as Quaestiones disputatae de veritate, e as Quaestiones disputatae de malo, de Santo Toms. Exemplo das segundas so as Quodlibeta de Santo Toms (em nmero de doze) e as Quaestiones de predicamentis in divinis, de Jacob de Viterbo.
3. N. T.: Possivelmente uma referncia ao poema To His Coy Mistress, escrito pelo poeta ingls do sculo 17 Andrew Marvell.
Traduo: Breno Nunes
Publicado originalmente por Associao Brasileira Cristos na Cincia (ABC). Reproduzido com autorizao.
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Tornando-se um Pastor Telogo
Teologia Analtica, de Thomas H. McCall
A Cincia de Deus, de ALISTER McGRATH
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05 de dezembro de 2022
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