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Opinio 3pp3w

O que o Cristianismo tem a ver com a eternidade? 4r6iw

"Porque a nossa leve e momentnea tribulao
produz para ns eterno peso de glria,
acima de toda comparao" (2 Co 4.17)

Uma vantagem da lngua inglesa que quando se fala no cu espacial, na abboda celeste, tem-se uma palavra (sky); e para os cus, como lugar para onde vo os salvos depois da morte, h outra (Heaven). Ns, usurios da lngua portuguesa, usamos o mesmo nome, e o cu como Heaven tem muitas vezes essa conotao de ser um lugar distante, l no alto, um lugar que nega tudo o que vivemos aqui embaixo.

No imaginrio popular, trata-se de um lugar onde flutuam as almas desencarnadas e os anjos, de um lugar em que Deus reina. H essa ideia maniquesta de que tudo o que corpreo, material ser negado ou anulado ou extinguido no cu. Se que se cr em cu.

Pude constatar numa enquete nos arredores de uma universidade confessional, que os entrevistados, mesmo quando perguntados se acreditavam em Deus e se eram cristos, responderam que sim. Por outro lado, quando perguntados sobre o que acontece depois da morte, responderam que nada acontece, que o fim da linha e que nossos corpos vo se desintegrar simplesmente.

Ento, temos dois problemas entre os que se dizem cristos: primeiro, o de realmente crer e compreender que o cristianismo tem algo que ver com a eternidade; segundo, o de que o cu, quando se cr nele, considerado o avesso da Terra.

Assisti recentemente a uma palestra na internet - infelizmente ainda no traduzida para o portugus - de um congresso de lngua inglesa, dedicada a C.S. Lewis em que um dos palestrantes falou sobre os cus. Sua palestra foi intitulada C.S. Lewis on Heaven and the New Earth [C.S. Lewis sobre o Cu e a Nova Terra] e fez parte do Congresso chamado Desiring God [Desejando a Deus], de 2013. Apesar de ter sido um evento em torno de C.S. Lewis, todos os palestrantes frisaram que o superstar, o personagem central, era Jesus Cristo.

O palestrante, Randy Alcorn, comea, dando o seu testemunho de que ele vivia uma vida sem Deus, sem a mnima noo do Evangelho, mas uma paixo por astrologia. Ele tinha um telescpio e quando conseguiu ver o sistema solar de Andrmeda, chorou de emoo.

Depois de se converter, Alcorn achava que tinha que deixar de lado toda a sua paixo, mas, graas a Deus, topou com algumas obras de C.S. Lewis que aprofundaram o seu conhecimento das Escrituras. Primeiro, ele leu O Problema do Sofrimento, de C.S. Lewis, cuja leitura ele recomenda efusivamente a todo jovem cristo ingressante no ensino superior, pois deixa ateus como Richard Dawkins, e seu eterno argumento de que se Deus existisse no haveria sofrimento no mundo, no chinelo. Depois ele leu a trilogia espacial (Longe do Planeta Silencioso, Perelandra e Uma Fora Medonha), a fico cientfica de pano de fundo cristo, que considera o universo em toda a sua extenso.

Esses livros fizeram com que ele tivesse uma viso mais bblica do mundo e do alm de modo que, depois dessas leituras, ele teve coragem de olhar pelo telescpio e se emocionar novamente. Dessa vez, porm, no diante da pequenez do ser humano em relao imensido inimaginvel do cosmo, mas diante da infinita grandeza do Criador do universo.

Ao longo da palestra toda, ele vai lendo a Bblia e citando partes da trilogia e das Crnicas de Nrnia, em que fica claro que o Cu no uma negao da Terra, mas uma renovao da mesma em uma Nova Terra, fazendo-a voltar aos moldes do que era, quando foi originalmente projetada por Deus.

Ele vai mostrando que ns teremos um novo corpo e que teremos todos os prazeres que hoje temos atravs dos sentidos, mas de uma forma reconciliada, regenerada e purgada de todo resqucio ou sombra de mal.

E cita um dos trechos que eu tambm aprecio muito em C. S. Lewis que do livro O Peso da Glria. Ele diz que no fomos criados para nos tornarmos espritos desencarnados, mas que teremos um corpo novo. Diz ainda que o Cristianismo a nica religio em que o corpo valorizado, que no contra a matria, pois ela em si no m, mesmo porque foi Deus quem a criou.

Ento eu me lembrei das minhas primeiras discusses teolgicas da adolescncia em que eu no conseguia me conformar com o poder que era atribudo ao Satans, a ponto de ele ter conseguido destruir tudo de bom que havia no mundo e nas pessoas. No h nada de bom no ser humano. No se trata apenas de uma condio depravada, mas de um estado que faz com que o autoconceito de qualquer um v para o p. esse tipo de coisa que nos incutem, em muitas dessas escolas dominicais, mas, pela graa do Senhor, eu pude me libertar dessas ideias. E o maniquesmo, essa heresia monstruosa, est solta nas nossas igrejas, quando no de plpito, nos pequenos grupos, classes infantis, de jovens e de adolescentes, e at na letra de msicas. E ele entra de forma livre tambm nas nossas famlias, por meio das novelas, filmes, desenhos animados, jogos, etc (no que se tenha que proibi-los, mas considerar tudo e reter o que bom).

Ora, se no havia um pingo de bem nas coisas e em mim mesma, Satans tinha que ser no mnimo to poderoso quanto Deus, a ponto de aniquilar o bem. Nada contra a doutrina da depravao total, no sentido de que no h como o ser humano se salvar sozinho do seu pecado, mas tudo contra a ideia de que o mau se mede com iguais foras com o bem.

Ento compreendi que Deus infinitamente superior ao mal, to infinitamente superior quanto a quantidade de espao existente fora do mundo superior quantidade de dentro. E isso muda toda a nossa cosmoviso das coisas e do sofrimento, que a a ser (por pior que realmente seja aos olhos de quem sofre) nada mais do que um pontinho perto da grandeza da glria que Deus tem preparado para ns no porvir.

Imagem: Eternal Sunshine/Freeimages.com

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ɠmestre e doutora em educao (USP) e doutora em estudos da traduo (UFSC). autora de O Senhor dos Anis: da fantasia tica e tradutora de Um Ano com C.S. Lewis e Deus em Questo. Costuma se identificar como missionria no mundo acadmico. criadora e editora do site www.cslewis.com.br
  • Textos publicados: 68 [ver]

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